sábado, 23 de setembro de 2017

COMUNIDADE REMANESCENTES DE QUILOMBOLAS EM TRANQUEIRA EM VALENÇA DO PIAUÍ

COMUNIDADE  TRANQUEIRA – HISTÓRIA E CULTURA DE UM POVO REMANESCENTE DE QUILOMBOLAS EM VALENÇA DO PIAUÍ

Prof.  Esp. Antonio Jose Mambenga

A presença da História do negro na corrente oficial é muito recente em se tratando de tempo, tornando-se mais elástica  e bem diferente de um passado recente que ultrapassava de poucas páginas nos livros didáticos, a nível nacional. No Piauí, não era diferente, existia certa anorexia por parte dos estudiosos para tratar do assunto em voga.
Este olhar europeizado convergente ao negro perpenetrou no solo piauiense,  onde eram aplicadas as mesmas torturas, olhares diferenciados, trabalho compulsório e tantos outros tipos de sociedade detentora do poder, também não poderia ser diferente, os que aqui estiveram eram remanescentes dos primeiros que chegaram ao Brasil e não fugiam do adágio popular “damos aquilo que temos”. 

O Piauí teve seu povoamento através da instalação das fazendas de gado, o negro chegou junto com os primeiros criadores. Por volta de 1674, Domingos Afonso Sertão amplia seus domínios até as terras que seriam mais tarde definidas como Piauí. Transfere algumas fazendas de gado e instala o vaqueiro negro, que com essa nova atividade e estrutura produtiva inicia outra experiência de trabalho a mão de obra negra na montagem das fazendas de gado. (MOTT, 1998).
           
A presença do africano escravizado na terra piauiense foi uma constante, foram, homens, mulheres, jovens e crianças que aqui chegaram e logo eram encaminhados para os engenhos para aplicar a força num labor diário.

