Um tipo conhecido como Antônio
José Mambenga – memória viva da cultura valenciana
Há sempre e em
cada lugar os “tipos” que
marcam o imaginário popular, seja pela maneira quase anônima (não oficial,
para ser mais exato), seja pela capacidade que possuem em registrar na
memória a história da sua e de outras gerações. Aquele tipo que se preocupa
com o inusitado, com o desconhecido, com o não valorizado. Um tipo que se
mistura a outros sem nenhum receio de ser apresentável por se sentir (já o
sendo) da mesma origem das suas personagens reais ou imaginárias. Esse
guarda uma inteligência invejável, uma memória genial, brilhante,
encantadora, sem as quais seria difícil reviver momentos importantes da
nossa cultura.
Viva a cidade
quem mantém em seu quadro um tipo como o professor Antônio José Mambenga,
que a troco de nada (e ao mesmo tempo de tudo) se empenha num projeto
espinhoso de manter vivas as tradições de sua gente. Alguém que
umbilicalmente não se desgruda da sua região por entender a importância que
ela tem para si e para os outros, até mesmo para aqueles que sequer notam
tamanha importância. Antônio José é apegado a tudo o que diz respeito a sua
terra que, na maioria das vezes, o olha com indiferença, para não usar o
peso da palavra descaso.
Como não
aproveitar incessantemente uma inteligência que brota do próprio chão e ali
mesmo finca raízes? A resposta é simples: Valença do Piauí, infelizmente é
melhor madrasta que mãe, basta consultar a professora Etevalda Oliveira,
sobre quem me reportarei noutra oportunidade, por ter sido a peça chave da
minha trajetória no exercício do magistério.
O Mambenga, caros
leitores, bem que podia ter seguido a sua trilha, velejado em outros mares,
se o seu compromisso de mudar a mentalidade da sua gente tivesse sido menor
que o sonho quixotesco de torná-lo possível. Conheci-o desde cedo nos
trabalhos escolares que exigiam sempre uma entrevista com alguém que
conhecesse a história da nossa terra, da nossa gente. Foi ali mesmo entre
velharias, livros raros e um caixão de São Vicente de Paula, que ouvi,
encantado como muitos da minha geração, as lições do mestre. Era o nosso
passado se materializando pela palavra por isso conversar com esse tipo,
chamado Antonio José Mambenga, tornou-se para mim uma rotina.
Infelizmente
nascem outros “tipos” (metidos a sabidos), ou alguns de seu tempo se
revelam tentando ocupar espaço. Esses se são notados é como um raio que
corta o céu e desaparece. Seu brilho efêmero não incomoda, nem ilumina, só
quando, não sei se por inveja, ou por malícia mesmo, tentam macular a
imagem do que veio para permanecer e ser admirado. O Mambenga vem
conseguindo ao longo de sua trajetória se firmar pelo que realmente faz, e
ainda que não cobre terá sempre os elogios merecidos e a defesa
involuntária, principalmente quando os outros “tipos”, de forma covarde,
passam a duvidar de sua lisura frente aos assuntos culturais da nossa
terra.
E se hoje saio em
sua defesa é por acreditar no sonho quixotesco de transformar a mentalidade
da nossa gente. Por acreditar nas histórias e estórias de pessoas anônimas
que se imortalizaram pela importância que o professor Antônio José Mambenga
lhes reservou no decurso da história, como a conhecida “Preta Mão-de-onça”.
Nas suas
conversas haverá sempre a lembrança mágica de um tempo que não se apaga.
Resta aos valencianos reconhecer mais o legado do mestre que um dia poderá
se imortalizar através de livros ou noutras memórias.
Dificilmente
Valença encontrará alguém que, como ele, se dedique de forma despretensiosa
a manter viva a memória e a cultura valenciana.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA:
GOMES, Kássio Fernando, Professor e Historiador
www.piaui.com.br - Turismo e Gastronomia (Coluna: valencianas)
Teresina - Piauí
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Meu eterno professor quantas vezes fui para a escola sem o minimo de vontade para assistir outras aulas mas quando era o dia da aula de história ficava ansioso para ir pois sabia que suas aulas sempre foram uma fonte de cultura e enriquecimento de cultura e intelectualidade por isso hoje decide me licenciar em história tendo como principal referencia a sua figura como professor e deixo aqui minha eterna gratidão pelos conhecimentos que o senhor sempre fez questão de compartilhar
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