domingo, 27 de outubro de 2019

HISTÓRIA DA CAJUÍNA EM VALENÇA DO PIAUÍ


                                    Foto do Acervo da Profª Solange Portela - Valença do Piauí


                         HISTÓRIA DA CAJUÍNA EM VALENÇA DO PIAUÍ
                                                                 Prof. Antonio Jose Mambenga
A cidade de Valença do Piauí, situada a 210 Km de Teresina, capital do estado do Piauí, está inserida na mesorregião Centro-Norte Piauiense.
No que diz respeito ao sistema orográfico, segundo João Gabriel Batista, o município de Valença-PI, pertence ao grupo do relevo piauiense codinominado “Cuestas do Centro” e quanto ao clima se bifurca entre o semi-árido e tropical seco com chuvas esparsas de verão o que favorece se tornar referencia na vegetação que ora possui características da caatinga, ora se apresenta como cerrado, sendo que tudo isso os campos valencianos são pontuados por uma flora bastante eclética  dentre as quais apresenta-se o cajueiro, que comumente é conhecido por cajuí, tamanho menor, próprio para doces, ou mesmo para ser degustado de forma natural pelo sabor que possui e um outro tipo de caju, de pedúnculo maior, às vezes amarelo, ou de cor vermelha, mais suculento, chamados de cajuá ou caju verdadeiro. Ambos pelo  contexto histórico se confundem com a história da cidade.
Segundo Marilda Alves Martinez, no seu livro, Caju uma planta de mil utilidades(1992), “O caju é uma planta genuinamente nordestina. Acrescenta também, que em 1558 um historiador francês ao descrever esse fruto da família das anacardiáceas (Anacardium occidental, etc...), foi o primeiro a confundir o pedúnculo com o fruto.
“O  nome caju é sem dúvida, originário da palavra tupi (“ARAYU”). Do fruto são extraídos a amêndoa e o óleo da castanha”.
“O pedúnculo de consistência dura, possui grande concentração de vitamina “C”. Come-se ao natural em forma de doce, seco (passas ou cristalizado),  em calda ou em pasta”.              
O suco é usado para refresco e para a fabricação de bebidas como vinho, refrigerantes com os sem gás. Todavia, a história  registra em seu acervo a saborosa cajuína, que se projeta ao longo dos anos como a bebida tipicamente valenciana  elastecendo o seu sabor às mais longínquas localidades do país.
Em Valença do Piauí, a comercialização  da cajuína é remota a década de 1930 do século XX,  através da família Portela Veloso, na pessoa de Dona Maria Portela Veloso, popularmente conhecida como “Marica Veloso”, esposa do Senhor Clovis Veloso.
Produzida de forma artesanal para o consumo familiar e para venda, inclusive como produto de exportação para outros Estados da Federação Brasileira (Ceará – São Paulo – Rio de Janeiro, etc.), uma vez que o Sr. Clovis Portela Veloso era comerciante e  fazia o intercâmbio  comercial, levando a cajuína produzida em Valença para outras regiões do espaço brasileiro e de lá regressava trazendo outras mercadorias. Algumas vezes era  comum a prática do escambo, provocado pela demanda de produção ou mesmo pela oscilação financeira do sistema brasileiro.
O certo é que a cajuína, tornava  referência na cidade de Valença do Piauí e o cajueiro o ícone de sua própria identificação adquirindo um espaço no contexto histórico e literário da cidade.
É comum em Valença os cajueiros,  receberem nomes, cujo batismo alude a personagens locais, bem como a situações.
Os cajueiros da Quinta de “Seu Clovis, eram conhecidos como: da  Maria, da  Júlia, do Assis, da Solange e outros personagens da família. Na localidade Riacho  Barnabé, recebiam a alcunha de: Cajueiro de Dona Joana, do Tio Augusto, da Nêga Mariana e do velho Antônio. Em Novo Oriente(PI), Dona Antonina da Cara de Soin, morava na localidade Cajueiro Azedo. Enquanto em Aroazes(PI), tem uma comunidade por nome Cajueiro, onde está fincada, a grande fazenda do Major Sinval. No povoado Taboquinha, próximo ao Balneário Santa Rosa, tem um grande exemplar conhecido por cajueiro do João Couro.
No sitio Juaí, eram famosos os cajueiros das três cuias, da Sinhá Pedrina e do Cabo Jorge. Próximo ao Sítio Almesqueiras, era bastante conhecido o cajueiro do Carretão, onde era comum aparecer o lobisomem no mês  de agosto. Mas foi no cajueiro do menino, nas proximidades da localidade Pedra do Urubu, que  ocorreu um assassinato no final da década de 1950 cuja testemunha ocular foi um menino proveniente de cidade de Pio  IX.
 No perímetro urbano, quem não lembra do cajueiro do “Melão”? Point da Preta Mão de onça e de tantas pretas que também  passaram por lá. Enquanto, no bairro Levanderia, tornaram-se referencias os cajueiros do Firmino Rosca, do Manoel Guilherme, do Velho Rocha e do Tio Riba na roça dos mambengas. Enquanto o cajueiro do ”Padim Raimundo” que ficava  perto da “Pedra da Alma”, também no Bairro Lavanderia,  essa árvore frutífera,  era muito visitada tanto no período da safra e mais ainda na entre safra, pela criançada e    pelos jovens e adolescentes do bairro e circunvizinhança. Quanto aos adultos, quem mais comparecia era o “Seu  Chico do Tiro, por entender de mandinga e causar espanto nas pessoas, porque na mesma árvore, era comum se observar cajus na cor amarela e cajus na cor vermelha, daí só Chico do Tiro, que era catimbozeiro e suspeito de virar lobisomem, ter umas visitas inusitadas e fora de hora ao velho cajueiro no do Bairro Lavanderia.
A identificação do cajueiro com a História de Valença não pára por aqui. O anonimato ainda camufla o cajueiro e os cajus inclusive de um candidato a  cargo eletivo na cidade de Valença(PI),  que no espaço onde funcionou a olaria do Sr.  Nestor, subia nos cajueiros  para sacudí-lo e as crianças disputarem os suculentos pedúnculos que caiam  para saciar mais um desejo cultural de que estomacal das crianças, uma vez que o  caju já faz parte de  cotidianidade do povo valenciano, mas a forma como acontecia tornava-se chamativo para criançada.
          A Cajuina valenciana, tem suas raízes na cidade de Oeiras, chegando a Valença, no final da década de setenta do século XIX (1879) através da família Portela, na pessoa da Sra. Laura Portela Soares, irmã do Cônego Acylino.
Dona Laura trabalhava o caju para extrair o delicioso  suco, cuja preferência do Cônego era sem passar pelo banho Maria.
Os ensinamentos foram passados para dona Srª. Maria Portela Veloso, esposa do Sr. Clovis Veloso.
