quarta-feira, 26 de junho de 2019

HISTÓRIA DAS QUADRILHAS JUNINAS EM VALENÇA DO PIAUÍ


XXXI FESTIVAL CULTURAL DE QUADRILHAS JUNINAS DE VALENÇA DO PIAUÍ
A cultura de uma cidade é construída ao longo dos anos pelo próprio povo, levando em conta os ensinamentos e vivências de seus ancestrais, que por sua vez herdaram também os conhecimentos de seus antepassados. Todo este saber se imbrica  na memória e se esvai pelas mentes dos guardiões da cultura para no momento  certo delinear as boas lembranças de um passado, ora distante,  mas ora tão próximo,  cuja dicotomia não dificulta entrelaçar o saber entre  daqueles que são levados pela sensibilidade de ascender nas gerações em formação um olhar diferente para um tempo que virou saudade no contexto histórico da própria cidade. Estes guardiãos de conhecimentos  e/ou griôs como também podem ser codinominados, transformam em tradição estes momentos sublimes de onde viveram ou onde vivem ainda, levando em conta a sociedade local sem distinção social, porque cada caso é diferente do outro e cada grupo social viveu  ou ainda vive  sua história conforme seu próprio padrão sócio financeiro. E como a cultura é de todos, jamais  poderá se omitir de registrar as manifestações de um povo ocorridas  numa cidade. E como dia Antonio Novoa: A moeda tem sempre dois lados.
Em  Valença do Piauí, não é diferente, o que dificulta são os registros escritos. Daí, a necessidade do recorte temporal e histórico, e  buscar tambem informações através da metodologia da História memória, para  conseguir informações na tentativa de transformar em texto os dizeres, os fazeres, a cotidianidade do povo num período de suas vivências especificamente no mês de junho, onde ocorriam as manifestações dos três Santos Católicos: Santo Antônio, dia 13; São João, dia 24; São Pedro, dia 29. Outra dificuldade foi a fragmentação da área territorial da cidade de Valença, porque temos uma Valença até 1954 cuja área territorial agregava os 14 municípios que formam atualmente o Território do Vale do Sambito e a partir daquele ano  ocorreram os desmembramentos formando novas cidades. Daí ser difícil dar  uma noção geral das festas juninas na Valença do Piauí, anterior a este período, até que seria muito bom. Neste caso as informações serão dadas, conforme dados fornecidas, até o ano de 1988, porque em 1989, quando ocorreu o 1º Festival de Quadrilhas, na gestão do Prefeito Francisco Alcântara,  a Profª  Ineide Lima Verde(Secretária de Educação e Cultura, na época), criou o 1º Festival de Quadrilhas Juninas de Valença do Piauí, promovido pela Prefeitura Municipal,  onde teve a preocupação de fazer uma ficha de inscrição, e arquivar para ficar registrado na História da cidade este grande acontecimentos atrelado as manifestações juninas em nossa cidade.
Seguindo a tradição ancestral, aqui aconteciam comemorações  oriundas da Terra Lusa, trazidas pelos primeiros colonos que aqui se estabaleceram dentre elas as manifestações juninas que  ocorriam anualmente como festa da fertilidade, em sinal de agradecimento as divindades pela boa colheita, cuja simbologia se resumia numa fogueira em frente a casa, uma árvore fincada, ou mesmo um mastro numa peça de madeira escolhida entre as mais altas da redondeza, no topo era colocado uma mastro com a imagem do Santo Homenageado, São João era o mais preferido. Como era difícil a estampa do Santo, geralmente um tecido branco ou de cor clara para substituir. Geralmente este ritual ocorria nas residências onde aconteciam os novenários, uma por localidade na zona rural, principalmente nas fazendas sob a responsabilidade dos proprietários, momento que convidavam todos os moradores. Aqueles que por motivos superiores não poderiam ir, realizavam suas fogueiras na própria residência, em vez de mastro, colocavam era uma árvore ou mesmo uma palmeira dependendo da que se encontrava com facilidade na região, a mais usada era o paty, o tucum era o menos usado devido os espinhos. A carnaúba,  nem pensar devido a produção, e o buriti, era fatal, porque só tinha nos brejos e nem os proprietários tinham coragem de perder tão preciosa palmeira. Durante a fogueira, seguiam o mesmo ritual da manifestação junina.   No perímetro urbano da cidade, a festa era mais ampla,  pela dimensão de espaço e  a situação pecuniária de cada família. Cada um comemorava conforme as posses.
