segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
GRATIDÃO AO CONHECIMENTO
·
Já que quinta é dia de #TBT vou relembrar esse dia mágico
para pais, filhos, professores, expectadores do Instituto Dom Quixote - Valença do Piauí - PI. Pra ter uma ideia da magia que rondou o evento, imagine crianças
felizes, pais orgulhosos, professores realizados, familiares emocionados... ou
seja, foi um sucesso só!!
Esse dia foi muito importante para mim, me emocionei ao relembrar o que passei nessa escola, momentos que ficaram na memória e que formaram o alicerce para hoje eu ser a pessoa que sou. Minha emoção ao reviver a infância na escola infantil "O Guri", ver minhas professoras, que com muito carinho ainda chamo de "tia", passar aquele filme de todos os momentos felizes que passei naquelas salas de aula, projetos, feiras culturais...
Imagine como foi ver pais orgulhosos de seus filhos, por estarem com seus próprios livros em mãos!! Sim, isso mesmo... Livros!! Numa sociedade cheia de mídias e tecnologias, o livro foi o destaque principal!
Ler gera curiosidade, criatividade, incentiva a escrita, amplia o conhecimento, aumenta o vocabulário entre outros benefícios, e ver crianças tão felizes por terem sua própria produção foi encantador!!
Mas minha maior emoção foi quando me perguntaram, Suênia, e quando for a Hellen Sofia? Nossa, meus olhos encheram de lágrimas e disse: eu só vou conseguir chorar de orgulho!! Um orgulho que só quem é mãe/pai/responsável pode entender... Agradeço o convite para prestigiar esse momento único, e parabenizo toda a escola pelo belíssimo evento! Professores, gestão, administrativo, por acreditarem na educação e terem proporcionado uma noite tão linda... tão mágica!!
Texto: Profº Suênia Marla de Gênesis
Esse dia foi muito importante para mim, me emocionei ao relembrar o que passei nessa escola, momentos que ficaram na memória e que formaram o alicerce para hoje eu ser a pessoa que sou. Minha emoção ao reviver a infância na escola infantil "O Guri", ver minhas professoras, que com muito carinho ainda chamo de "tia", passar aquele filme de todos os momentos felizes que passei naquelas salas de aula, projetos, feiras culturais...
Imagine como foi ver pais orgulhosos de seus filhos, por estarem com seus próprios livros em mãos!! Sim, isso mesmo... Livros!! Numa sociedade cheia de mídias e tecnologias, o livro foi o destaque principal!
Ler gera curiosidade, criatividade, incentiva a escrita, amplia o conhecimento, aumenta o vocabulário entre outros benefícios, e ver crianças tão felizes por terem sua própria produção foi encantador!!
Mas minha maior emoção foi quando me perguntaram, Suênia, e quando for a Hellen Sofia? Nossa, meus olhos encheram de lágrimas e disse: eu só vou conseguir chorar de orgulho!! Um orgulho que só quem é mãe/pai/responsável pode entender... Agradeço o convite para prestigiar esse momento único, e parabenizo toda a escola pelo belíssimo evento! Professores, gestão, administrativo, por acreditarem na educação e terem proporcionado uma noite tão linda... tão mágica!!
Texto: Profº Suênia Marla de Gênesis
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Valença do Piauí, 256 anos de História, Cultura e Tradição
A cidade de Valença,
localizada a 210km de Teresina capital do estado do Piauí, teve origem de uma
aldeia dos Índios Aruaques, onde atualmente é a cidade de Aroazes. Em 19 de
junho de 1761, Dom José, Rei de Portugal, assinou a Carta Regia, autorizando o
Cel. Joao Pereira Caldas, Governador da Capitania de São Jose do Piauí, criar
as primeiras vilas, dentre as quais, a de Valença. No momento a Vila seria
instalada em Aroazes, por sediar a freguesia de Nossa Senhora da Conceição, mas
no ato da instalação, por motivos ignorados a Vila foi sediada no arraial do
Catinguinha. O nome Valença, foi em homenagem a terra natal do então Governador
da Capitania, Valença em Portugal.