Em Valença,  Dona Maria Portela Veloso (Marica de Sr. Clovis) continuou o trabalho iniciado por dona Laura, cuja assessoria era feita por: Zulita Portela Mendes que é mãe de Solange Portela, Teresa Maria da Conceição (ama), e Ana Vim-Vim, as duas últimas trabalhavam para Dona Marica, também no período da entre safra do caju. Tereza e Ana Vim-Vim,  colhiam os cajus na roça do Sr. Clovis Veloso, no Sítio Betel, com a ajuda de Dona  Bárbara, uma senhora de idade mais avançada que elas, mas funcionava como orientadora na seleção dos cajus que poderiam ser colhidos. Com o passar do tempo outras mulheres entraram também na atividade de recolhimento de cajus, como: Zoraide, Maria Pretinha, Zefinha do Zé Tucum. Outra pessoa que assessorava Dona Marica, na produção de cajuína, era Dona Vitória, avó do Chico Zeca, porque cumulava conhecimentos na fabricação de cajuína, adqueridos quando ainda morava em Oeiras, daí sua importância, considerada por Dona Marica como seu braço direito e esquerdo, mas nunca como “os olhos e nem ouvidos”, porque também isso não era necessário.
Um detalhe, o caju era colhido de forma individual num pano macio para não sofrer nenhuma agressão no pedúnculo,  daí o sabor, porque não misturavam caju nem pelo tamanho, espessura ou mesmo cor. Como os cajueiros eram identificados por nome de membros da família, trabalhadores e/ou amigos, cuja seleção servia de base para tratar o caju para fabricação da cajuína. O grande segredo era a forma como eram cuidados os cajus sob a vigilância de Dona Marica de “Seu Clovis”.
            O Sr. Clovis Veloso, viajava sempre para Fortaleza, pois era comerciante e em uma dessas viagens, mandou fazer o rótulo na Coletoria. (Hoje Secretaria de Fazenda).
Produzida de forma artesanal para consumo e venda, inclusive como produto de exportação através,  do Bar e Restaurante Glória de propriedade do Senhor Gaudêncio Portela Veloso, que foi responsável pelo intercambio comercial, levando a cajuína produzida em Valença do Piauí para outros Estados  da Federação Brasileira (Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e outros). Através dos caminhoneiros que passavam pelo restaurante diariamente.
A cidade de Valença do Piauí projeta-se no cenário piauiense como produtora da melhor cajuína da região central do Piauí,  uma vez que funciona como um misto entre o sabor e a tradição.
A história da cajuína se confunde com a história da cidade, introduzida pela  família Veloso nas primeiras décadas do século XX. O certo é que de bebida especial para pessoas especiais, conquistou os vários  segmentos sociais da cidade e circunvizinhança.
Dona Marica, não media esforços para realizar um bom trabalho. Acompanhava tudo de perto, desde a colheita  dos cajus até o armazenamento.
Para executar melhor o trabalho e proporcionar o gosto estético da cajuína  de Valença! A colheita era feita de forma individual e com a mão envolvida em tecido macio, para não prejudicar o pedúnculo e não afetar na transparência e o sabor. Enfim os cajueiros se projetaram,  “ a cajuína, feminina e já cristalina e apenas lá em Teresina é que encontrou sua rima”. Hoje, é comum ainda colocar nomes nas patentes, (São Camilo, Dona Joana, Dona Júlia,  Valença ou mesmo São Francisco, cujo destaque pode ser dado para cajuína confeccionada sob o olhar cuidadoso de Mãe França no Sítio do Pai Larô, localizado ás margens do rio Tranqueira). 
Todavia, foi a Dona Maricas Veloso, a grande responsável por este empreendimento que ganhou fama no Piauí e restante do país. Muitos dos cajueiros ainda estão vivos e funcionam como testemunhas da história que começa com Dona Maricas. Atualmente os terrenos e os cajueiros pertencem a propriedade do Sr. Antonio Carlos Cortez.
Com o passar do tempo, a senhora Maricas Veloso, repassou a técnica de preparo da cajuína para a senhora Carmina Veloso, conhecida como Sinhazinha,(Mãe de Dr Nemésio), possuidora de um pequeno pomar de cajueiro que lhe dava a oportunidade de selecionar os melhores frutos para fabricação do produto. Maravilhados com a nova bebida, a família do Sr Francisco de Castro (Chimba), recebeu a receita e passou  a produzir a deliciosa cajuína, primeiramente para o consumo da família, servir às visitas ilustres e presentear amigos mais íntimos.
Na década de 70 (setenta) do século XX, com o número maior de cajueiros no pomar, a família Martins(Chimba), começou sua pequena e artesanal fabricação da apreciada bebida. Os cajus eram colhidos e selecionados manualmente, como fazia Dona Marica. Após a retirada das castanhas, o pedúnculo era moído em um pequeno moinho de carne, depois de moído era coado e o suco concentrado era classificado com cola derretida em água do caju. Em seguida tampadas e  cozidas  em banho-maria, em tachos de cobre, os mesmos que eram utilizados no preparo da rapadura, os quais ficavam sobre as brasas com as cajuínas de um dia para o outro e depois de frias eram armazenadas e próprias para o consumo. Antes de serem armazenadas as tampas eram fixadas com um produto chamado breu.
Segundo o Senhor Valdir e Dona Neli Martins, donos da Cajuína São Camilo, somente no inicio da década  de 80 (oitenta) do século XX, conseguiram mecanizar a produção, adquirindo uma máquina melhor. Porém a qualidade e  aceitação da cajuína continua sendo a mesma, a qual era  muito apreciada nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Maranhão (de onde veio uma comitiva para aprender o processo de fabricação).
Com a eclosão da cajuína, outras famílias também passaram confeccionar cajuína e lhe atribuírem nome no produto fabricado, porém mantinham os ensinamentos obtidos para manutenção da qualidade, daí o gosto da cajuína fabricada em Valença e/ou por Valencianos radicados em outras cidades, mantem a mesma qualidade.
Atualmente o processo de fabricação da cajuína conquista espaço inclusive a Associação de Desenvolvimento Comunitário de Município de Valença do Piauí (ADECOMVAPI), que vem trabalhando, desde a década de 90 (noventa) do século XX, não só a cajuína como também outros derivados do caju, na área de doces e salgados.
A própria cajuína que atualmente representa uma bebida típica do Piauí, é cantada por Caetano Veloso, a música Cajuína, que tem letra e música do próprio Caetano Veloso.
“... Tão pouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina...”
Isto indica que a cajuína é um produto “genuinamente piauiense”, e também com referencias em Valença do Piauí.
No início, utilizavam as garrafas que vinham com bebidas (cervejas, refrigerantes, etc). tampando com cortiça, amarravam com barbante e fixavam com “breu”. Com o passar do tempo, surgiram as tampas de refrigerantes, mas atualmente existem as tampas próprias adquiridas nas casas comerciais.