Todo este contingente populacional absorveu através da memória, os hábitos e costumes, lendas, crenças, mandigas e religiosidade, bem como, as danças e culinária. Tudo ocorria tão normal que se tornava cotidiano para os próprios escravos, mesmo aglutinados na vastidão da terra estranha, parecia que o mundo era extenso demais e o  um fim se tornava cada vez mais distante.
A migração era constante, ficando mais definida após os meados do século XIX, quando ocorreu a migração interna. Em cada fazenda que ia recebendo o negro e este num espaço bem minúsculo de tempo iam se adaptando ao meio porque o destino era sempre o mesmo: senzala, serviço pesado e um novo patrão, e os mesmos castigos.
As referências sobre o negro escravo no Piauí, são bem mais amplas o que ocorre é ainda um número de pesquisadores muito resumido para trabalhar a temática.
E como diz a Professora Ivete Almeida no seu texto, Etnia, Cultura e Identidade, “nenhum grupo sofreu tão intensamente a separação e foi tão brutalmente obrigado a reconstruir sua leitura sobre si própria e sobre seu lugar no mundo como os povos negros”.
A  comunidade Tranqueira, está localizada a 18km de Valença. È formada por 34 famílias, com uma população de 58 habitantes. As principais manifestações culturais são: as festas de reisado e São Gonçalo e a dança típica conhecida como Manuê.
Os habitantes da comunidade Tranqueira, são conhecedores da importância das ervas medicinais e suas utilidades na medicina caseira, como as famosa garrafadas. Trabalham a palha de carnaúba no artesanato confeccionando: vassouras, chapéus e esteiras, bem como abanos e outras atividades pertinentes. Com a palha  de buriti, utilizam a fibra no artesanato. Com a polpa do buriti confeccionam doces ou mesmo a jacuba o suco como é mais chamado.
A buritanga do buriti, é utilizada pelas crianças como peteca para o jogo dos 3 buracos.
A tabatinga, serve para pintar as paredes e para ser utilizada no forno da farinhada como neutralizadora da argila.
A agricultura praticada na comunidade é de subsistência, destacando o cultivo do milho, feijão , arroz,  e mandioca.
Da mandioca, anualmente realizam a farinhada, mas na entre-safra  eles utilizam o tapiti para enxugar a massa para confeccionarem o beiju, que pode ser utilizado no desjejum (café da manhã) ou mesmo para mistura com feijão, o chamado beiju de massa. Com a mandioca, a comunidade também faz a puba, que serve para fazer mingau e o bolo .
Na comunidade, ainda existe parteira empírica, como também as conhecidas resadeiras em doença de crianças, como o quebranto, mau olhado e vento caído. Os adultos procuram as resadeiras para os males de espinhela caída, sol na cabeça e dor dente.
Quanto a alimentação, tem como básica, no feijão, arroz, milho e farinha, produzido na própria comunidade. Quanto á carne, se alimentam com carne de criação nome que serve para designar os caprino e ovino. A galinha caipira, que fazem ao molho pardo e normal. A carne bovina, também é bastante usada, embora o rebanho seja pequeno, mas eles complementam com as provenientes da cidade.
Os hábitos e costumes do povo da Tranqueira foram se transformando com o tempo mas ainda mantém muitos advindos dos ancestrais.
No mês de junho a comunidade festeja São João. Como não tem capela, o festejo é realizado na residência do patriarca da família, Sr. Feliciano. È costume na última noite servir um farto jantar para família e convidados, momento que ocorre o toque da Bandeira para saber quem é o festeiro do próximo ano. Todos ficam perfilados na frente da casa, onde queima uma fogueira. 0  patriarca da família, corre a bandeira sobre as pessoas, aquele que a ponta da bandeira tocar, foi o escolhido para ser o festeiro do ano seguinte. No momento todos se cumprimentam, soltam foguetes e se confraternizam. Logo após ocorrem o compadrio e os demais laços de amizades. Os mais afoitos saltam a fogueira, outros caminham sobre brasas. Neste momento a criançada faz a festa, assam batatas na fogueira, abóbora e carne.
É um hábito do  povo da Tranqueira, os famosos bolos de goma com ovos de galinha caipira, assados no  forno de brasa. As boleiras capricham, são eles bolo branco, bolo torrado, manuê e bolo doce.
No meio de tudo isso, na comunidade ainda existe  aqueles que castram os frangos – suínos e caprinos. Mas precisamos entender que cada povo tem suas particularidades de ser e agir, daí ninguém ser obrigado se aculturar para satisfazer algo fora do seu próprio conhecimento. As diferenças existem e precisam ser respeitadas, porque cada caso é um caso diferente do outro. A Comunidade Tranqueira, já é reconhecida pela Fundação Zumbi dos Palmares como Remanescentes de Quilombolas, pela História e luta de vida para manterem seus hábitos e costumes dentro dos padrões de uma sociedade hodierna e preconceituosa.

Valença do Piauí, 23 de outubro de 2014

Prof. Antonio Jose Mambenga





quarta-feira, 20 de setembro de 2017

                                                                      Flor Laranginha de Noiva


                                                                           Flor de Acerola


sábado, 16 de setembro de 2017

ARVORE DESNUDADA NA PRAÇA PEREIRA CALDAS, GANHA POEMA SOLIDÁRIO

JUAZEIRODA PRAÇA PEREIRA CALDAS – VALENÇA DO PIAUÍ

Sou Juazeiro, nasci no século vinte
Cresci, fiquei formoso e forte
Sou uma árvore de requinte
E atingi um grande porte
Desenvolvi em altura
Sou da flora um suporte
 Represento uma cultura
Desafiando a própria sorte


Meus galhos se estenderam
Alinhados e bem formais
Pequenos frutos nasceram
Para alimentar os animais
Ao entardecer fico perto
Da sinfonia que há
Deixando de bico aberto
A majestade o sabiá

Sou uma pequena atração
Na praça Pereira Caldas
Sou contra a devastação
Como nas tirinhas da Mafalda
O meu verde é poesia
Que defendo com ardor
A quem me pergunta todo dia
Ai Juazeiro, onde anda meu amor?