O tempo passou. O mundo do pós guerra, pontuava uma nova época. O Brasil, já não era mais o mesmo. Valença, também não. A migração interna começou. As famílias da zona rural optaram pelas cidades, não só em Valença-Pi, mais em todo Piauí e Brasil. De onde partiam deixavam a saudade, mas traziam consigo a memória de suas tradições, dentre elas das festas juninas. A cidade neste período recebeu pessoas de  cidades da circunvizinhança, bem como de outros Estados da Federação Brasileira, o que somou para o crescimento de nossa História e praticamente de nossa cultura. Convém dizer que pessoas daqui também migraram para o sul do País, São Paulo, foi a grande opção. Das localidades mais próximas, temos notícias de pessoas da família Baía da Lagoa do Sítio, foram as primeiras a se arriscarem ir para Terra Bandeirante. Da região do Sambito, tantas outras, para o Maranhão nem se contam a quantidade. O certo que estas pessoas também, levaram e deixaram saudade da terra mãe e lá com certeza se aclimataram e somaram com a cultura e História local.
O certo que em 1958, na Rua do Maranhão, que era todo aquele espaço pós a segunda Ponte do Catinguinha, até chegar na Ladeira a Valencinha, aconteceu a primeira  festa de Quadrilha com passos marcados e coreografados na atual Rua Ivete Veloso, frente a residência do Casal Didito Oliveira e Francisca, no mês de julho por ocasião de um festejo de São Benedito. A festa foi muito interessante, todos foram ver a grande novidade, uma festa matuta na cidade.
Para ensaiar os passos veio um senhor da cidade de Picos a convite da organização. O sanfoneiro, foi Zé Filho, proveniente  da localidade onde  atualmente é a  cidade de Lagoa do Sítio. Foi tão animada a festa, que foi criada uma relação de espera para aqueles  que não tiveram  oportunidade de dançar naquela quadrilha. Para tanto não eras só querer, precisava  passar por um período sendo observado o comportamento para poder dançar na quadrilha do ano seguinte. Existia e persistia ainda naquele período a divisão social, e o grupo organizador da quadrilha junina, era composto de pessoas que pertenciam a segunda classe social. Os da terceira classe, não poderiam participar, se não fossem primeiro observado e analisado pelo grupo, cujo comportamento somava para a ascensão ao grupo. Os do grupo da Primeira classe, ouviram falar da festa e até certo ponto, se admiraram! Eh! A cidade tá crescendo! (Darwim, explica.(grifo meu)  A divisão social era tão séria neste período, que certa vez, uma jovem da segunda classe, mas de comportamento apreciável, filha de funcionário público,  foi indagada se queria fazer parte do grupo da primeira, simplesmente ela deu um não, e se justificou; “Na primeira, serei sempre segunda e na segunda sempre serei primeira”. O tempo foi passando, o coronelismos foi enfraquecendo, e praticamente bem ainda no início  da década de 1960  aos poucos a verticalização social de alguns começa tomar rumo  horizontalizado e certos seguimentos(poucos) arriscam uma verticalização. Tudo começa mudar e  as  festas juninas, tomam rumo diferente e atingem praticamente todas as camadas sociais. A renda, os brocados, cretones e sedas, dão lugar a chita, o riscado e o algodãozinho.  Sendo que o ponto de partida para a dança de Quadrilha com passos coreografados em nossa cidade teve como pontapé inicial  esta apresentação realizada na Rua do Maranhão. Graças ao empenho destes organizadores, corajosos, porque  despertou um gosto pelas quadrilhas juninas na cidade e neste ano será realizado o XXXI FESTIVAL CULTURAL DE QUADRILHAS JUNINAS.
