sábado, 21 de maio de 2016

VULTO CARACTERÍSTICO DE VALENÇA DO PIAUÍ







Maria Justina, nasceu e se criou na comunidade Corrente, no final da década de 10 do século XX, zona rural de Valença do Piauí, filha de Antonio Justino e de Maria Caxiada. Desde criança, dedicou-se às prendas domésticas e as práticas de agricultura.Teve quatro irmãos. Cuidou da familia por muito tempo. Não possuiu cônjuge, como também, tinha votos de castidade. No quintal de  sua residência, tinha um pilão feito de tronco de piquizeiro, três cajueiros e um pé da taturubá trazido ainda pequeno num período invernoso da comunidade Gameleira. As galinhas dormiam num pé de podoia as mais quietas. O galo e aquelas mais danadas subiam para os galhos mais altos de um pé de jatobá que ficava próximo à cozinha. Maria Justina. era amiga de toda vizinhança. Era dedicada, e trabalhadora. Praticava agricultura de subsistência num roçado próximo de sua residência,mas era no período da entresafra, que descia ao brejo Juaí, Almesqueira, Barra e Roça do Maio para o plantio de arroz, batata, cana, mandioca e milho. No mês de maio, festejava Nossa Senhora, momento que reunia a vizinhança, os parente mais próximos e amigos. Pós a reza do terço religioso, oferecia um café muito gostoso com bolos de milho  e bolo de puba, ou então farofa de castanha e gergelim adoçados com rapadura do sítio Juaí. No período das  moagens, tanto da Almesqueira, Roça do Meio, Juaí, Barra e Fortaleza, era convidada pelos proprietários para fazer alfinim e preparar o tempero das batidas. Tudo isso, porque tinha, aquilo que o senso comum, chama de "cabeça boa". Dentre os ofícios da vida campesina, Maria Justina, só não foi parteira, porque era "moça donzela", mas era quem dava assitência  a Mãe Pedrina, esposa de Pai Irineu, neste grande ofício. Mãe Pedrina, era alta, vestia-se com saia e blusa  estampada, usava  uma peça interior conhecida como camisa e/ou  combinação feita de morim, ou algodãozinho, comprado na loja do Sr. Gil Marques. Seus cabelos eram presos por presilhas e comumente usava tranças. Ainda tenho uma fotografia dela. O diferencial e estilo próprio de Mãe Pedrina, era trazido do sul do estado, uma vez que era procedente da região de Simplicio Mendes. Mas chegando ao Corrente, foi vizinha e muito amiga de Maria Justina.Seus últimos anos de vida, Maria Justina, conviveu na Barrinha ao lado de familiares, pessoal do Senhor Manoel Velho e Dona Antonia .  Deixou um legado muito importante, sua dedicação à família e amigos especificamente quando estavam doentes, uma vez que não tinha familia e sempre tinha um propósito ajudar o próximo, para quando estivesse precisando fosse ajudada. Assim aconteceu. Maria Justina, ficou sozinha, mais foi acolhida por amigos da Barrinha, especificamente pela Familia de Soledade e Antonio Marco. Deixou exemplo de vida e amor ao próximo.

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