À minha sombra respiram
Os humanos do local
Estes, meu caule retiram
Para curarem seu mal
Mataram o tamarineiro
Devastaram o Caatinguinha
Não respeitam o Juazeiro
O que querem afinal?

Vejo aqui neste quadrado
A praça, a igreja, a ponte
Lendas que vem do passado
A rua, o olho d’água, a fonte
O rio, era de se admirar
A água corria na veia
Pois até a baleia
Veio aqui encalhar

Saiu dos mares profundos
Para aqui visitar
Encantou-se com este mundo
E não quis mais voltar
Pôs sua cauda em Aroazes
Firmou aqui sua crença
Sob a igreja vive em paz
A baleia em Valença

Observo os agressores
Que vivem na impunidade
Não entendo os malfeitores
Praticante da maldade
A quem com decência
Contribui com a humanidade
Está faltando consciência
Nos moradores da cidade

O tamarineiro morreu
Há uns anos atrás
Porém o que sofreu
Ninguém lembra mais
Teve frutos pra oferecer
A homem, mulher e criança
Viu Rosângela nascer
A filha da Preta Mão de Onça


Palmas para quem salvar
O nobre rio Caatinguinha
Depois de tanto penar
Que nem mais esperança tinha
Suas margens replantaram
Revitalizaram o seu leito
Só assim amenizaram
O mal que lhe haviam feito

Eu Juazeiro peço socorro
Habitantes da cidade
Me ajudem, se não morro
Por falta de humanidade
Uma árvore que chora
Clamando por liberdade
Esperando a qualquer hora
Um ato de piedade

Neste cenário de dor
Que quase não tem solução
Imploro por favor
Ao santo de devoção
Agora entendo a baleia
Esperta entrou em ação
Bebeu a água do rio
E fugiu da agressão


Só queria entender
A atitude de vocês
Vão me socorrer
Ou tenho que gritar outra vez?
Só quero aqui residir
Me reconstruir por inteiro
Agradeço a quem me ouvir
Falou o Juazeiro.

Autora: Professora Maria Francisca da Rocha

Docente da Unidade Escolar Oto Veloso e Unidade Escolar Joaquim Manoel, Valença do Piauí