O tempo passou e a Vila
de Valença foi se adequando ao progresso. Em 1889, com a Proclamação da República,
a 15 de novembro, a Vila foi elevada à categoria de cidade, pelo decreto Número
03 de 30 de dezembro. Em 1943, a Cidade de Valença passou a denominar-se
Berlengas, nome este que durou até 1948, quando passou a denominar-se Valença
do Piaui.
A medida que o tempo
foi passando foi crescendo o acervo cultural dentro do patrimônio material e
imaterial.
Em cada rua, em cada
esquina, nas praças ou em lugares pitorescos, ficaram as memorias de cada um através
do papel que exerceu ou que deixou de exercer em prol do desenvolvimento
coletivo. Se por um lado existiram os benfeitores, cuja notoriedade se
imortalizaram através de homenagens em prédios, ruas, praças, logradouros públicos,
estradas e comunidades. Por outro lado, pessoas anônimas também tiveram seus
nomes cristalizados na memória de grande parcela da população e quando
lembradas, provocam elogios sinceros e menos reação contrarias de muitos que de
imediato provocam risos ou no mínimo um balançar de cabeça, reagindo uma interrogação
negativa para tal homenagem. Uma das homenagens que mais provocou alarido nesta
cidade, foi quando o Ponto de Cultura, recebeu o nome de Preta Mão de Onça,
codinome da valenciana Eva Maria da Conceição, pelo fato da homenagem ter saído
do raio dos bem nascidos, cuja quebra de paradigma remoeu as entranhas dos bem
vividos. Muitos chegaram dizer que era o pior nome que o ponto poderia receber,
mas as reações eram tão pequenas, diante do mito e do papel que a Preta
desempenhou na cidade, que deu para despertar aquilo que Torquato Neto expõe
num de seus poemas, Anjo Torto, "...Vai desentoar o coro dos contentes...".
O nome ficou, mas era
sentido uma reação muito grande por parte daqueles que se sentiam afrontados
com a homenagem.
A História de Valença,
foi sempre uma luta de classe. Em tempos passados, ocorria no beco da amargura,
a tomada do Boi da Bela Flor, organizado pelo Sr. Joaquim Quitéria, pai do
Bodim, por rapazes da elite local, moradores na parte central da cidade, entre
a rua Antônio Luiz e Rua do Maranhão.
A memória também pontua,
a Chica da Dona Eulália, que muitas vezes se transformava em animadora de
festa, cujas notas musicais eram tiradas de um pente fino e um pedaço de papel
de cigarro. Pitirran, ex-dançarino de reisado, onde desempenhava o papel da
cocó de fogo, não podia sair na rua que era escanteado e afrontado por crianças
e muitas vezes por adultos, através da expressão "coroa de Pade". Mas
como a História tem seu tempo, seu espaço e seus atores, nada mais oportuno
para mencionar a importância do Sr. Benedito, que por criar macacos, lhe foi acrescentado
o nome dos animais ao seu. Ele era fotografo, mas no sábado de aleluia, se
transformava em galo para anunciar que a missa da aleluia estava próxima a
começar. Meia noite, ele subia no cruzeiro que existia frente à igreja matriz,
abria os braços onde se encontravam fixas uns papelões em formato de asas e
cantava como galo 12 vezes, avisando o povo da redondeza que a missa já ia
começar, tudo isso porque em Valença no período da Semana Santa o sino não toca
e sim a matraca, cujo som não chegava em locais mais distantes por exemplo; as
proximidades da rua do Maranhão.
As representações sobre a história de
Valença possui um divisor através da educação, nomes como, de Raimundo Nonato
de Oliveira Marques, jamais poderá ser esquecido. Ele que nasceu na cidade de
Barra de Marataoã, estado do Piauí, no dia 13 de fevereiro de 1916. Filho de
Olímpio Marques e de Maria Ester.
Chegando
em Valença, encontrou uma cidade bastante limitada em todos os sentidos, uma
vez que era bem aguçado o sistema do coronelismo, tão típico no Brasil afora e
bem cristalizado aqui no Nordeste. Todavia, a fragilidade maior era no sistema
educacional uma vez que só existia o conhecido curso primário no Grupo Escolar
Cônego Acylino e de forma bem tímida. Escolas particulares que existiam também obedeciam
ao mesmo ciclo.