BIBLIOGRAFIA
EMATER,  Escritório – Valença do Piauí
EMBRAPA CNPCA – Folder Campanha Nacional de aumento da Produtividade de Cajueiro, Fortaleza – CE, 1992.
FONTES ORAIS, Profª Solange Portela, família Martins, Maria de Lurdes Silva e Lima, vice  - presidente da ADECOMVAPI.
NASCIMENTO, Vera Lúcia Gabriel, Projeto Plano de Divulgação da Cajuina Valenciana nos Bares, Lanchonetes e Restaurantes.2008                                                                                         MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO: Folder, Cultivo de Cajueiro Anão Precoce em Regime de Sequeiro.
MARTINEZ, Marilda Alvares & BARRERA, Paulo, Caju uma planta de mil utilidades, São Paulo. 1992                                                                                                                        
TEIXEIRA, Tomaz, O Piauí do Futuro, ed. Freire & Companhia LTDA, Teresina-PI.

sábado, 10 de agosto de 2019

HISTÓRIA DO RIO CATINGUINHA EM VALENÇA DO PIAUÍ

 RIO CAATINGUINHA

A Historia do Rio Caatinguinha, se confunde com a Historia da cidade de Valença do Piauí. Nasce na localidade Olho D’água,  a 1 Km da zona urbana da cidade de Valença do Piauí, tem como base as coordenadas geográficas:  06º 24’ 22.2’’ Latitude e 44º 44’ 58.8’’ Longitude Datum Sirgas 2000 MC 39º000’.
Segundo, Reginaldo Miranda: (2008-36), por volta de 1664, um grupo de bandeirantes se estabeleceu nas margens do Rio Santa Catarina, onde fundaram o Arraial dos Paulistas, sob o comando do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. “Nos escombros da povoação foi erguida a atual cidade de Valença do Piauí.”
Santa Catarina, era o nome antigo do Rio Caatinguinha, cuja substituição pode ter ocorrido pelo próprio grupo de Jorge Velho, uma vez que era comum mudarem o nome dos rios. O próprio Jorge Velho, mudou o nome do rio Paraguaçu, para Parnaíba, em homenagem a sua terra natal Santana do Parnaíba em São Paulo. O mesmo pode ter ocorrido, com o rio Santa Catarina, mudar o nome para Caatinguinha, em homenagem  ao rio Catinga, situado na mesma região de onde vieram os bandeirantes.
Revendo autores com trabalhos dentro da Historia do Piauí, muitos mencionam o rio Caatinguinha como referência geográfica para o Arraial de Nossa Senhora da Conceição ainda no início do século XVIII, bem como um período que, o próprio Arraial de Nossa Senhora da Conceição, foi chamado de Arraial do Caatinguinha até o dia da instalação da Vila de Valença, no dia 20 de setembro de 1762.
A partir da instalação da vila, o rio Caatinguinha tornou-se grande referência para os habitantes locais e transeuntes que por aqui passavam. Suas águas serviam para o consumo doméstico, saciar a sede dos animais silvestres e nas margens era comum a utilização das águas para irrigar as vazantes no período do estio.
Com o passar do tempo, foram surgindo os proprietários, cada um demarcando seus espaços ao longo de seu trajeto até a confluência no rio Tranqueira no Sítio Veneza.
Estudos apontam que a estrada Real e/ou Geral, que interligava o norte ao sul, da Capitania do Piauí, passa na margem esquerda, funcionando como parada obrigatória dos Tropeiros, viajantes e andarilhos desde o período colonial, ou mesmo para moradores próximos das Comunidades: Isidória, Buritizal, Fumal e Comboeiro.
A proximidade com o perímetro urbano, favoreceu a criação de uma afinidade com os moradores que procuravam suas nascentes para o banho diário ou mesmo como lazer, atraídos pela exuberância da paisagem, os poços profundos e o micro-clima oferecido. Eram, homens, mulheres e crianças que frequentavam diariamente as nascentes do Rio Caatinguinha.
As várias transformações ocorridas na povoação onde atualmente é Valença do Piauí, foram testemunhadas pelo Rio Caatinguinha, se em tempos remotos aqui foi o arraial que levava o seu nome, mais tarde chamado de Vila de Valença, nem mesmo a elevação da vila a categoria de cidade em 1889, o rio Caatinguinha deixou de exercer seu papel como referência sócio econômica e histórica nesta cidade.
Em 1922, o poeta João Ferry, fez o soneto Minha Valença, tendo o rio Caatinguinha como base., como expressa na primeira estrofe.
Minha Valença, é como uma rainha,
Exilada no centro dos Sertões
Corre em seu seio o riacho Caatinguinha
Que a dívide em dois meigos corações.
Em 1924, o Major Inácio Barbosa, finca uma roda d’água, no leito do Rio Caatinguinha para gerar energia elétrica para sua residência, no Sítio Canadá.
Em 1932, o Prefeito municipal Abimael Rocha, vendo o desenvolvimento da cidade e a dificuldade das pessoas no translado de água para suas casas, mandou cavar um poço para atender as famílias mais necessitadas. O local escolhido foi as Cacimbas, onde moradores próximos já tinham seus buracos para retirar a água para o consumo diário. Dentre eles, a cacimba escolhida para ser adaptada como poço, foi a da Dona Chiquinha, esposa do Sr. Anfrísio. Este local ficou conhecido por Poço da Prefeitura, ainda existe ao lado da residência da Professora Iolanda Pereira, no atual Bairro Cacimbas. O referido Poço é tombado pelo Patrimônio Histórico Cultural de nossa cidade desde 2002.
Com a construção do Poço das Cacimbas, o rio Caatinguinha, perdeu muitos de seus frequentadores, devido a distância que ficava das casas.
Os moradores, das atuais ruas: Aníbal Martins, Areolino de Abreu, Arlindo Nogueira, Engenheiro Elesbão Veloso, São João, São José, Cícero Portela, embora não fossem ainda abertas as ruas, mas de forma fragmentada existiam moradores, passaram usar as águas do Caatinguinha apenas para lavar roupas.
Da década de 1930 até o início da década de 1960 do século XX, foi um período áureo do Lazer nas nascentes do Caatinguinha, onde jovens da elite local buscavam o local para o banho, mas seguindo os princípios da ética, da moral e do respeito e dos bons costumes. No próprio espaço existia, um local destinado para os homens e outro espaço para as mulheres, além de ficar um guardião para avisar se podia passar ou não. A cena se repetia todos os dias no rio Caatinguinha.
No final da década de 1940, existia nas imediações do Bairro Cacimbas, um local de Lazer chamado de Nova Descoberta, muito procurado pela juventude de época, existindo assim um desvio de atenção dos frequentadores assíduos das nascentes do rio Caatinguinha.
No início dos anos 1960, na Quinta dos Martins, situada próximo ao Sítio Canadá, o casal Zé Tito e Benta, construíram uma bica aproveitando água do rio Caatinguinha. O local, tornou-se mais uma opção de lazer para os moradores da cidade e como tinha bebidas e tira gosto, muitos dos frequentadores do Caatinguinha, ficavam pós lá mesmo.
Segundo o Sr. Chico Gabriel, na década de 1940, ainda existiam muitas árvores frondosas nas suas imediações, como também animais e aves silvestres. Dentre os animais ele citou o bicho preguiça e quanto as aves a Seriema. Para preservação, era proibido caçar e se alguém persistisse era preso. Quem ousasse cortar uma árvore, até mesmo uma vara para cabo de vassoura, era preso. Mas como tudo que existe tem seus momentos, com o rio Caatinguinha, não foi diferente.
Em abril de 1956, o poeta valenciano João Ferry, fez o soneto: Meu Poço Azul.
Meu poço azul da minha meninice,
Todo ensombrado de árvores frondosas
Quem foi que te contou, quem foi que te disse
Que eu te esquecia nas manhãs formosas?...

