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HISTÓRIA DE VIDA – DR
ALCIDES MARTINS NUNES
Alcides Martins Nunes, nasceu no dia 19 de maio de 1918 em
Valença, filho de Abdon Portella Nunes e de Francisca Martins de Castro Nunes.
Teve uma infância não diferente das crianças de sua época, que se bifurcava
entre a vida na cidade e as visitas às propriedades rurais da família. O certo
é que Alcides Nunes, se adaptava às realidades de cada espaço. Se na cidade
usufruía de bons momentos de lazer às margens do Rio Caatinguinha, .... tão bem
retratados pelo poeta João Ferry no soneto Poço Azul. Na zona rural se
deleitava com a vida campesina em aventuras não tão diferentes das praticadas
na zona urbana, Cada realidade era diferente uma da outra, mas completavam a
vida e sonhos de criança.
Estudou as primeiras letras na Escola São Jose do mestre Jose
Francisco Ferreira, aprendendo o suficiente para obter conhecimentos cuja
continuidade foram dados em Teresina, no Colégio São Francisco de
Sales(Diocesano), onde fez o Curso Ginasial e o Secundário. Em São Luis(MA),
fez o Curso Pré Jurídico. Em 1941, ingressou na Faculdade de Direito do Piauí.
Em Salvador(BA) estudou Ciências Jurídicas e Sociais, cuja conclusão ocorreu em
1945, o que lhe deu o direito de exercer o exercício da advocacia a partir de
1946.
Ingressando na política, foi constituinte em 1947 e se
reelegeu deputado em 1950 e 1954, sob a legenda do Partido Social Democrático.
Foi membro da Comissão de Constituição e Justiça. Bem como da Redação Final na
Assembleia Legislativa – 1947/1957. Foi Vice-Presidente da Assembleia –
1955/1957. Foi de sua autoria o Projeto de Lei Nº 128/07/1948 que mudou o nome
da cidade de Berlengas para Valença do Piauí, a partir de 1º de janeiro de
1949, atendendo a reivindicação do povo valenciano que não se adaptava com a
mudança do nome da cidade berço, Valença para Berlengas ocorrido em 1943 pelo
Decreto Nº 754 de 30 de dezembro pelo Governo Federal. O Deputado Alcides
Nunes, viu o clamor do povo e lutou pelo retorno do nome original (Valença,
acrescido do nome Piauí).
Como Deputado Estadual, prestou relevantes serviços à terra
berço, colocando-se sempre à vanguarda dos interesses da coletividade, por entender
as necessidades individuais e coletiva de seus conterrâneos, tudo isso por ser
um homem inteligente, profundamente democrático, o que lhe proporcionava
desfrutar em grande parte do Estado do Piauí, de prestígio político (Almanaque
do Cariri – 1952)
Nomeado Juiz( hoje Conselheiro) do Tribunal de Contas do
Estado do Piauí, cuja posse ocorreu no dia 19 de setembro de 1957. Neste
Colegiado, foi Vice-Presidente durante mais de um decênio. Instalou e Dirigiu a
Diretoria de Assuntos Municipais: foi Supervisor da Auditoria Externa na fase
de implantação; e Presidente do biênio
1979/1980.(1º de janeiro de 1979 a 31 de dezembro de 1980)
Agraciado com as seguintes Comendas: Medalha do Mérito Renascença, Medalha do Mérito Legislativo,
Medalha do Mérito Conselheiro Jose Antonio Saraiva, Medalha Ordem do mérito
Governador João Pereira Caldas, Medalha Petrônio Portella da Academia de Letras
da Confederação Valenciana.
Em Teresina, exerceu a docência no Colégio São Francisco de
Sales, com as disciplinas: História do Piauí e Economia, bem como Organização
Social e Política Brasil. Também em Teresina, fundou com outros parlamentares o
Jornal O Estado, do qual foi seu Diretor. Dirigiu também, durante dois biênios
consecutivos (1951/1954) a Associação Piauiense de Imprensa. Colaborou, ainda.
Para o Jornal do Comercio, Resistência, Jornal do Piauí e Estado do Piauí. Foi
Vice-Presidente da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC –
(1966/1976), tendo exercido a Presidência por várias vezes.
Membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.
Sócio Benemérito do Instituto Histórico e Geográfico de Oeiras. Membro da
Academia de Letras da Confederação Valenciana.