Como homem de visão acutíssima e
deliberada preocupação com a educação escolar, Pe. Marque, por intermédio do
Pe. Jose de Jesus Moura Madeira de Araújo Costa, conseguiu trazer seu irmão Antônio
de Jesus Maria Madeira de Araújo Costa, para Valença e com ele o Instituto Santo
Antônio de sua propriedade em Oeiras- PI. Daí, para a criação do Ginásio Santo Antônio
bastou a junção de Pe. Marques com o Ten. Antônio Félix de Melo, que era muito
amigo do Senador Joaquim Pires Ferreira, por quem foi dada a entrada da
documentação pedindo à Ministra da Educação e Saúde, Dona Lúcia Magalhães, o
funcionamento do Ginásio, cuja ordem chegou por telegrama no dia 19 de dezembro
de 1948.
O acervo pertinente ao
patrimônio imaterial é enorme, entre lendas e mitos, a cidade se torna um palco,
cuja representatividade vão da Baleia da Igreja de São Benedito, Procissão dos
Mortos que tem como protagonistas a Alma Penada e Prisilina. Outras lendas também
são referencias como: a mulher nua da Mesa de Pedra, a noiva da Santa Rosa, o
Bicho Gritador da Izidoria, o Galo do Arco da Igreja do Buritizal, Cavaleiro da
Rua Mundico Dantas, dentre outras que mexe com o imaginário de grande parcela
do povo Valenciano, mesmo sabendo que patrimônio imaterial é necessário para
que a cidade tenha vida.
Na certeza de que, feliz
do povo que pode comemorar o aniversário de sua cidade rememorando o
cotidianidade do sua gente! Parabéns Valença pelos 256 anos de criação!
Texto: Prof. Antônio
José Mambenga
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
O QUINTAL DE MINHA CASA
O QUINTAL DE MINHA CASA
As faveiras de minha casa! Onde também canta o sabiá e os danados pardais e as pardocas se
aninham. No amanhecer escuta-se o palrar dos periquitos e bem próximo do meio
dia, bem-ti-vis saciam a sede no balde de água que em esse fim. Rolinhas, “fogo
pagou”, sngue de boi, também passeiam neste quintal. No inicio do período de
estio um recongo solitário pousava no mais alto galho da faveira bem como,
também de forma solitária uma alma de gato pulava de galho e galho.
È um quintal
abençoado, funciona praticamanente como
um corredor de pasagem entre o turblento centro urbano e o sitio Lagoa Seca e
suas adjacências como Tanques e Morro Alto. Também passam por este quintal:
anuns brancos que minha esposa chama de piguaris, anuns pretos e chibitas, cuja
sinfonia suavisa os ouvidos atentos, tanto no amanhecer como no entardecer.
Neste quintal, onde a natureza se faz presente, de vez em quando sobrevoam
tímidos urubus em busca de alimentação ou mesmo pra tentarem captar tradicionais
víceras estendidas numa vara, proveniente da casa da Aldenora do Bairro Cacimbas.