Por volta de 1984, a cidade já contava com vários grupos de quadrilhas juninas individualizadas e sem um nome que os identificassem. O grupo era conhecido pelo nome dos organizadores da festa. Observando isso a Profª Naildes Lima Verde, convidou o Prof. Jose Dantas, para organizarem um Festival de Quadrilhas Juninas, para escolherem os melhores grupos da cidade. O local onde ocorreu, foi na Quadra do Colégio Santo Antonio.
Em 1989, a Profª Ineide Lima Verde, teve a iniciativa de organizar o Festival num local mais amplo para atender o público que gostava de ver e dançar quadrilhas juninas.
O espaço escolhido, foi a Praça do Xerem, no centro da cidade. Para homenagear o local, a Profª Ineide Lima Verde, condinominou o espaço como “Arraial do Gorgulho”, porque lá aos sábados ocorria a feira livre e o feijão era o produto mais encontrado e também por ser um dos pratos típicos de grande parcela das famílias valencianas. Com ou sem farinha, arroz, ou milho bem como com beiju de massa de mandioca e rapadura, o feijão é degustado pelo povo, mas quando for armazenado para o período da entre safra, se não for bem cuidado e com muita areia  peneirada, ele esquenta e cria gorgulho, daí o nome do Festival, uma homenagem ao gorgulho, inseto que dá no feijão, quando não é bem areiado.
Para organizar o Primeiro Festival de Quadrilhas Juninas de Valença, a Profª Ineide Lima Verde, convidou para lhe assessorar, a Profª Nereide Fernandes e o Prof. Antonio Jose Mambenga. E no dia 28 de junho de 1989, às 20:00hs foi inciada a festa com um grande público presente e muitas barracas de comidas e bebidas típicas.
Participaram as Quadrilhas Juninas: Joaquim Manoel, do Lindomar Amancio, Bela Flor da Profª Carmelita Batista, Maravilha, da Profª Walmira do Adão, Matutos da Noite da Profª Dona Rodrigues, Renascer do Crovapi, e da zona Rural: Quadrilha do Fumal, Quadrilha da Isidória. A campeã foi a Quadrilha Bela Flor. Neste ano de 1989, não houve participação de quadrilhas mirins.
As quadrilhas juninas em Valença, se mantém, através da força e força de vontade dos grupos organizados, da Prefeitura Municipal, que oferece toda infra-estrutura para o evento, através de contratação de bandas regionais e locais,  palco, som, iluminação, limpeza do espaço, decoração, premiações, banheiros químicos, segurança. Tudo isso para  que o evento continue sendo uma grande referencia no Território do Vale do Sambito e até mesmo a nível de Estado do Piauí. Pena que ainda falta mais apoio por parte de quem poderia patrocinar, mas um dia quem sabe a sensibilidade chega e sejam tocados pela essência da cultura local. Não é surpresa lê-se avisos desta natureza: Patrocínio de qualquer tipo,  suspenso!
Neste ano de 2019, o XXXI FESTIVAL CULTURAL DE QUADRILHAS JUNINAS DE VALENÇA DO PIAUÍ, será realizado, graças ao empenho da Prefeita Maria da Conceição Cunha Dias, da Secretária Municipal de Cultura e Turismo, Josilânia Lopes Martins Policarpo, do Vereador Leilivan Martins, das Secretaria Municipais, dos Grupos Juninos Organizados, e dos funcionários da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
É com este querer que o XXXI  Festival Cultural de Quadrilhas Juninas,  vai acontecer nos dias 28 – 29 e 30 de junho no Espaço Cultural do C S U em nossa cidade, com a graça de Deus e das pessoas de boa vontade, na certeza que a cultura de um povo é grande quando cada um faz sua parte é este o nosso sonho ou talvez a nossa grande utopia! Sintam-se todos convidados!