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

IGREJA NOSSA SENHORA DO Ó - REFORMA DE 1948 A 1956

                        HISTÓRIA DA IGREJA NOSSA SENHORA DO Ó EM VALENÇA DO PIAUÍ
                                                                         Prof. Antonio Jose Mambenga
A cidade de Valença do Piauí, teve origem da aldeia dos índios aruaques. Em 20 de setembro de 1762, o governador da Capitania do Piauí, João Pereira Caldas, instalou a Vila, dando o nome de Valença em homenagem à sua cidade natal, Valença em Portugal.
Em 30 de dezembro de 1889, Valença foi elevada à categoria de cidade.
No ano de 1943, passou a denominar-se Berlengas, conservando este nome até janeiro de 1949 quando passou a denominar-se Valença do Piauí.
A cidade de Valença do Piauí, conhecida como “Cidade Sorriso”(1984) e/ou Rainha dos Sertões (Ferry: 1951 – p 10), traz na sua cotidianidade uma imagem hospitaleira, típica das cidades interioranas, destacando-se entre as demais do seu tope, pela forma pacata, mantendo suas tradições religiosas, culturais e os  costumes típicos das cidade interioranas. A cajuína e suas comidas típicas, somam aos atrativos de seu calendário religioso social, cívico e histórico  cultural, além da beleza natural e de  seu acervo dentro do patrimônio material e imaterial.
Segundo o Pe Gilberto Freitas, no seu livro, História de um povo e sua fé, o primeiro registro sobre a existência de uma Igreja em Valença, data de 09 de fevereiro de 1727. Essa Igreja era apenas uma capela de taipa, pequena e particular, dedicada a Nossa Senhora do Ó.
Em 1836, por força da Lei provinciana Nº 52 de 05 de dezembro, foi determinado a transferência da sede de residência do Pároco de Aroazes, João Antonio Cardoso Sampaio, para vila de Valença, já com o título de Paróquia de Nossa Senhora do Ó, conservando esta denominação até 1946.
Com a chegada do Cônego Acylino Baptista Ferreira Portella, em  1879, foi necessário a construção de um novo Templo, que pudesse atender a demanda dos fieis católicos, provocado pelo bom pastoreio do referido sacerdote, uma vez que,  percorreu a cavalo, todo município de Valença,  evangelizando e conhecendo a realidade do povo, através das chamadas desobrigas religiosas.
Com a eclosão da República Brasileira em novembro de 1889, ocorreram várias transformações no país, ocasionadas pelo movimento positivista, que culminou com o desligamento da Igreja do Estado. Momento também que todas as vilas do Estado Brasileiro foram elevadas a categoria de cidade e Valença, foi uma delas.
A cada dia, a cidade de Valença dava sinal de progresso, tudo isso impulsionava o Cônego Acylino, pensar na construção de um novo templo Sagrado, que pudesse atender o grande numero de fieis. E de acordo com o Bispo do Maranhão Dom Antonio Cândido e os membros da Confraria de Nossa Senhora do Ó, a pedra fundamental da nova Igreja, foi lançada no dia 27 de agosto de 1893, com grande festa.
Segundo o Pe Marques, o projeto da construção da igreja,  teve como base a Igreja Nossa Senhora dos Remédios da cidade de Picos-PI, mas os pedreiros  se confundiram com as medidas, aumentando os espaços, mesmo assim foi construída, inclusive com duas torres  singelas no frontal.
A nova igreja de Valença, levou cinco anos para ser construída, mas no dia 18 de dezembro de 1898, dia dedicado a Nossa Senhora do Ó, o Templo foi oficialmente batizado, momento também que ocorreu uma celebração Eucarística, que contou com a presença dos Padres: Francisco Jose Batista(Amarante); Carino Nonato da Silva(Monsenhor Gil); Jose Dias Freitas(Oeiras), cuja celebração foi presidida pelo grande idealizador e construtor, Cônego Acylino. A celebração contou também com um grande número de  fieis e autoridades de todo município.
Não foi fácil, construir o novo templo, uma vez que o município, ainda estava vivendo a transição da mudança de vila para cidade e se adaptando aos novos paradigmas da República e ainda as seqüelas deixadas pela terrível seca de 1877 que devastou quase tudo. E como afirma, Reginaldo Miranda(2012): Em Valença, o Cônego Acylino, construiu e adornou a nova matriz em local diverso, para isso, a falta de recursos tendo despender mais de vinte contos de reis do seu próprio bolso, à custa do empenho de bens particulares.
Em 1948, o Pe Raimundo Nonato de Oliveira Marques, em pleno acordo com o povo da zona urbana e rural, bem como com as autoridades locais e estaduais, e aval do Bispo Dom Severino Melo, fizeram uma ampliação geral na  atual Igreja Matriz, ainda conservada até a atualidade. Da construção de 1898, foram demolidas as duas singelas torres laterais, os oratórios laterais internos, mas foram construídos dois corredores  e braços laterais, bem como largas colunas no estilo neoclássico, com 1,35 cm de largura, o altar-mor. As capelas que atualmente são dedicadas ao Santíssimo Sacramento e ao Divino Espírito Santo, um nicho para as imagens de Bom Jesus dos Passos, Nossa Senhora das Dores e Senhor Morto e um outro, que por muito tempo serviu para Pia Batismal, onde ocorriam os batizados.
O grande diferencial da reforma, foi a construção da enorme torre, vista de todos os pontos da cidade, nelas abrigam os sinos e um grande  relógio.
