quinta-feira, 17 de julho de 2025

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                                              EVA MARIA DA CONCEIÇÃO

                                   (A CONHECIDA PRETA MÃO DE ONÇA)

 A história de Eva Maria da Conceição, conhecida como Preta Mão de Onça, é um exemplo comovente da resiliência e da luta pela sobrevivência em meio às adversidades. Nascida em 1922 no lugarejo Limoeiro, próximo a Santa Rosa, Eva Maria enfrentou uma infância sofrida e uma adolescência marcada por um AVC que a deixou com sequelas físicas e mentais.

Sua vida em Valença do Piauí foi marcada pela solidão e luta pela sobrevivência, especialmente após perder sua identidade natural e ser conhecida apenas como a Preta Mão de Onça.

 A época, a falta de políticas públicas na cidade para atender pessoas em vulnerabilidade social a levou a mendigar pelas ruas para conseguir  sobreviver. Daí se entender que sua vida foi ceifada pela violência física, mental  e social.

No entanto, a história de Preta, também é um testemunho da memória e da história popular de Valença do Piauí.

 O Banco na Praça Getúlio Vargas, onde ela costumava sentar, tornou-se um local de referência transformando em um dos atrativos turísticos do centro da cidade.

 A escolha do banco, foi uma maneira protetiva para evitar agreções físicas e psicológicas provenientes de pessoas que lhe incomodavam com alcunha e similares. E como o Banco, escolhido era o mais próximo do Quartel de Polícia Militar, ela se sentia protegida. Daí a importância e preservação da memória de Preta,  e do banco da Praça Getúlio Vargas, por ter se transformar num exemplo  de valorização a história e a cultura local.

 

A sugestão de tombamento do Banco da Preta pelo Patrimônio Histórico e Cultural da cidade é uma forma de reconhecer a  história de Eva Maria da Conceição, a conhecida Preta, e de preservar a memória da cidade para as gerações futuras.

 É um exemplo de como a história popular pode ser valorizada e preservada para que não seja esquecida.

 O nome Preta Mão de Onça, caracteriza representatividade dentro do contexto da cultura popular, tão simples, tão singular, por saído do seio do anonimato, encontrando nos seus dizeres, fazeres e comportamento um viés para ser visto pelo povo e se eternizar na memória.

 O Banco na Praça Getúlio Vargas, o mais próximo do Quartel de Polícia Militar, não fora escolhido por acaso. Era seu local seguro para evitar ser agredida de forma psicológica e de forma física por pessoas que não mediam lhe atirarem chacotas e maus dizeres. Porém sentada no  banco, com seu radinho de pilha escutava as rádios: Pioneira e Difusora de Teresina e com o passar do tempo as Emissoras de Rádios em Valença. O Ponto de Cultura que existiu em Valença, localizado no CSU, tinha o seu nome. Sua História, já foi tema de um TCC da Historiadora Teresinha Maurilia, no seu Curso de História pela Uespi, Pólo em Valença(PI).  Sua História, encontra-se publicada na Revista No 3 da Academia de Letras da Confederação Valenciana, escrito pelo Acadêmico Prof Historiador Antonio Jose Mambenga.

 Os compositores e músicos: Wilton Cesar e Carlinhos Tenório, têm composições  sobre a Preta. Ambos,  sintetizam sua história. Em 2024, Preta Mão de Onça, fora homenageada na  decoração da cidade Junina aqui em Valença, por ocasião do 36º  Festival Cultural de Quadrilhas Juninas.

 O Prof Historiador e Chargista George Barros, assina a charge oficial da Preta Mão de Onça, daí, se tratar de um vulto popular e simples que se eternizou na memória do povo valenciano. Em Teresina, o contista e poeta, Cap. Do Corpo de Bombeiro em Teresina, publicou um livro, com o título, Preta Mão de Onça, com direito a texto alusivo sobre esta persona inclusa entre os vultos característico em nossa cidade. O certo que em Valença do Piauí, em cada espaço a memória vive para manter acesa as chamas daqueles que foram e continuam sendo referência de um passado não tão distante.

19:08, 17/07/25 Antônio José Mambenga


sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

 

                                         Profª Maria Iolanda Pereira da Cruz ( Culinária)

Foi na pré-história, no período do paleolítico, que o homem, fez a seleção  dos vegetais, cuja aplicação ocorreu na primeira Revolução da História, conhecida por  Revolução agrícola. De lá para cá, é como disse Karl Marx, “O homem é um estômago vazio que precisa ser alimentado” . Daí a necessidade da alimentação diária.

 Em Valença, a Profª Iolanda Pereira, residente no Bairro Cacimbas, é a grande referência desde 1975, na arte culinária. Funcionando assim, como a “deusa da arte culinária”, pelo gosto estético, pelo acerto nas iguarias e diversificação de cardápios.

Ao longo dos anos Profª Iolanda, vem aperfeiçoando seu trabalho e repassando para gerações futuras seu aprendizado, seja para suas sobrinhas e/ou para pessoas amigas. O certo que este conhecer é repassado para pessoas que lhe procuram.

Profª Iolanda, exerceu sua docência na Unidade Escolar “Cônego Acylino” e por tudo isso acredita no protagonismo da mulher e nas possibilidades de ampliação de crescimento através das políticas públicas pertinentes.

 É uma das responsáveis pela preservação manutenção do Poço das Cacimbas, situado ao lado de sua residência pelo apego, e pela identidade criada junto ao bairro. Seus estudos tiveram início em casa pela influência de sua irmã Profª Maria dos Prazeres.

 Na idade certa, foi estudar no Grupo Escolar Cônego Acylino, inclusive sua fotografia consta na placa de formatura dos concludentes do Curso Primário da Escola.

 O local onde Mora, pela proximidade do Vale do Caatinguinha, é muito úmido, um dos lados, limita com o Sítio Canadá. Isso, torna um dos espaços mais aconchegantes da cidade, além de ser um espaço cujo moradores são remanescentes dos que habitaram ainda nos século XIX. Pode ser considerado o  Bairro mais antigo da cidade, onde a natureza se faz presente pela vegetação típica podendo  usufruir da vida bucólica. Por a proximidade do perímetro urbano se torna melhor ainda.  Se nas manhãs diárias, os moradores acordam com o canto do galo doméstico, o canto da casaca anunciando o amanhecer do dia, ou mesmo, os bem ti vis e marrecas. No entardecer o crespúsculo é anunciado também pelas casacas, e o canto do três potes, momento que a Profª Iolanda, e suas irmãs, Profª Iolete, Dra Maria da Paixão, e a Do Rosário e suas sobrinhas se dirigem para Capela anexa a casa onde moram, dedicada a São Lucas e Santa Ana, para oração do Terço Mariano, sob o comando do sobrinho Victor, coroinhas da Igreja Nossa Senhora do Ó. Assim é o cotidiano da Profª Iolanda da Cruz, filha de Dona Neguinha e do Sr Lucas, a nossa Deusa da Arte Culinária e nossa cidade.

Valença do Piauí, 25/10/2024

Texto: Prof. Antonio Jose Mambenga