TEXTO: Prof. Antonio Jose Mambenga – Valença do Piauí, 25/06/2019
                         



                                     PROGRAMAÇÃO

Dia 28/06/2019 (Sexta-Feira) 19h00min as 23h00min  
Alusão ao Evento
Composição da mesa de honra

Apresentações:

01 -20h00min- ABERTURA OFICIAL (GRUPO CULTURAL XAMEGÃO DA 15) APRESENTAÇÃO DO CASAL MARIA BONITA E LAMPIÃO 2019/ GAROTO (A) FOLGUEDOS 2019.
02- 20h15min - 20h35min - QUADRILHA TINDÔ-LÊ-LÊ – MIRIM (U.E. JAIME LIMA VERDE – PROFª CARMEM)
03 – 20h35min –DANÇA XAXADO DAS ESTRELAS - UNIDADE ESCOLAR JOAQUIM MANOEL (CRISTIANO E TENÉ)
04 – 20h45min - QUADRILHA ESTRELINHA DO SERTÃO- MIRIM (U. E. JOAUIM MANOEL – PROFª LÍDIA E MARA)
05- 21h05min - PINGA FOGO – MIRIM  (U E AMANDO LIMA- PROFª IARA E PROFª MARIINHA)
06 –21h25min- QUADRILHA FELICIDADE- MIRIM (SENHOR PLÁCIDO E DONA EROTILDES)
07 – 21h45min- QUADRILHA SASSARICANOS DA NOITE –IDOSOS (ASSISTENCIA SOCIAL- IELVA MELÃO
08 –22h15min- QUADRILHA LUA DE PRATA (DEMERVAL LOBÃO)

ATRAÇÕES DA NOITE- 23h00min as 06h00min
D’ ALCANTARA E BANDA MONTAGEM – PALCO 01
NODA DE CAJÚ – PALCO 01
NO ESQUENTA – BANDA DOS MAGRINHOS

Dia 29/06/2019 (Sábado) 19h00min as 24h00min
Alusão ao Evento
Composição da mesa de honra e jurados

Apresentações:
01 –19h50min- QUADRILHA DO CHIQUINHO-ADULTO (PADRE ANTONIO CARLOS)
02- 20h15min- QUADRILHA ESTRELAS DA TINDÔ-LÊ-LÊ – ADULTA (U.E. JAIME LIMA VERDE - DEYSE).


Competição:
03 –20h40min- QUADRILHA DO EJC- ADULTA (RAUL SOARES)
04-21h05min- QUADRILHA TINDÔ-LÊ-LÊ – ADULTA (U.E. JAIME LIMA VERDE – (Professoras -CARMEM E ANDRELINA)
05– 21h35min- QUADRILHA ESTRELA DO SERTÃO- ADULTO (U. E. JOAUIM MANOEL – PROFª LÍDIA E MARA)
06- 22h05min - QUADRILHA FELICIDADE- ADULTO (SENHOR PLÁCIDO E DONA EROTILDES)
07- 22h30min –QUADRILHA ARRAIÁ DAS PASTORAIS – ADULTO-(AMPARO)
08- 23h00- CANGAÇO DE OURO- ADULTO (LUAN FERNANDES).

ATRAÇÕES DA NOITE- 24h00min as 06h00min
TOME FORRÓ – PALCO 01
 FABRICIA SHOW– PALCO 01
CRISTIANO PIPOW
NO ESQUENTA - VANVAN FURAÇÃO


Dia 30/06/2019 (Domingo)- 19h00min as 24h00min
Alusão ao Evento
Composição da mesa de honra e Jurados

Apresentações:
01- 19h35min- GRUPO JUNINO ARRASTA PÉ DO CAPS (PAULA- SEC. DE SAÚDE)

Competição
02-20h00min- QUADRILHA EVOLUÇAÕ JUNINA- ADULTA – NOVO-ORIENTE
03 –20h35min- QUADRILHA JUNINA ARRASTA PÉ DOS CAIPIRAS– ADULTA – PICOS
04 –21h10min- QUADRILHA BEIJA FLOR DO SERTÃO - ADULTA- PIMENTEIRAS
05 – 21h45min- QUADRILHA JUNINA VERDE AMARELO – ADULTA- PICOS
06 –22h20min- QUADRILHA JUNINA CHAPEU DE PALHA – ADULTA - TERESINA
07–22h55min- FOLE DA SANFONA  - ADULTA- TERESINA
08-23h30min- RAIZES DO SRTÃO  - ADULTA-FRANCISCO AYRES