Para reforma e ampliação da Igreja Matriz, a população tornou-se protagonista, mas à medida que o tempo passava, a euforia inicial se tornava estanque, o poder econômico de cada um comprometia, provocando um choque entre a força física e a limitação financeira de grande parcela da população, mesmo assim, o grande projeto teve que sofrer uma modificação, a segunda torre  tornou-se apenas uma  utopia. O próprio Pe Marques, sentiu necessidade de parar, porque viu que a população já estava exausta financeiramente,  porém  via em cada um dos devotos,  a vontade de ver a outra torre concluída, porém   a força física superava a financeira, e  a fé em Nossa Senhora do Ó, encorajava todos.
O certo, é entender que não foi fácil, fazer a reforma e ampliação da Igreja matriz de Nossa Senhora do Ó, num exíguo espaço de tempo, 1948 a 1956. Pe. Marques, contou com ajuda do povo católico, que não media esforço para ver o serviço concluído, mesmo sabendo da impossibilidade da construção da segunda torre.
Segundo alguns fieis, tudo era feito com muito entusiasmo, famílias inteiras, sem distinção social e/ou cultural, após a missa de domingo de manhã, se deslocavam até o bairro Cacimbas, para buscar pedras, tijolos, areia, barro, e trazer até a igreja para ver o andamento da construção, à noite, ocorria o mesmo pós a missa das dezenove horas enfrentando a escassez da iluminação públicas, mas as lamparinas e fachos de cipó de vaqueiro eram utilizados para enfrentar o caminho estreito e cheio de buraco que interligava a igreja ao bairro Cacimbas .
Muitos mestres de carpintaria, pedreiros e/ou operários sem qualificação profissional, prestavam serviços. Sob a orientação do Mestre Acilino, na parte da carpintaria, nomes como: Didito, Manoel Apolinário, Zé Dandá, Manoel Mambenga, Mestrim, Cornélio,  Zequinha Carlota, Zé Tenório, Mário Lima,  Zé Ferreira e Milú, Antonio Mambenga, Arão Tenório, cuidavam da montagem  do teto,  das portas e das janelas, enquanto a parte de paredes e rebocos, ficavam a cargo de Antonino Carlota, Justino Poty, Pedro Bolô, Antonio Maciel, Joaquim Pereca, Osvaldo da Dona Filomena, e tantos outros.
As madeiras das linhas, caibros e ripas e barrotes, foram trazidas da região de Aroazes, Novo Oriente e Várzea Grande, porque somente nestes locais existiam árvores de grande porte, cuja condução era feita pelo próprio Pe. Marques, no seu jepp, amarradas na parte trazeira  do meio de transporte e puxadas até o quintal da igreja, onde existia uma grande mangueira e operários de força como Ze Ferreira, Milú e Zé Paraguai, Augustinho do Sambito, Antonio Monteiro faziam o tratamento da madeira e depois serravam numa serra rústica, uma vez que o serrote vertical, individual ainda não era conhecido na cidade. A serra, era estilo daquelas mostradas nas obras de arte de Debret. A última, encontra-se no acervo museológico da Secretaria de Cultura nesta cidade. Outra parte do material, era colocado debaixo do cajueiro do Melão, frente ao Grupo Escolar Cônego Acylino ou mesmo no antigo prédio do Cassino, onde atualmente funciona o juizado das Pequenas Causas.
A água para construção, vinha do Poço da Prefeitura, localizado no bairro Cacimbas,  carregada em ancoretas, sob o lombo de jumentos. Os tijolos, foram construídos na Olaria do Sr. Romão Batista de França e outra parte nas imediações do Olho Dágua, confeccionados pelo Sr. Benedito Branco, Sr. Izídio irmão do Sr. Kaé,  enquanto as telhas, foram confeccionadas, parte na Lagoa Seca, outra parte no Retiro e outra na Lagoa do Barro perto do Sitio Betel, sob a orientação do Sr. Jose Cesário. O Altar-mor, ficou a cargo do mestre Antão, proveniente de Pimenteiras e seus operários, dentre eles Antonio Maciel.
Assim foi feita a ampliação e reforma da Igreja Nossa Senhora do Ó em Valença do Piauí, de forma parcial, porque a limitação financeira do povo e da própria Igreja não foi possível construir a segunda Torre, o que causa uma lacuna na certeza do dever cumprido e interrogações quando alguém ler o Soneto VALENÇA, do poeta valenciano João Ferry
Minha Valença é como uma rainha
Exilada no centro dos sertões...
Corre em seu seio o riacho Caatinguinha,
Que a divide em dois meigos corações
               De um lado vê-se, linda, uma capela,
               Desde 1840,
               Do outro lado, a Matriz simples e bela,
               Duas torres lindíssimas ostenta.
Nos telhados, na branca casaria,
Nos flamboyans esparsos pelas
Em  tudo se denota uma alegria.
                Para pintá-la é pouco este folheto,
                Descrevo-a, mas bem sei que as cores suas,
                Não podem conter neste soneto.
O certo,  é que a Igreja Nossa Senhora do Ó, é um dos maiores templos católicos do Piauí, possuindo 22,80cm de largura e 39 m de comprimento, mas a ausência da segunda torre, causa espanto e grande confusão, principalmente quando se lê o soneto Valença de João Ferry, quando ele fala das duas torres e você olha e só vê uma torre, mas como a História é investigativa e  analítica, encontrou uma resposta pra as perguntas, retornando ao tempo e descobrindo que o soneto do Ferry, foi feito em abril de 1922, quando na realidade existiam as duas torres singulares, na Igreja Nossa Senhora do Ó,  uma vez que a torre atual data de 1956, daí, nada mais justo e buscar embasamento em Eclesiastes: 3:1, quando alude sobre o tempo: Para tudo há uma ocasião certa, há tempo certo para cada propósito debaixo do céu.
O momento é mais que oportuno para concretização do grande sonho do povo valenciano, vê a segunda torre da Igreja construída, para tanto é preciso que cada um faça sua parte para que seja concretizado o querer, porque o ser não funciona sem as aspirações do querer.