Este é meu quintal, local onde estar sendo construído o meu
acervo museologico e um nicho dedicado ao Divino Espirito Santo. Quando estiver
pronto aviso para visitação agendada porque os guardiões do espaço: Tigrão e
Lessi Francisca, precisam ser avisados. Moro na Rua Edmundo Soares, no Bairro Lavanderia em Valença do Piauí
TEXTO: Prof. Antonio Jose Mambenga
Especialista em História do
Brasil; História Social da Cultura e História e Cultura Afro
Brasileira
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
12ª PRIMAVERA DOS MUSEUS
A instituição ESPAÇO CULTURAL PROGENIE DE MAE LUIZA CABORE está
participando da 12ª PRIMAVERA DOS MUSEUS.Os dados e o(s) evento(s) cadastrados
são os seguintes:
RUA EDMUNDO SOARES, 125 - LAVANDERIA
mambenga@bol.com.br Tel:(89) 9998-55283
64300-000
VALENÇA DO PIAUÍ - PI
RUA EDMUNDO SOARES, 125 - LAVANDERIA
mambenga@bol.com.br Tel:(89) 9998-55283
64300-000
VALENÇA DO PIAUÍ - PI
•17/09/2018 - 09h30 às 10h30
PALESTRA - Tema: Educação valenciana no contexto piauiense(História do Colégio Santo Antonio)
Local:Colégio Santo Antonio: Auditório Pe. Raimundo de Oliveira Marques
PALESTRA - Tema: Educação valenciana no contexto piauiense(História do Colégio Santo Antonio)
Local:Colégio Santo Antonio: Auditório Pe. Raimundo de Oliveira Marques
•18/09/2018 - HORARIO -
08h30 às 09:30H
EXPOSIÇÃO - Exposição fotográfica: Tema: Flores campesinas
Local:Academia de Letras da Confederação Valenciana
EXPOSIÇÃO - Exposição fotográfica: Tema: Flores campesinas
Local:Academia de Letras da Confederação Valenciana
•18/09/2018 - horário: 08:30 às 11:30h -manhã
PALESTRA - Palestra sobre a História do Grupo Escolar Cônego Acylino, fundado em 1932
Local:Auditorio do Grupo Escolar Cônego Acylino
PALESTRA - Palestra sobre a História do Grupo Escolar Cônego Acylino, fundado em 1932
Local:Auditorio do Grupo Escolar Cônego Acylino
•18/09/2018 - Horário: 20:00 à 21:00h
VISITA MEDIADA - Visita mediada ao acervo museológico do Espaço Cultural Progênie de Mãe Luiza Caboré - PERIODO: 18/09/2018 A 22/09/2018 - HORÁRIO: 14:30 ÀS 17:00h
VISITA MEDIADA - Visita mediada ao acervo museológico do Espaço Cultural Progênie de Mãe Luiza Caboré - PERIODO: 18/09/2018 A 22/09/2018 - HORÁRIO: 14:30 ÀS 17:00h
domingo, 8 de julho de 2018
HISTÓRIA DAS FESTAS JUNINAS EM VALENÇA DO PIAUÍ
XXX
FESTIVAL CULTURAL PIAUÍ – 2018
JUBILEU DE PEROLA
As manifestações juninas chegaram
ao Brasil através dos colonizadores. Aqui se aclimataram e a medida que o
território ia sendo desbravado, os hábitos e costumes atrelados as divindades
católicas do mês de junho: Santo Antônio, São João e São Pedro, foram acontecendo
e se cristalizando nas povoações recém criadas.
Os habitantes aqui existentes
quando da chagada deste povo distante e diferente foram absorvendo de forma
lenta, mas gradual a tradição européia.
No início, a única coisa que
coincidia era o fogo que já fazia parte dos rituais dos povos ameríndios existente por estas plagas
Somente em 1808, com e chegada da
família Real Portuguesa no Brasil, ocorreu a eclosão das danças juninas, tendo
por base os ritmos, cadência e coreografia da dança de salão praticadas pela
nobreza, sob a influência francesa.
Assim, surgiram, as quadrilhas
juninas, e foram se elastecendo chegando aos locais mais distantes do Brasil e
se adequando ás realidades locais, principalmente as pecuniárias, porque cada
povo tem seu estilo próprio de vida e de ver as coisas.
Em Valença, as manifestações
juninas ocorriam anualmente como festa da fertilidade, em sinal de
agradecimento as divindades pela boa colheita, cuja simbologia se resumia numa fogueira
em frente a casa, uma árvore fincada no chão e em frente da fogueira, ou mesmo num
mastro numa peça de madeira colhida entre as mais altas da redondeza
A fogueira, era acesa, ao
anoitecer pelo patriarca da família, na noite do dia 23 de junho. No momento
que a família se reunia em frente da
casa para referenciar o Santo de devoção em sinal de agradecimentos, momento
também que convidavam os vizinhos próximos, parente e amigos.
As crianças,
brincavam de roda, as meninas, enquanto os meninos, de outras brincadeiras,
como cavalo de talo de carnaúba, ou mesmo outras brincadeiras típicas da época.