ATRAÇÕES DA NOITE- 24h30min as 04h30min
 GUILHERME DANTAS– PALCO 01
 FELIPE ENVOLVENTE– PALCO 01

Programção: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – Valença do Piauí 


terça-feira, 18 de junho de 2019

SÍNTESE BIOGRÁFICA DO VALENCIANO DR ALCIDES MARTINS NUNES








                                                       Foto: internet www.alepi.pi.gov.br

                         HISTÓRIA DE VIDA – DR ALCIDES MARTINS NUNES
Alcides Martins Nunes, nasceu no dia 19 de maio de 1918 em Valença, filho de Abdon Portella Nunes e de Francisca Martins de Castro Nunes. Teve uma infância não diferente das crianças de sua época, que se bifurcava entre a vida na cidade e as visitas às propriedades rurais da família. O certo é que Alcides Nunes, se adaptava às realidades de cada espaço. Se na cidade usufruía de bons momentos de lazer às margens do Rio Caatinguinha, .... tão bem retratados pelo poeta João Ferry no soneto Poço Azul. Na zona rural se deleitava com a vida campesina em aventuras não tão diferentes das praticadas na zona urbana, Cada realidade era diferente uma da outra, mas completavam a vida e sonhos de criança.
Estudou as primeiras letras na Escola São Jose do mestre Jose Francisco Ferreira, aprendendo o suficiente para obter conhecimentos cuja continuidade foram dados em Teresina, no Colégio São Francisco de Sales(Diocesano), onde fez o Curso Ginasial e o Secundário. Em São Luis(MA), fez o Curso Pré Jurídico. Em 1941, ingressou na Faculdade de Direito do Piauí. Em Salvador(BA) estudou Ciências Jurídicas e Sociais, cuja conclusão ocorreu em 1945, o que lhe deu o direito de exercer o exercício da advocacia a partir de 1946.
Ingressando na política, foi constituinte em 1947 e se reelegeu deputado em 1950 e 1954, sob a legenda do Partido Social Democrático. Foi membro da Comissão de Constituição e Justiça. Bem como da Redação Final na Assembleia Legislativa – 1947/1957. Foi Vice-Presidente da Assembleia – 1955/1957. Foi de sua autoria o Projeto de Lei Nº 128/07/1948 que mudou o nome da cidade de Berlengas para Valença do Piauí, a partir de 1º de janeiro de 1949, atendendo a reivindicação do povo valenciano que não se adaptava com a mudança do nome da cidade berço, Valença para Berlengas ocorrido em 1943 pelo Decreto Nº 754 de 30 de dezembro pelo Governo Federal. O Deputado Alcides Nunes, viu o clamor do povo e lutou pelo retorno do nome original (Valença, acrescido do nome Piauí).
Como Deputado Estadual, prestou relevantes serviços à terra berço, colocando-se sempre à vanguarda dos interesses da coletividade, por entender as necessidades individuais e coletiva de seus conterrâneos, tudo isso por ser um homem inteligente, profundamente democrático, o que lhe proporcionava desfrutar em grande parte do Estado do Piauí, de prestígio político (Almanaque do Cariri – 1952)
Nomeado Juiz( hoje Conselheiro) do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, cuja posse ocorreu no dia 19 de setembro de 1957. Neste Colegiado, foi Vice-Presidente durante mais de um decênio. Instalou e Dirigiu a Diretoria de Assuntos Municipais: foi Supervisor da Auditoria Externa na fase de  implantação; e Presidente do biênio 1979/1980.(1º de janeiro de 1979 a 31 de dezembro de 1980)
Agraciado com as seguintes Comendas:  Medalha do Mérito  Renascença, Medalha do Mérito Legislativo, Medalha do Mérito Conselheiro Jose Antonio Saraiva, Medalha Ordem do mérito Governador João Pereira Caldas, Medalha Petrônio Portella da Academia de Letras da Confederação Valenciana.
Em Teresina, exerceu a docência no Colégio São Francisco de Sales, com as disciplinas: História do Piauí e Economia, bem como Organização Social e Política Brasil. Também em Teresina, fundou com outros parlamentares o Jornal O Estado, do qual foi seu Diretor. Dirigiu também, durante dois biênios consecutivos (1951/1954) a Associação Piauiense de Imprensa. Colaborou, ainda. Para o Jornal do Comercio, Resistência, Jornal do Piauí e Estado do Piauí. Foi Vice-Presidente da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC – (1966/1976), tendo exercido a Presidência por várias vezes.
Membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí. Sócio Benemérito do Instituto Histórico e Geográfico de Oeiras. Membro da Academia de Letras da Confederação Valenciana.
OBRAS PUBLICADAS:
- Anuário de Valença do Piauí (1951/1952)
- Cronologia Histórica de Valença do Piauí (1962)
- Discursos ( 1968)
- Participação  do Piauí na luta pela Independência do Brasil (1972)
- Meu Bisavô – Norberto de Castro (1974)
- A Obrigatoriedade da prestação de Contas (1979)
- Vultos de Valença (1982)
- Meu Pai – Abdon Portella Nunes (1988)
Casado com a Sra. Odete Soares Ferreira Nunes(in memoriam) de cujo enlace nasceram: 11 filhos: Célia, Odete, Alcides Filho, Maria Franci(in memoriam) Tânia, Raimundo, Maria Franci, Vânia, Liana, Liene e Kênia.
Em 1952, por ocasião do Centenário de Teresina, O Almanaque do Carriri, dedicou uma Edição especial sobre o Piauí, e o texto sobre Valença, foi escrito por Alcides Nunes.
Em 1960, fundou em Valença o Jornal Folha Rural, cujo primeiro número circulou no dia 25 de dezembro do mesmo ano, por ocasião da Festa do Natal do Senhor e Festa da Padroeira Nossa Senhora do Ó.
Em 1980, escreveu a Biografia do Cônego Acylino Baptista Portella Ferreira, na Revista Nº 02 do Instituto Histórico de Oeiras.
Alcides Nunes, era um valenciano que amava sua terra berço, sempre estava presente nas festividades cívicas, religiosas e sociais. Por várias vezes foi Imperador da Festa do Divino Espírito Santo, como político trabalhou em prol do bem comum, não só em Valença mas para toda região confederada. São de sua autoria os primeiros textos sobre a História de nossa cidade, cujos conteúdos serviram e ainda servem de base para pesquisadores encontrarem referencias sobre a História de nossa terra. Como diz (Lucília Salgado: 2006 – 35 – 34) São os homens que constroem sua visão e representação das diferentes temporalidades e acontecimentos que marcaram sua própria história, isto porque, tempo e memória são processos interligados. O tempo da memória ultrapassa o tempo de vida individual e encontra-se com o tempo da História. Daí a História ser construída baseada no tempo que cada um escolhe para escrever.

