quinta-feira, 26 de maio de 2016

VULTOS CARACTERISTICOS DE VALENÇA - "CONCEIÇÃO JUVINA"


Maria da Conceição, filha de Chico Juvina e de Maria Juvina, parenta próxima de Mãe Natália, morou muito tempo na Rua Areolino de Abreu, espaço do atual Banco do Nordeste. Era irmã de Banedita, Jeruza,  Antenor, Vicente, Jose e Sebastião. Gestos educados e amáveis com os vizinhos. Era madrinha de "fogo" de quase todos da Rua, que carinhosamente chamavam de "Madrinha Conceição". A Residência, mesmo de taipa, era rebocada por dentro e por fora e coberta de telha e pintada com tauá e tabatinga, capturados na estrada do Olho D'água, próximo ao Sítio Canadá. O interior da casa era de cimento queimado, um espelho pela limpeza. Para as refeições, a mesa era posta aos moldes da casas onde prestavam serviços, tanto ela, como Benedita e Geruza. Os irmãos, tinham o ofício de sapateiro, o Jose, aprendido na oficina do Sr. João Didi. Sebastião, era da Banda de Música e Vicente, tocava na Banda municipal, "os pratos" e  exercia também o ofício de Ferreiro, de fogo quente, onde moldava de um tudo. No quintal, existiam vários cajueiros, um jardim, e pé de chumbim. Dentre as plantas do jardim, existia um miosote, pai de quase todos outros de Valença inclusive um que ainda existe no Grupo Escolar Cônego Acylino, levado por dona Eva, quando lá trabalhou. O de buganville, servia para o andor de Nossa Senhora das Dores no período da Semana Santa. Os miosotes, para ornamentar os jarros de Nossa Senhora no mês de Maio. As espirradeiras, de folhas compridas e  flores róseas, exalavam perfume até as proximidades da cozinha. As margaridas, comaquele tom de avermelhado para vinho, embelezavam o quintal. Emboras as dálias brancas  e vinho, só saiam de casa se fosse para a bandeja do Divino Espirito Santo, conduzidas por Madrinha Conceição até a Igreja Nossa Senhora do Ó, que ficava a um quarteirão do lar da familia juvina. De nossa casa ouvíamos Sebastião tocar seu instrumento, o tambor na parte interna da casa e Vicente, lá da fornalha, tocava o ferro na bigorna e "os pratos da banda". Enquanto isso Conceição silenciava para ouvi-los e Benedita preparava as refeições para alimentação diária. Não podemos falar desta família, sem mencionar o  pé de Pitomba que ficava frente a nossa casa na rua Areolino de Abreu, um point para juventude. Lá todos se reuniam para por as conversas em dia. Mas diante de tudo isso era degustar o cafezinho feito por Madrinha Conceição Juvina, com os pães  vendidos na cesta grande do Sr. Manoel Barbosa, que conduzia no ombro e captava os pães com um garfo prateado, tipo aqueles que só na Comunidade Riacho Barnabé tem uns exemplares.
O tempo passa. Já com idade bem avançada, Madrinha Conceição Juvina, casou com o Sr. Lizandro, pai do Policial Parabela. Foram morar na mesma rua, pós a residência do Sr. Luis Correio e de Dona Mariinha, na casa onde já havioa morado, Dona Felícia e Pedro Mudo, seu filho. Passado uns 5 anos, Lizandro faleceue Conceição ficou viuva. De imediato retornou para Casa dos irmãos. Quando foram construir a sede do Banco do Nordeste, a casa foi vendida. A família Juvina, foi morar em outra Rua. A casa foi demolida, as árvores foram cortadas, a pitombeira teve o mesmo destino.Até mesmo a Oficina de Vicente fopi transferida para outro local. Em nome do progresso, a rua perde suas características. Saiu da Rua Madrinha Conceição. Ficamos tristes, mas nunca perdemos nossa identidade. Ela continuou sendo  nossa madrinha Conceição Juvina.

5 comentários:

  1. Adoro esses textos que me faz imaginar como foi o passado de nossa cidade. Viva a historia e cultura.

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    1. Muito grato pelo ponto de vista! Breve novo texto sempre nesta linha da História Memória!
      Prof. Antonio Jose Mambenga

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  2. Adoro esses textos que me faz imaginar como foi o passado de nossa cidade. Viva a historia e cultura.

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