Trepado num cipó, sem gabolice,
Em balanços de curvas perigosas,
Eu saltava-ti-bun-go! Aí que doidice,
No mergulho das águas vaporosas!

Depois, um dia, quando envelhecido,
Procurei teu regaço abençoado
Para o banho – Meu Deus, quantos abrolhos!...
Meu poço azul, havia sucumbido!
Tudo era morte, mas voltei banhado,
Com as lágrimas do poço dos meus olhos!.

Observa-se neste soneto, que em 1956, o rio Caatinguinha, já estava num estágio agravante.
Em 1962, quando o Prof. João Calado, escreveu o Hino de Valença, buscou inspiração no rio Caatinguinha:
Às margens do rio Caatinguinha
Cercadas de mil matagais
Está Valença dos encantos
Altiva, forte e sem rivais.
Com o tempo, o Rio Caatinguinha foi ficando em segundo plano, ocasionando pelas novas opções de Lazer da cidade; Outros porque foram estudar em outros centros ou mesmo residir, em outros lugares distantes, restando apenas a memória. O rio, ficou visitado por um número reduzido de pessoas e por Lavadeiras de roupas. Com isso o poder público municipal também se esquivou, dispensando apenas um olhar menos convergente para o rio e sua permanência de vida.
Muitas tentativas foram feitas para o resgate. Todos querem salvar, mas ainda falta um olhar científico para tanto. “Uma coisa é certa: Morrendo o rio, morre o homem e não temos historia”.
PONTOS DE REFERÊNCIA DO CAATINGUINHA
01-Nascente: Local Olho d’água.
02-Estrada Real
03-Pedra do Defunto
04-Poço Azul
05-Sítio Canadá, onde existia uma moenda.
06-Roda d’água para produzir energia elétrica.
07-Passagem da Doca (Beco).
08-Ponte Antiga
09-Ponte atual
10-Betel
11-Confluência no rio Tranqueira