Sua transcendência ocorreu no dia 13 de julho de 2007 em Teresina-PI

MEU POÇO AZUL (João Ferry)
Meu Poço Azul da minha meninice,
Todo ensombrado de árvores frondosas,
Quem foi que te contou, quem foi que te disse
Que eu te esquecia nas manhãs formosas?...
       Trepado num cipó, sem gabolice,
       Em balanços de curvas perigosas
        Eu saltava, “ti-bun-go”, ai que doidice.
         No mergulho das águas  vaporosas!
Depois, um dia, quando, envelhecido,
Procurei teu regaço abençoado
Para o banho, meu Deus, quantos abrolhos!....
         Meu Poço Azul havia sucumbido,
         Tudo era morte, mas voltei banhado,
          Com as lágrimas do poço dos meus olhos!
O Soneto Meu Poço Azul, João Ferry, dedicou a seu amigo Alcides Nunes, em 16 de abril de 1955)

BIBLIOGRAFIA
DELGADO, Lucília de Almeida Neves, História Oral – memória, Tempo, Identidades,
                    Autêntica Editora – Belo Horizonte - 2006
NOGUEIRA, Tânia Ferreira Martins Nunes, Os Martins Nunes – 2018 – Teresina – Piauí
NUNES, Alcides Martins, Anuário de Valença do Piauí  - 1951/1952 -  Teresina- PI(1953)
_______ VALENÇA – Dados Gerais sobre o município – (IN) Almanaque do Carriri – 1952 – Fortaleza - CE
______  Vultos de Valença, 1982 – Teresina – PI
_______ Meu Pai Abdon Portella Nunes – Teresina – 1988
_______ Cônego Acylino, IN Revista do Instituto Histórico de Oeiras – Nº 02  - 1980
_______ Cronologia Histórica de Valença, Jornal Folha Rural – 1962 – 1965 – Teresina
MATOS, J. Miguel de, Garimpagem – Senado Federal – Centro Gráfico: Distrito Federal – 1980
Webgrafia: Portal HTTP//WWW.alepi.pi.gov.br – Biografia: Dep Alcides Martins Nunes
 Pesquisa feita em 25/11/2018

                                         Valença do Piauí, 29 de novembro de 2018
                                                   Prof. Antonio Jose Pereira da Silva
                                                                       Pesquisador