OBRAS PUBLICADAS:
- Anuário de Valença do Piauí (1951/1952)
- Cronologia Histórica de Valença do Piauí (1962)
- Discursos ( 1968)
- Participação do
Piauí na luta pela Independência do Brasil (1972)
- Meu Bisavô – Norberto de Castro (1974)
- A Obrigatoriedade da prestação de Contas (1979)
- Vultos de Valença (1982)
- Meu Pai – Abdon Portella Nunes (1988)
Casado com a Sra. Odete Soares Ferreira Nunes(in memoriam) de
cujo enlace nasceram: 11 filhos: Célia, Odete, Alcides Filho, Maria Franci(in
memoriam) Tânia, Raimundo, Maria Franci, Vânia, Liana, Liene e Kênia.
Em 1952, por ocasião do Centenário de Teresina, O Almanaque
do Carriri, dedicou uma Edição especial sobre o Piauí, e o texto sobre Valença,
foi escrito por Alcides Nunes.
Em 1960, fundou em Valença o Jornal Folha Rural, cujo
primeiro número circulou no dia 25 de dezembro do mesmo ano, por ocasião da
Festa do Natal do Senhor e Festa da Padroeira Nossa Senhora do Ó.
Em 1980, escreveu a Biografia do Cônego Acylino Baptista
Portella Ferreira, na Revista Nº 02 do Instituto Histórico de Oeiras.
Alcides Nunes, era um valenciano que amava sua terra berço, sempre
estava presente nas festividades cívicas, religiosas e sociais. Por várias
vezes foi Imperador da Festa do Divino Espírito Santo, como político trabalhou
em prol do bem comum, não só em Valença mas para toda região confederada. São
de sua autoria os primeiros textos sobre a História de nossa cidade, cujos
conteúdos serviram e ainda servem de base para pesquisadores encontrarem
referencias sobre a História de nossa terra. Como diz (Lucília Salgado: 2006 –
35 – 34) São os homens que constroem sua visão e representação das diferentes
temporalidades e acontecimentos que marcaram sua própria história, isto porque,
tempo e memória são processos interligados. O tempo da memória ultrapassa o
tempo de vida individual e encontra-se com o tempo da História. Daí a História
ser construída baseada no tempo que cada um escolhe para escrever.
Sua transcendência ocorreu no dia 13 de julho de 2007 em
Teresina-PI
MEU POÇO AZUL (João Ferry)
Meu Poço Azul da minha meninice,
Todo ensombrado de árvores frondosas,
Quem foi que te contou, quem foi que te disse
Que eu te esquecia nas manhãs formosas?...
Trepado num
cipó, sem gabolice,
Em balanços de
curvas perigosas
Eu saltava, “ti-bun-go”,
ai que doidice.
No mergulho
das águas vaporosas!
Depois, um dia, quando, envelhecido,
Procurei teu regaço abençoado
Para o banho, meu Deus, quantos abrolhos!....
Meu Poço Azul
havia sucumbido,
Tudo era morte,
mas voltei banhado,
Com as
lágrimas do poço dos meus olhos!
O Soneto Meu Poço Azul, João Ferry, dedicou a seu amigo
Alcides Nunes, em 16 de abril de 1955)
BIBLIOGRAFIA
DELGADO, Lucília de Almeida Neves, História Oral – memória,
Tempo, Identidades,
Autêntica Editora – Belo Horizonte - 2006
NOGUEIRA, Tânia Ferreira Martins Nunes, Os Martins Nunes –
2018 – Teresina – Piauí
NUNES, Alcides Martins, Anuário de Valença do Piauí - 1951/1952 -
Teresina- PI(1953)
_______ VALENÇA – Dados Gerais sobre o município – (IN)
Almanaque do Carriri – 1952 – Fortaleza - CE
______ Vultos de
Valença, 1982 – Teresina – PI
_______ Meu Pai Abdon Portella Nunes – Teresina – 1988
_______ Cônego Acylino, IN Revista do Instituto Histórico de
Oeiras – Nº 02 - 1980
_______ Cronologia Histórica de Valença, Jornal Folha Rural –
1962 – 1965 – Teresina
MATOS, J. Miguel de, Garimpagem – Senado Federal – Centro
Gráfico: Distrito Federal – 1980
Webgrafia: Portal HTTP//WWW.alepi.pi.gov.br – Biografia: Dep
Alcides Martins Nunes
Pesquisa feita em
25/11/2018
Valença do Piauí, 29 de novembro de 2018
Prof. Antonio Jose Pereira da Silva
Pesquisador
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