domingo, 19 de junho de 2016

ANA FRANCISCA FERREIRA, "MÃE ANA" - UMA VALENCIANA QUE VIVEU E CONSTRUIU HISTÓRIA EM NOSSA CIDADE


Ana Francisca Ferreira, "Mãe Ana", viveu 105 anos. Durante toda sua vida dedicou-se à vida religiosa, sob orientação de seus pais ainda quando criança. Criou sua família, dentro dos mesmos princípios.Mãe Ana. foi uma fonte histórica para Valença do Piauí, pois nasceu sob a influência e costumes do final do século XIX, viveu  97 anos do século XX e 8 anos do século XXI. Na adolescência, ocorreu a 1ª Guerra Mundial. Casou-se em 1922, quando o Brasil fez um século de "Independência Política", momento também que ocorreu a Semana de Arte Moderna de 1922, foi uma das refugiadas no Deserto, pós o Sitio Juaí, quando da Passagem da Coluna Prestes por Valença - 1925/1926, sofreu com as consequencias  econômicas da quebra da Bolsa de Valores de New York, em 1929. Se apavorou, com as notícias da Revolução de 1932. Votou pela primeira vez em 1934.
Não  suportava os governos totalitários do Nazismo e do Fascismo, porque direto e/ou indiretamente atingia Valença,  no período entre guerra.                                                                                                        
                                                                                                                                                         Durante a Segunda Grande Guerra Mundial, ficou muito preocupada pelas vidas que se apagavam no campo de Batalha, cujas notícias chegavam até seus ouvidos pelas ondas sonoras do único meio de comunicação da cidade, "um rádio" na residência do Dr. Ângelo, localizada na Rua do Maranhão . Visitou e ajudou Dona Amélia e o Sr. João Velho, quando da doença do Terto.Mãe Ana, também participou do Panelaço organizado por Dona Marica do Sr. Cloves Veloso, em protesto pela não passagem da BR 316 pelas ruas centrais de Valença em 1952.
Assistiu a 1ª Quadrilha junina organizada,  realizada em Valença do Piauí no ano de 1958, durante um festejo de São Benedito no mês de julho. Assistiu a inauguração do prédio onde atualmente funciona o Colégio Santo Antonio do dia 20 de setembro de 1962, onde de pé aplaudiu seu irmão João Ferry quando declamou o soneto sobre o bicentenário de Valença. Chorou, quando retiraram as imagens dos altares laterais da Igreja Nossa Senhora do Ó,  pós o Concílio Vaticano II. Protestou quando o Pe. Lauro, mudou a imagem de Nossa Senhora do Ó,  num período do festejo para a capela onde atualmente é a capela  do Divino Espírito Santo. Mãe Ana, como era conhecida, foi a testemunha ocular dos principais fatos e acontecimentos sociais e religiosos de nossa cidade. Somos gratos por tudo, Mãe Ana.
Texto: Prof. Antonio Jose Mambenga
 

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