BIBLIOGRAFIA:
FREITAS, Pe. Gilberto – História de um povo e sua fé, Gráfica Mendes – Teresina – PI – 1997
FERRY, João Francisco- Chapada do Corisco, Imprensa Oficial – Tersina – PI 1952
FERNANDEA, Jose Nunes, Aspectos da Arquitetura de Floriano – Academia Piauiense de Letras – Teresina – PI – 1991
MIRANDA, Reginaldo, Biografia do Cônego Acylino Portella – Revista Eletrônica da Academia Piauiense de Letras - 2012 



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11ª PRIMAVERA DOS MUSEUS E 7ª MUNICIPAL EM VALENÇA DO PIAUÍ


VALENÇA DO PIAUÍ
ESPAÇO CULTURAL PROGÊNIE DE MÃE LUIZA CABURÉ
RUA EDMUNDO SOARES, 125 - LAVANDERIA
mambenga@bol.com.br
(89) 9998-55283
18/09/2017 a 24/09/2017 - 08:30 às 12:00 
EXPOSIÇÃO - fotográfica com o tema Flores Campesinas.
Local: Biblioteca Municipal Mãe Ana Apolinário.
19/09/2017 a 24/09/2017 - 09:00 às 16:30 
VISITAÇÃO - guiada ao acervo do Espaço Cultural Progênie de Mãe Luiza Caburé.
22/09/2017 - 19:30 às 20:30 
PALESTRA - sobre a história do Colégio Santo Antonio em Valença do Piauí.
Local: Auditório Pe. Raimundo Nonato de Oliveira Marques.
22/09/2017 - 15:30 às 16:30 
CONTAÇÃO DE HISTÓRIA - Histórias que caracterizam Valença.
Local: Unidade Escolar Prof. João Calado - Ministrante Prof. Antonio Jose Mambenga.


Flor de jasmim


                                                            Lirio do campo e/ou cebola "braba"


Miosote





Laranginha de Noiva



Flor de Joaninha



Capim Silvestre


Bem me quer selvagem




                                                Perpétua, encontrada as margens da Br 316 rumo ao Posto Icarai


                                        

                                                                                     Chanana



Flor de pequi




Flor de  cipó de macaco


                                                             
                                                                             Flor Marianinha



                                           

                                                                       Flor de Urtiga de boi