Valença do Piauí, 05/04/2018.
Professor Antônio José Mambenga

quarta-feira, 26 de junho de 2019

HISTÓRIA DAS QUADRILHAS JUNINAS EM VALENÇA DO PIAUÍ


XXXI FESTIVAL CULTURAL DE QUADRILHAS JUNINAS DE VALENÇA DO PIAUÍ
A cultura de uma cidade é construída ao longo dos anos pelo próprio povo, levando em conta os ensinamentos e vivências de seus ancestrais, que por sua vez herdaram também os conhecimentos de seus antepassados. Todo este saber se imbrica  na memória e se esvai pelas mentes dos guardiões da cultura para no momento  certo delinear as boas lembranças de um passado, ora distante,  mas ora tão próximo,  cuja dicotomia não dificulta entrelaçar o saber entre  daqueles que são levados pela sensibilidade de ascender nas gerações em formação um olhar diferente para um tempo que virou saudade no contexto histórico da própria cidade. Estes guardiãos de conhecimentos  e/ou griôs como também podem ser codinominados, transformam em tradição estes momentos sublimes de onde viveram ou onde vivem ainda, levando em conta a sociedade local sem distinção social, porque cada caso é diferente do outro e cada grupo social viveu  ou ainda vive  sua história conforme seu próprio padrão sócio financeiro. E como a cultura é de todos, jamais  poderá se omitir de registrar as manifestações de um povo ocorridas  numa cidade. E como dia Antonio Novoa: A moeda tem sempre dois lados.
Em  Valença do Piauí, não é diferente, o que dificulta são os registros escritos. Daí, a necessidade do recorte temporal e histórico, e  buscar tambem informações através da metodologia da História memória, para  conseguir informações na tentativa de transformar em texto os dizeres, os fazeres, a cotidianidade do povo num período de suas vivências especificamente no mês de junho, onde ocorriam as manifestações dos três Santos Católicos: Santo Antônio, dia 13; São João, dia 24; São Pedro, dia 29. Outra dificuldade foi a fragmentação da área territorial da cidade de Valença, porque temos uma Valença até 1954 cuja área territorial agregava os 14 municípios que formam atualmente o Território do Vale do Sambito e a partir daquele ano  ocorreram os desmembramentos formando novas cidades. Daí ser difícil dar  uma noção geral das festas juninas na Valença do Piauí, anterior a este período, até que seria muito bom. Neste caso as informações serão dadas, conforme dados fornecidas, até o ano de 1988, porque em 1989, quando ocorreu o 1º Festival de Quadrilhas, na gestão do Prefeito Francisco Alcântara,  a Profª  Ineide Lima Verde(Secretária de Educação e Cultura, na época), criou o 1º Festival de Quadrilhas Juninas de Valença do Piauí, promovido pela Prefeitura Municipal,  onde teve a preocupação de fazer uma ficha de inscrição, e arquivar para ficar registrado na História da cidade este grande acontecimentos atrelado as manifestações juninas em nossa cidade.
Seguindo a tradição ancestral, aqui aconteciam comemorações  oriundas da Terra Lusa, trazidas pelos primeiros colonos que aqui se estabaleceram dentre elas as manifestações juninas que  ocorriam anualmente como festa da fertilidade, em sinal de agradecimento as divindades pela boa colheita, cuja simbologia se resumia numa fogueira em frente a casa, uma árvore fincada, ou mesmo um mastro numa peça de madeira escolhida entre as mais altas da redondeza, no topo era colocado uma mastro com a imagem do Santo Homenageado, São João era o mais preferido. Como era difícil a estampa do Santo, geralmente um tecido branco ou de cor clara para substituir. Geralmente este ritual ocorria nas residências onde aconteciam os novenários, uma por localidade na zona rural, principalmente nas fazendas sob a responsabilidade dos proprietários, momento que convidavam todos os moradores. Aqueles que por motivos superiores não poderiam ir, realizavam suas fogueiras na própria residência, em vez de mastro, colocavam era uma árvore ou mesmo uma palmeira dependendo da que se encontrava com facilidade na região, a mais usada era o paty, o tucum era o menos usado devido os espinhos. A carnaúba,  nem pensar devido a produção, e o buriti, era fatal, porque só tinha nos brejos e nem os proprietários tinham coragem de perder tão preciosa palmeira. Durante a fogueira, seguiam o mesmo ritual da manifestação junina.   No perímetro urbano da cidade, a festa era mais ampla,  pela dimensão de espaço e  a situação pecuniária de cada família. Cada um comemorava conforme as posses.
O tempo passou. O mundo do pós guerra, pontuava uma nova época. O Brasil, já não era mais o mesmo. Valença, também não. A migração interna começou. As famílias da zona rural optaram pelas cidades, não só em Valença-Pi, mais em todo Piauí e Brasil. De onde partiam deixavam a saudade, mas traziam consigo a memória de suas tradições, dentre elas das festas juninas. A cidade neste período recebeu pessoas de  cidades da circunvizinhança, bem como de outros Estados da Federação Brasileira, o que somou para o crescimento de nossa História e praticamente de nossa cultura. Convém dizer que pessoas daqui também migraram para o sul do País, São Paulo, foi a grande opção. Das localidades mais próximas, temos notícias de pessoas da família Baía da Lagoa do Sítio, foram as primeiras a se arriscarem ir para Terra Bandeirante. Da região do Sambito, tantas outras, para o Maranhão nem se contam a quantidade. O certo que estas pessoas também, levaram e deixaram saudade da terra mãe e lá com certeza se aclimataram e somaram com a cultura e História local.
O certo que em 1958, na Rua do Maranhão, que era todo aquele espaço pós a segunda Ponte do Catinguinha, até chegar na Ladeira a Valencinha, aconteceu a primeira  festa de Quadrilha com passos marcados e coreografados na atual Rua Ivete Veloso, frente a residência do Casal Didito Oliveira e Francisca, no mês de julho por ocasião de um festejo de São Benedito. A festa foi muito interessante, todos foram ver a grande novidade, uma festa matuta na cidade.
Para ensaiar os passos veio um senhor da cidade de Picos a convite da organização. O sanfoneiro, foi Zé Filho, proveniente  da localidade onde  atualmente é a  cidade de Lagoa do Sítio. Foi tão animada a festa, que foi criada uma relação de espera para aqueles  que não tiveram  oportunidade de dançar naquela quadrilha. Para tanto não eras só querer, precisava  passar por um período sendo observado o comportamento para poder dançar na quadrilha do ano seguinte. Existia e persistia ainda naquele período a divisão social, e o grupo organizador da quadrilha junina, era composto de pessoas que pertenciam a segunda classe social. Os da terceira classe, não poderiam participar, se não fossem primeiro observado e analisado pelo grupo, cujo comportamento somava para a ascensão ao grupo. Os do grupo da Primeira classe, ouviram falar da festa e até certo ponto, se admiraram! Eh! A cidade tá crescendo! (Darwim, explica.(grifo meu)  A divisão social era tão séria neste período, que certa vez, uma jovem da segunda classe, mas de comportamento apreciável, filha de funcionário público,  foi indagada se queria fazer parte do grupo da primeira, simplesmente ela deu um não, e se justificou; “Na primeira, serei sempre segunda e na segunda sempre serei primeira”. O tempo foi passando, o coronelismos foi enfraquecendo, e praticamente bem ainda no início  da década de 1960  aos poucos a verticalização social de alguns começa tomar rumo  horizontalizado e certos seguimentos(poucos) arriscam uma verticalização. Tudo começa mudar e  as  festas juninas, tomam rumo diferente e atingem praticamente todas as camadas sociais. A renda, os brocados, cretones e sedas, dão lugar a chita, o riscado e o algodãozinho.  Sendo que o ponto de partida para a dança de Quadrilha com passos coreografados em nossa cidade teve como pontapé inicial  esta apresentação realizada na Rua do Maranhão. Graças ao empenho destes organizadores, corajosos, porque  despertou um gosto pelas quadrilhas juninas na cidade e neste ano será realizado o XXXI FESTIVAL CULTURAL DE QUADRILHAS JUNINAS.
Por volta de 1984, a cidade já contava com vários grupos de quadrilhas juninas individualizadas e sem um nome que os identificassem. O grupo era conhecido pelo nome dos organizadores da festa. Observando isso a Profª Naildes Lima Verde, convidou o Prof. Jose Dantas, para organizarem um Festival de Quadrilhas Juninas, para escolherem os melhores grupos da cidade. O local onde ocorreu, foi na Quadra do Colégio Santo Antonio.
Em 1989, a Profª Ineide Lima Verde, teve a iniciativa de organizar o Festival num local mais amplo para atender o público que gostava de ver e dançar quadrilhas juninas.
O espaço escolhido, foi a Praça do Xerem, no centro da cidade. Para homenagear o local, a Profª Ineide Lima Verde, condinominou o espaço como “Arraial do Gorgulho”, porque lá aos sábados ocorria a feira livre e o feijão era o produto mais encontrado e também por ser um dos pratos típicos de grande parcela das famílias valencianas. Com ou sem farinha, arroz, ou milho bem como com beiju de massa de mandioca e rapadura, o feijão é degustado pelo povo, mas quando for armazenado para o período da entre safra, se não for bem cuidado e com muita areia  peneirada, ele esquenta e cria gorgulho, daí o nome do Festival, uma homenagem ao gorgulho, inseto que dá no feijão, quando não é bem areiado.
Para organizar o Primeiro Festival de Quadrilhas Juninas de Valença, a Profª Ineide Lima Verde, convidou para lhe assessorar, a Profª Nereide Fernandes e o Prof. Antonio Jose Mambenga. E no dia 28 de junho de 1989, às 20:00hs foi inciada a festa com um grande público presente e muitas barracas de comidas e bebidas típicas.
Participaram as Quadrilhas Juninas: Joaquim Manoel, do Lindomar Amancio, Bela Flor da Profª Carmelita Batista, Maravilha, da Profª Walmira do Adão, Matutos da Noite da Profª Dona Rodrigues, Renascer do Crovapi, e da zona Rural: Quadrilha do Fumal, Quadrilha da Isidória. A campeã foi a Quadrilha Bela Flor. Neste ano de 1989, não houve participação de quadrilhas mirins.
As quadrilhas juninas em Valença, se mantém, através da força e força de vontade dos grupos organizados, da Prefeitura Municipal, que oferece toda infra-estrutura para o evento, através de contratação de bandas regionais e locais,  palco, som, iluminação, limpeza do espaço, decoração, premiações, banheiros químicos, segurança. Tudo isso para  que o evento continue sendo uma grande referencia no Território do Vale do Sambito e até mesmo a nível de Estado do Piauí. Pena que ainda falta mais apoio por parte de quem poderia patrocinar, mas um dia quem sabe a sensibilidade chega e sejam tocados pela essência da cultura local. Não é surpresa lê-se avisos desta natureza: Patrocínio de qualquer tipo,  suspenso!
Neste ano de 2019, o XXXI FESTIVAL CULTURAL DE QUADRILHAS JUNINAS DE VALENÇA DO PIAUÍ, será realizado, graças ao empenho da Prefeita Maria da Conceição Cunha Dias, da Secretária Municipal de Cultura e Turismo, Josilânia Lopes Martins Policarpo, do Vereador Leilivan Martins, das Secretaria Municipais, dos Grupos Juninos Organizados, e dos funcionários da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
É com este querer que o XXXI  Festival Cultural de Quadrilhas Juninas,  vai acontecer nos dias 28 – 29 e 30 de junho no Espaço Cultural do C S U em nossa cidade, com a graça de Deus e das pessoas de boa vontade, na certeza que a cultura de um povo é grande quando cada um faz sua parte é este o nosso sonho ou talvez a nossa grande utopia! Sintam-se todos convidados!

