sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

HISTÓRIA MEMÓRIA - ANTONIO JOSE MAMBENGA


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Um tipo conhecido como Antônio José Mambenga – memória viva da cultura valenciana


Há sempre e em cada lugar os “tipos” que marcam o imaginário popular, seja pela maneira quase anônima (não oficial, para ser mais exato), seja pela capacidade que possuem em registrar na memória a história da sua e de outras gerações. Aquele tipo que se preocupa com o inusitado, com o desconhecido, com o não valorizado. Um tipo que se mistura a outros sem nenhum receio de ser apresentável por se sentir (já o sendo) da mesma origem das suas personagens reais ou imaginárias. Esse guarda uma inteligência invejável, uma memória genial, brilhante, encantadora, sem as quais seria difícil reviver momentos importantes da nossa cultura.
Viva a cidade quem mantém em seu quadro um tipo como o professor Antônio José Mambenga, que a troco de nada (e ao mesmo tempo de tudo) se empenha num projeto espinhoso de manter vivas as tradições de sua gente. Alguém que umbilicalmente não se desgruda da sua região por entender a importância que ela tem para si e para os outros, até mesmo para aqueles que sequer notam tamanha importância. Antônio José é apegado a tudo o que diz respeito a sua terra que, na maioria das vezes, o olha com indiferença, para não usar o peso da palavra descaso.
Como não aproveitar incessantemente uma inteligência que brota do próprio chão e ali mesmo finca raízes? A resposta é simples: Valença do Piauí, infelizmente é melhor madrasta que mãe, basta consultar a professora Etevalda Oliveira, sobre quem me reportarei noutra oportunidade, por ter sido a peça chave da minha trajetória no exercício do magistério.
O Mambenga, caros leitores, bem que podia ter seguido a sua trilha, velejado em outros mares, se o seu compromisso de mudar a mentalidade da sua gente tivesse sido menor que o sonho quixotesco de torná-lo possível. Conheci-o desde cedo nos trabalhos escolares que exigiam sempre uma entrevista com alguém que conhecesse a história da nossa terra, da nossa gente. Foi ali mesmo entre velharias, livros raros e um caixão de São Vicente de Paula, que ouvi, encantado como muitos da minha geração, as lições do mestre. Era o nosso passado se materializando pela palavra por isso conversar com esse tipo, chamado Antonio José Mambenga, tornou-se para mim uma rotina.
Infelizmente nascem outros “tipos” (metidos a sabidos), ou alguns de seu tempo se revelam tentando ocupar espaço. Esses se são notados é como um raio que corta o céu e desaparece. Seu brilho efêmero não incomoda, nem ilumina, só quando, não sei se por inveja, ou por malícia mesmo, tentam macular a imagem do que veio para permanecer e ser admirado. O Mambenga vem conseguindo ao longo de sua trajetória se firmar pelo que realmente faz, e ainda que não cobre terá sempre os elogios merecidos e a defesa involuntária, principalmente quando os outros “tipos”, de forma covarde, passam a duvidar de sua lisura frente aos assuntos culturais da nossa terra.
E se hoje saio em sua defesa é por acreditar no sonho quixotesco de transformar a mentalidade da nossa gente. Por acreditar nas histórias e estórias de pessoas anônimas que se imortalizaram pela importância que o professor Antônio José Mambenga lhes reservou no decurso da história, como a conhecida “Preta Mão-de-onça”.
Nas suas conversas haverá sempre a lembrança mágica de um tempo que não se apaga. Resta aos valencianos reconhecer mais o legado do mestre que um dia poderá se imortalizar através de livros ou noutras memórias.
Dificilmente Valença encontrará alguém que, como ele, se dedique de forma despretensiosa a manter viva a memória e a cultura valenciana.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA:

GOMES, Kássio Fernando, Professor e Historiador
www.piaui.com.br -  Turismo e Gastronomia (Coluna: valencianas)
Teresina - Piauí