Quando o braseiro começava, era
hora de assar carne, ou mesmo assar abóbora, batata, macaxeira, peixe, sob o
vapor da brasa ou do borralho.
Os jovens, aproveitavam o momento
para fazer as simpatias, tais como, olhar o reflexo sob a bacia com água, esta
muitos tenham medo, porque, caso não visse o rosto no reflexo da água da bacia,
não completava o ano sem fazer e transcendência. Colocar a cera da vela branca
para formar as letras do futuro cônjuge, colocar brasa da fogueira para saber
se quando casasse ,ficaria viúvo para os rapazes e viúva para moças, Eram duas
brasas cada uma tinha o nome e sexo, caso uma afundassem, a preocupação era
tamanha, as vezes estas práticas de simpatia até causavam retardamento no
casamento. Outras práticas era o do compadrio, crianças jovens e adultos, pegavam um “tição” da
fogueira e ali passavam fogo com temas dos mais simples aos mais exóticos e
complicados. O mais importante era o compromisso firmado e a forma como eram cumpridos.
Estas e outras práticas eram
utilizadas em Valença do Piauí. Embora dependendo da situação financeira de
cada família, contratavam sanfoneiros para animar a fogueira, ou mesmo
violeiros para as famosas cantorias, muitas vezes a família ficava até altas
horas dependendo da animação. As famílias mais carentes , utilizam latas para
produzir o som daí ter surgindo a famosa expressão Bate Lata
Em 1958, ocorreu na Rua do
Maranhão a primeira apresentação de uma quadrilha junina em Valença, com passos
marcados e coreografados, por ocasião de um festejo de São Benedito.
Para ensaiar os passos
coreografados veio um senhor da cidade de Picos - Piauí, o sanfoneiro, foi o
Sr. Jose Filho, vindo da Lagoa do Sitio, neste período, pertencente ao
município de Valença.
Os noivos foram Eutasio e
Etevalda Oliveira. Os dançarinos: Mestrim e Teresinha, Jesus do Miné, Maria
Joana, Mestre Dezinho, Nazareth e
Monteiro, e tantos outros jovens da cidade. A quadrilha junina
coreografada foi o divisor entre as manifestações culturais de época e o novo
modelo advindo de outras regiões.
A apresentação foi à grande
novidade na cidade o que levou apartir do ano seguinte ocorrer novas
apresentações e novos dançarinos ingressarem na nova dança junina da cidade.
Com isso vários grupos foram se formando e a cidade pegando gosto pela dança da
Quadrilha Junina, com isso o mês de junho em Valença tornou um outro aspecto
sócio histórico e cultural com as quadrilhas juninas.
As escolas, também realizavam
suas quadrilhas juninas, principalmente o Cônego Acelino sob a organização da
Professora Maria dos Prazeres, pós os meados da década de 1960 o grupo junino
saia em passeata, pelas ruas da cidade .As
crianças montadas em jumentos e outras caminhando, cujo trajeto era do Cônego
até o Loreto, onde ocorria a festa, cujo culminância era a apresentação da
quadrilha junina, com coreografias simples e passos também voltado para o
tradicionalismo.
Por volta de 1984, a cidade já
contava com vários grupos de quadrilha juninas individualizadas e sem um nome
que os identificassem o grupo era conhecido pelo o nome dos organizadores da
festa . Observando isso o Profª. Naildes Lima Verde, convidou o Prof. José
Dantas, para organizarem um Festival de Quadrilhas Juninas, para escolherem os
melhores grupos da cidade.
O local foi a quadra do Colégio Santo Antônio. Nos anos seguintes
novos grupos se formavam objetivando participar do Festival.
Em 1989, foi organizado o
Primeiro Festival de Quadrilhas Juninas de Valença do Piauí, pela Prefeitura
Municipal. Neste período o gestor era o Dr. Francisco de Assis Alcântara e a
Secretaria de Educação e Cultura e Professora Ineide Lima Verde.
A Profª. Ineide Lima Verde, teve
a iniciativa de organizar o Festival, num local mais amplo para atender o
público que gostava de ver e dançar quadrilha junina.