TEXTO: Prof. Antonio Jose Mambenga – Valença do Piauí, 25/06/2019
                         



                                     PROGRAMAÇÃO

Dia 28/06/2019 (Sexta-Feira) 19h00min as 23h00min  
Alusão ao Evento
Composição da mesa de honra

Apresentações:

01 -20h00min- ABERTURA OFICIAL (GRUPO CULTURAL XAMEGÃO DA 15) APRESENTAÇÃO DO CASAL MARIA BONITA E LAMPIÃO 2019/ GAROTO (A) FOLGUEDOS 2019.
02- 20h15min - 20h35min - QUADRILHA TINDÔ-LÊ-LÊ – MIRIM (U.E. JAIME LIMA VERDE – PROFª CARMEM)
03 – 20h35min –DANÇA XAXADO DAS ESTRELAS - UNIDADE ESCOLAR JOAQUIM MANOEL (CRISTIANO E TENÉ)
04 – 20h45min - QUADRILHA ESTRELINHA DO SERTÃO- MIRIM (U. E. JOAUIM MANOEL – PROFª LÍDIA E MARA)
05- 21h05min - PINGA FOGO – MIRIM  (U E AMANDO LIMA- PROFª IARA E PROFª MARIINHA)
06 –21h25min- QUADRILHA FELICIDADE- MIRIM (SENHOR PLÁCIDO E DONA EROTILDES)
07 – 21h45min- QUADRILHA SASSARICANOS DA NOITE –IDOSOS (ASSISTENCIA SOCIAL- IELVA MELÃO
08 –22h15min- QUADRILHA LUA DE PRATA (DEMERVAL LOBÃO)

ATRAÇÕES DA NOITE- 23h00min as 06h00min
D’ ALCANTARA E BANDA MONTAGEM – PALCO 01
NODA DE CAJÚ – PALCO 01
NO ESQUENTA – BANDA DOS MAGRINHOS

Dia 29/06/2019 (Sábado) 19h00min as 24h00min
Alusão ao Evento
Composição da mesa de honra e jurados

Apresentações:
01 –19h50min- QUADRILHA DO CHIQUINHO-ADULTO (PADRE ANTONIO CARLOS)
02- 20h15min- QUADRILHA ESTRELAS DA TINDÔ-LÊ-LÊ – ADULTA (U.E. JAIME LIMA VERDE - DEYSE).


Competição:
03 –20h40min- QUADRILHA DO EJC- ADULTA (RAUL SOARES)
04-21h05min- QUADRILHA TINDÔ-LÊ-LÊ – ADULTA (U.E. JAIME LIMA VERDE – (Professoras -CARMEM E ANDRELINA)
05– 21h35min- QUADRILHA ESTRELA DO SERTÃO- ADULTO (U. E. JOAUIM MANOEL – PROFª LÍDIA E MARA)
06- 22h05min - QUADRILHA FELICIDADE- ADULTO (SENHOR PLÁCIDO E DONA EROTILDES)
07- 22h30min –QUADRILHA ARRAIÁ DAS PASTORAIS – ADULTO-(AMPARO)
08- 23h00- CANGAÇO DE OURO- ADULTO (LUAN FERNANDES).

ATRAÇÕES DA NOITE- 24h00min as 06h00min
TOME FORRÓ – PALCO 01
 FABRICIA SHOW– PALCO 01
CRISTIANO PIPOW
NO ESQUENTA - VANVAN FURAÇÃO


Dia 30/06/2019 (Domingo)- 19h00min as 24h00min
Alusão ao Evento
Composição da mesa de honra e Jurados

Apresentações:
01- 19h35min- GRUPO JUNINO ARRASTA PÉ DO CAPS (PAULA- SEC. DE SAÚDE)

Competição
02-20h00min- QUADRILHA EVOLUÇAÕ JUNINA- ADULTA – NOVO-ORIENTE
03 –20h35min- QUADRILHA JUNINA ARRASTA PÉ DOS CAIPIRAS– ADULTA – PICOS
04 –21h10min- QUADRILHA BEIJA FLOR DO SERTÃO - ADULTA- PIMENTEIRAS
05 – 21h45min- QUADRILHA JUNINA VERDE AMARELO – ADULTA- PICOS
06 –22h20min- QUADRILHA JUNINA CHAPEU DE PALHA – ADULTA - TERESINA
07–22h55min- FOLE DA SANFONA  - ADULTA- TERESINA
08-23h30min- RAIZES DO SRTÃO  - ADULTA-FRANCISCO AYRES

ATRAÇÕES DA NOITE- 24h30min as 04h30min
 GUILHERME DANTAS– PALCO 01
 FELIPE ENVOLVENTE– PALCO 01

Programção: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – Valença do Piauí 


terça-feira, 18 de junho de 2019

SÍNTESE BIOGRÁFICA DO VALENCIANO DR ALCIDES MARTINS NUNES








                                                       Foto: internet www.alepi.pi.gov.br

                         HISTÓRIA DE VIDA – DR ALCIDES MARTINS NUNES
Alcides Martins Nunes, nasceu no dia 19 de maio de 1918 em Valença, filho de Abdon Portella Nunes e de Francisca Martins de Castro Nunes. Teve uma infância não diferente das crianças de sua época, que se bifurcava entre a vida na cidade e as visitas às propriedades rurais da família. O certo é que Alcides Nunes, se adaptava às realidades de cada espaço. Se na cidade usufruía de bons momentos de lazer às margens do Rio Caatinguinha, .... tão bem retratados pelo poeta João Ferry no soneto Poço Azul. Na zona rural se deleitava com a vida campesina em aventuras não tão diferentes das praticadas na zona urbana, Cada realidade era diferente uma da outra, mas completavam a vida e sonhos de criança.
Estudou as primeiras letras na Escola São Jose do mestre Jose Francisco Ferreira, aprendendo o suficiente para obter conhecimentos cuja continuidade foram dados em Teresina, no Colégio São Francisco de Sales(Diocesano), onde fez o Curso Ginasial e o Secundário. Em São Luis(MA), fez o Curso Pré Jurídico. Em 1941, ingressou na Faculdade de Direito do Piauí. Em Salvador(BA) estudou Ciências Jurídicas e Sociais, cuja conclusão ocorreu em 1945, o que lhe deu o direito de exercer o exercício da advocacia a partir de 1946.
Ingressando na política, foi constituinte em 1947 e se reelegeu deputado em 1950 e 1954, sob a legenda do Partido Social Democrático. Foi membro da Comissão de Constituição e Justiça. Bem como da Redação Final na Assembleia Legislativa – 1947/1957. Foi Vice-Presidente da Assembleia – 1955/1957. Foi de sua autoria o Projeto de Lei Nº 128/07/1948 que mudou o nome da cidade de Berlengas para Valença do Piauí, a partir de 1º de janeiro de 1949, atendendo a reivindicação do povo valenciano que não se adaptava com a mudança do nome da cidade berço, Valença para Berlengas ocorrido em 1943 pelo Decreto Nº 754 de 30 de dezembro pelo Governo Federal. O Deputado Alcides Nunes, viu o clamor do povo e lutou pelo retorno do nome original (Valença, acrescido do nome Piauí).
Como Deputado Estadual, prestou relevantes serviços à terra berço, colocando-se sempre à vanguarda dos interesses da coletividade, por entender as necessidades individuais e coletiva de seus conterrâneos, tudo isso por ser um homem inteligente, profundamente democrático, o que lhe proporcionava desfrutar em grande parte do Estado do Piauí, de prestígio político (Almanaque do Cariri – 1952)
Nomeado Juiz( hoje Conselheiro) do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, cuja posse ocorreu no dia 19 de setembro de 1957. Neste Colegiado, foi Vice-Presidente durante mais de um decênio. Instalou e Dirigiu a Diretoria de Assuntos Municipais: foi Supervisor da Auditoria Externa na fase de  implantação; e Presidente do biênio 1979/1980.(1º de janeiro de 1979 a 31 de dezembro de 1980)
Agraciado com as seguintes Comendas:  Medalha do Mérito  Renascença, Medalha do Mérito Legislativo, Medalha do Mérito Conselheiro Jose Antonio Saraiva, Medalha Ordem do mérito Governador João Pereira Caldas, Medalha Petrônio Portella da Academia de Letras da Confederação Valenciana.
Em Teresina, exerceu a docência no Colégio São Francisco de Sales, com as disciplinas: História do Piauí e Economia, bem como Organização Social e Política Brasil. Também em Teresina, fundou com outros parlamentares o Jornal O Estado, do qual foi seu Diretor. Dirigiu também, durante dois biênios consecutivos (1951/1954) a Associação Piauiense de Imprensa. Colaborou, ainda. Para o Jornal do Comercio, Resistência, Jornal do Piauí e Estado do Piauí. Foi Vice-Presidente da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC – (1966/1976), tendo exercido a Presidência por várias vezes.
Membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí. Sócio Benemérito do Instituto Histórico e Geográfico de Oeiras. Membro da Academia de Letras da Confederação Valenciana.
OBRAS PUBLICADAS:
- Anuário de Valença do Piauí (1951/1952)
- Cronologia Histórica de Valença do Piauí (1962)
- Discursos ( 1968)
- Participação  do Piauí na luta pela Independência do Brasil (1972)
- Meu Bisavô – Norberto de Castro (1974)
- A Obrigatoriedade da prestação de Contas (1979)
- Vultos de Valença (1982)
- Meu Pai – Abdon Portella Nunes (1988)
Casado com a Sra. Odete Soares Ferreira Nunes(in memoriam) de cujo enlace nasceram: 11 filhos: Célia, Odete, Alcides Filho, Maria Franci(in memoriam) Tânia, Raimundo, Maria Franci, Vânia, Liana, Liene e Kênia.
Em 1952, por ocasião do Centenário de Teresina, O Almanaque do Carriri, dedicou uma Edição especial sobre o Piauí, e o texto sobre Valença, foi escrito por Alcides Nunes.
Em 1960, fundou em Valença o Jornal Folha Rural, cujo primeiro número circulou no dia 25 de dezembro do mesmo ano, por ocasião da Festa do Natal do Senhor e Festa da Padroeira Nossa Senhora do Ó.
Em 1980, escreveu a Biografia do Cônego Acylino Baptista Portella Ferreira, na Revista Nº 02 do Instituto Histórico de Oeiras.
Alcides Nunes, era um valenciano que amava sua terra berço, sempre estava presente nas festividades cívicas, religiosas e sociais. Por várias vezes foi Imperador da Festa do Divino Espírito Santo, como político trabalhou em prol do bem comum, não só em Valença mas para toda região confederada. São de sua autoria os primeiros textos sobre a História de nossa cidade, cujos conteúdos serviram e ainda servem de base para pesquisadores encontrarem referencias sobre a História de nossa terra. Como diz (Lucília Salgado: 2006 – 35 – 34) São os homens que constroem sua visão e representação das diferentes temporalidades e acontecimentos que marcaram sua própria história, isto porque, tempo e memória são processos interligados. O tempo da memória ultrapassa o tempo de vida individual e encontra-se com o tempo da História. Daí a História ser construída baseada no tempo que cada um escolhe para escrever.

Sua transcendência ocorreu no dia 13 de julho de 2007 em Teresina-PI

MEU POÇO AZUL (João Ferry)
Meu Poço Azul da minha meninice,
Todo ensombrado de árvores frondosas,
Quem foi que te contou, quem foi que te disse
Que eu te esquecia nas manhãs formosas?...
       Trepado num cipó, sem gabolice,
       Em balanços de curvas perigosas
        Eu saltava, “ti-bun-go”, ai que doidice.
         No mergulho das águas  vaporosas!
Depois, um dia, quando, envelhecido,
Procurei teu regaço abençoado
Para o banho, meu Deus, quantos abrolhos!....
         Meu Poço Azul havia sucumbido,
         Tudo era morte, mas voltei banhado,
          Com as lágrimas do poço dos meus olhos!
O Soneto Meu Poço Azul, João Ferry, dedicou a seu amigo Alcides Nunes, em 16 de abril de 1955)

BIBLIOGRAFIA
DELGADO, Lucília de Almeida Neves, História Oral – memória, Tempo, Identidades,
                    Autêntica Editora – Belo Horizonte - 2006
NOGUEIRA, Tânia Ferreira Martins Nunes, Os Martins Nunes – 2018 – Teresina – Piauí
NUNES, Alcides Martins, Anuário de Valença do Piauí  - 1951/1952 -  Teresina- PI(1953)
_______ VALENÇA – Dados Gerais sobre o município – (IN) Almanaque do Carriri – 1952 – Fortaleza - CE
______  Vultos de Valença, 1982 – Teresina – PI
_______ Meu Pai Abdon Portella Nunes – Teresina – 1988
_______ Cônego Acylino, IN Revista do Instituto Histórico de Oeiras – Nº 02  - 1980
_______ Cronologia Histórica de Valença, Jornal Folha Rural – 1962 – 1965 – Teresina
MATOS, J. Miguel de, Garimpagem – Senado Federal – Centro Gráfico: Distrito Federal – 1980
Webgrafia: Portal HTTP//WWW.alepi.pi.gov.br – Biografia: Dep Alcides Martins Nunes
 Pesquisa feita em 25/11/2018

                                         Valença do Piauí, 29 de novembro de 2018
                                                   Prof. Antonio Jose Pereira da Silva
                                                                       Pesquisador