O espaço escolhido, foi a Praça
do Xerém, no centro da cidade. Para homenagear o local, a Profª. Ineide Lima
Verde, codinominou o espaço como “Arraial do Gorgulho”, porque lá aos sábados
ocorria a feira livre e o feijão era o produto mais encontrado e também por ser o pratico típico de grande parcela
das famílias valencianas . Com ou sem farinha, arroz, ou milho, o feijão faz
parte do cardápio do povo valenciano, mais se não for cuidado com zelo, ele
cria gorgulho, daí o nome do Festival, uma homenagem ao gorgulho inseto que dá
no feijão quando não é bem cuidado.
Para organizar o primeiro
Festival de Quadrilhas Juninas a Prof.ª. Ineide, Convidou para lhe assessorar,
a Prof.ª. Nereide Fernandes e o Prof. Antônio José Mambenga. E no dia 28 de
junho de 1989, ás 20h00min foi iniciada a festa com um grande público presente.
Participaram os grupos: Quadrilha Joaquim Manoel, Quadrilha Bela Flor,
Quadrilha Maravilha, Quadrilha Matutos da Noite, Quadrilha Renascer e do Zona
Rural: Quadrilha do Fumal, Quadrilha da Isidória. A campeã foi a Quadrilha Bela
Flor.
Nos primeiros anos era apenas no
sábado, foi ampliado para sexta e sábado, depois para sexta, sábado e domingo e
no período áureo acontecia a partir da quinta feira até o domingo. De 1989 ao
ano 2000funcionou na praça do Xérem . Em 2001 foi transferido para praça do Getulio Vargas, onde o nome Gorgulho foi
substituído por alegria. Em 2005, o no festival voltou ser Gorgulho em 2007.
Retornar para Praça do xerem. Em 2008, o festival subiu para praça do Novo Horizonte em 2013
para o Espaço Cultural do CSU. O nome Gorgulho continua pela subjetividade e a
forma de homenagear em espaço da feira livre onde a cultura popular se mantêm
viva através das vivencias do cotidiano. As quadrilhas Juninas em Valença, se
mantém, através da força de vontade dos grupos organizados, da Prefeitura
Municipal, que oferece toda infra-estrutura para o evento, através de
contratação de bandas, palco, som, iluminação, limpeza do espaço, decoração,
premiações, banheiros químicos, para que o evento continue sendo uma grande
referência na região do território do Vale do Sambito.
Neste ano de 2018, o Festival completou 30 anos de existência, ocasião que foi comemorado o seu Jubileu de Perola. Para marcar o natalício, vários grupos de Quadrilhas Juninas se apresentaram, tanto da cidade como grupos visitantes vindos de outras cidades, bem como apresentações culturais de danças folclóricas e para folclóricas. Completar 30 anos de existência um Festival Cultural de Quadrilha Juninas, é poder dizer que "a cultura
não é um substituto para vida e sim a chave para própria vida." porque não foi fácil, chegar a
trigésimo ano de apresentação, mas as dificuldades os erros, os acertos
serviram de base para entender que o povo é sim o grande protagonista da sua
própria cultura e o Festival funcionado como elo entre o querer e o fazer de
nossa gente na certeza que as Festas Juninas de Valença do Piauí, são
referências em todo região central do Piauí.
Valença do Piauí, 25/06/2018
Prof. Antônio José Mambenga
Especialista(lato Sensu) em
História do Brasil e História Social da Cultura
quarta-feira, 27 de junho de 2018
AS MANIFESTAÇÕES DE UMBANDA EM VALENÇA-PI
... TUDO, POR UMA QUESTÃO DE FÉ
Cada povo possui uma maneira diferente de entender as
divindades religiosas, daí existir um pluralismo de manifestações que encadeiam
o intuitivo de cada um. A cidade de Valença do Piauí, teve sua origem de aldeia de índios aruaques,
localizada na serra da missão na atual cidade de Aroazes-Piauí.
No início, este povo chamado primitivos. pelos primeiros
colonizadores que por aqui passaram, tinham suas manifestações religiosas
atreladas a natureza e o ciclo do conhecimento de época.