sábado, 4 de maio de 2019

REPRESENTAÇÕES SOBRE O COMERCIO DE VALENÇA DO PIAUI


             REPRESENTAÇÕES SOBRE O COMERCIO EM VALENÇA DO PIAUÍ (recorte histórico)
O Comércio é uma das bases econômicas para o desenvolvimento de um lugar. Em Valença do Piauí  a atividade comercial é bem remota, cujas manifestações surgiram com a chegada dos primeiros colonizadores por volta dos anos 60 do século XVII. Com a instalação das fazendas de gado no início do século XVIII ocorreu a prática de exportação do gado para outras regiões da colônia.
O extrativismo vegetal da cera de carnaúba, leite de maniçoba e mangaba foi muito fluente no final do século XIX até o final da década de 1920, bem como a produção de rapadura e farinha e goma.
A falta de documentos escritos dificultam informações mais seguras sobre o assunto, daí a necessidade de recorrer a História memória para obter  informações pertinentes com pessoas mais idosas que viram e/ou ouviram falar sobre o comercio e comerciantes da cidade.
A feira livre, realizada aos sábados em Valença, desempenhou e ainda continua em voga, por se tratar de um tipo de comercio coletivo onde se encontra praticamente de tudo, primeiro funcionou num espaço por traz da atual Igreja São Benedito, debaixo de umas árvores de grande porte, o local ficava às margens da estrada real que passava entre as atuais casas do Sr Abdias Isidório e Sr. Jaime Lima Verde. Depois com o desenvolvimento da cidade, a feira livre funcionou num espaço do cruzamento da Rua Norberto de Castro com Mundico Dantas até o ano de 1924. O referido local por muito tempo ficou conhecido por “feira velha”.
Em 1924, o Prefeito Municipal Zeca de Castro, construiu o Mercado Público, ao lado da Igreja Nossa Senhora do Ó, com espaços suficientes para instalação de bodegas ou quitandas como eram conhecidas na linguagem de época.
Na década de 1970 o Prefeito municipal Dr Nemésio Veloso, construiu um novo local para funcionar a feira livre, dando o nome de Centro de Abastecimento “O XEREM”. Com a criação do Mercado Público em 1924 ocorreu uma definição do Comércio, das bodegas, quitandas e/ou mercearias de gêneros. Cada uma vendia de tudo, praticamente dentro da realidade sócio econômica dos moradores da cidade e região.
Em todos os estabelecimentos comerciais, tinha sal em pedra, vendido no litro ou no prato de madeira, ou em pequenas porções chamadas de “mercado”.  O café, era outro produto, era comercializado no quilo,  meio quilo, 250g, mas em grãos e cru em casa era torrado na panela de ferro mexido com uma palheta de madeira, depois socado no pilão e peneirado, mas antes passava por um processo de ser emergido em melaço, para pegar a consistência. Do que ficava na panela e pilão era feito a “margarida”, um café que era degustado por quem fazia o trabalho de preparação da massa preciosa do café. Era muito gostosa.
O açúcar, para classe popular era tão raro e caro que era vendido na colher. O freguês chegava e solicitava uma, duas, ou mesmo três colheres de açúcar. Era preciso adoecer para poder ingerir açúcar.
Linha de costurar, era vendida em novelos pequenos e só tinha na cor branca. Anil, era em forma cilíndrica no tamanho de 2cm, mas era procurado como pedra DE ANIL. Biscoitos, era bolacha Maria, também vendida por unidades. As bolachas vinham em latas de tamanho médio, geralmente nas chamadas meia latas, mas existiam umas latas em forma oval e outra redondas. Todas com tampas.
Outro produto muito vendido nestes estabelecimentos comerciais, era querosene, este também o mais fragmentado possível, litro, garrafa, meia garrafa e muitos como Dona Tereza Preta, levava a própria lamparina para comprar o mercado de querosene (quantidade suficiente para uma noite ou duas). Outro produto muito procurado era fumo de rolo, soda cáustica, naquele tempo chama de “potassa”
Nome como: Newtom Borges, Celso, Fernando Isidório, Eliseu, Piano, Zé Arteiro. Pedro Curdulino, Ze Marreiros, Dolande, Ze Cateu, dentre outros eram referencias, muitos já substituindo outros.
No Mercado Central, existiam outros pontos comerciais, para venda de tecidos, como a Loja do Sr Joaquim Lima Verde, do Sr Gil Marques, do Sr Grosso Rabelo, e do Sr João Luzia, onde vendiam:  morim, algodãozinho, linho, seda, bramante, cretone, rendas, chitas, cambraias, opalas, gorgorão, caque, riscado, tricolina, tropical, eno final da dácada de 1960, o famoso “volta ao mundo” e tergal. Os tecidos eram chamados de fazendas e eram vendidos no metro. No meio de tudo isso, tinha também chapéus e pano de rede. 
No mercado Público, existia espaço para venda de cachaça destilada e outras, cinzano, conhaque, são joão da barra, jurubeba e outras marcas, os clientes comprava, por um sistema chamado “dose”, ou meiota.
Numa das entradas frontais, porque eram quatro ao todo, a que ficava do lado da Rua Deputado Jose Nunes, ficava o Café da Dona Preta Bolô, que vendia: beiju de goma, cuscuz de milho, e bolo frito. O referido Café de Dona Preta, era aberto a partir da 5:00hs da manhã para atender as pessoas que iam comprar carne no açougue municipal que funcionava no local onde atualmente é a Casa Dantas e imediações.
Dona Preta, atendia também o serviço de restaurante com um cardápio variado que ia da costela de vaca, mão de vaca, bife de fígado acebolado, cozidão, galinha caipira, carne de porco ao molho, assada no forno e feito frito. As verduras vinham da casa da Chiquinha Furtuosa, eram: cebola em folha, coentro, alface,  folha de mantegueira e tomates d’água, só aos sábados porque vinham da comunidade macambira, cultivados por Dona Branca. As abóboras, jerimuns, e macaxeiras, eram provenientes do Riacho Barnabé trazidos pelo Sr. Martinho Sousa. Com tudo isso, mas o espaço era conhecido  por Café da Dona Preta Bolô. O serviço  de atendimento era feito por suas filhas: Morena, Leni e a Marlene, mais conhecida por Noinha mãe do Rarrá, cuja simpatia enobrecia o espaço.
Ao lado do Mercado Público, ficava a Mercearia do Sr Augusto Sampaio, uma das mais sortidas da cidade, funcionando na cidade desde o final da década e 1950. Existia também a mercearia do Sr. Eneas Barreto.
Em outros pontos da cidade existia outros estabelecimentos comerciais: Casa Martins, Farmacia Martins, Farmácia Central, Casa Nunes.
A cidade de Valença, não existia serviço de Bancos, as pessoas recorriam a senhores da elite local que praticavam a agiotagem, somente em 1968 chegou a primeira instituição financeira.
A educação escolar, também era um comercio através das escolas particulares, inclusive o Ginásio Santo Antonio.
A cidade cresceu, com isso o comercio foi se adequando a realidade de seus habitantes. Novos grupos foram chegando e se radicando na cidade, nome como o Grupo Dino Barbosa, e tantos outros. Somente na década de 1980 chegou o primeiro Supermercado, o Servilar da Dona Araci e o Sr Natan, funcionou num espaço de frente o atual Bar da Onda.    
A primeira Churrascaria, com garçon uniformizado foi a Meu Cantinho, do Juvenal Marreiro, funcionou em frente a Creche Dayane Lima Verde.
Os Bares e restaurantes, que também são referencias comerciais, podemos citar o Bar Glória às margens do Rio Catinguinha e o Bar Glória, a Pensão Moderna e a Pensão Melão. São tambem referencias comerciais que não podem deixar de ser citados, O bar e Restaurante Alvorada, a Casa Flórida e os  Postos de Gasolina Alvorada, e o Posto Esso, que funcionou em frente ao antigo Bar Glória.
Percebe-se que o comercio valenciano, funciona como um dos setores de desenvolvimento da cidade. Parei na década de 1980, ficando os anos 1990 a atualidade um novo texto.

                                           Texto: Prof. Antonio Jose Mambenga
                                            Valença do Piauí, 04/05/2019