Com a chegada dos primeiros desbravadores, por volta do final
da primeira metade do século XVII, trouxeram a religião cristã, através do
catolicismo e foram conquistando espaço, pois além de desbravarem a região, o
colonizador também repassava mensagem de fé.
Salvar almas era o grande objetivo cristão, mesmo na maioria
das vezes os financiadores da fé estivessem mais distantes de Deus, que os
próprios habitantes da terra ora conquistada.
Por volta de 1762, quando da instalação da vila de
Valença-Pi, a 20 de setembro, existiam africanos vivendo como escravos, e
pessoas livres. Convém mencionar que estes africanos e/ou remanescentes, tinham
e conservaram sua religião de origem, embora de forma clandestina. Neste caso
as manifestações religiosas de matriz africanas já existiam por estas plagas desde este período histórico,
cujo repassar a seus descendentes, as rezas e rituais não era coisa fácil, pela
repressão as práticas de culto e a forma exótica como eram trabalhadas.
Neste caso, é preciso entender, que, foi no silencio da
noite, sob o zumbido das muriçocas e o estalar da lenha da fogueira que os pretos e pretas velhas
mantiveram sua tradição e conseguiram repassar suas crendices e rituais
religiosos trazidos e adquiridos no decorrer do tempo por seus ancestrais.
O tempo passou, a cautela para tanto era necessária, e aos
poucos foi ocorrendo o sincretismo cuja metamorfose ritualista na maioria das
vezes bifurcava entre os que praticavam o bem e os que faziam o mal, cuja
orientação pela sociedade branca e detentora do poder financeiro, era altamente
seletista, levando em conta os traços físicos e faciais. Geralmente se o
rezador, “cientista popular” ou mesmo o feiticeiro, era pessoa advinda de
classe subalterna, possuidor de pouca escolaridade e comportamento estranho
diante de certas situações sociais, culturais ou mesmo religiosas, cheio de
superstições, crendices, agouros, cujo repertório de malefícios intimidava as
pessoas que passavam a tê-lo como amigo. Os poucos que arriscavam. era mais por
temor, que por considerações recíprocas.
Assim, foi se formando as religiões de matrizes africanas no
território valenciano, nomes como Cinobelino Soares da Silva, Antonio
Fernandes, Chico Feitosa, Manoel da Vaca e tantos outros, se firmaram e
tornaram-se referências na prática do bem. Enquanto, João Luzia, morador na
comunidade Ovelha Morta, localizada as margens da estrada rumo para o povoado
João Pires, era visto como o catimbozeiro mais temido da região.
As as pessoas se
apavoravam quando se deparavam com ela nas ruas da cidade, ou mesmo nos
trajetos que trafegavam pela estrada do João Pires, ao passar por sua
residência, faziam o sinal da cruz, cruzavam os dedos, não olhavam para traz
com receio de serem atingidas pelas práticas do mal, evocadas por ele.
No frontal de sua casa, existiam vários bonecos de barro sob
um peitoril, isso provocava um medo terrível nas pessoas, segundo informações
de moradores próximos, Dona Benedita, esposa de Cinobelino, quando vinha para
Valença, montada em seu cavalo, trazia consigo uma cabaça com água pura da
fonte para ser despejada em frente à casa de João Luzia, com o objetivo de
quebrar as forças malignas se por acaso ele quisesse fazer o mal a ela e/ou a
seu esposo Cinobelino.
Com o surgimento dos salões de Umbanda entre as décadas de
1950-1970, o som do tambor, tornou-se uma referência na cidade, uns pelo
diferente, outros pela curiosidade, mas no Cômputo geral, chegava a atrair
pessoas para frequentar e adeptos para desenvolver suas entidades.
Nas sextas-feiras, quando o tambor rufava, logo se formavam um
grupo para ir ao terecô. Lá, uns iam para observar, outros para se escandalizar
e muitos para falar mal. Outras pessoas temiam ir porque tinham medo de receber
“entidade” e ter que desenvolver os “passes”.
Nos meados da década de 1970, na rua Cicero Portela, nas
imediações do cruzamento com a PI 120 que vai para cidade de Pimenteiras-Pi,
uma Senhora por nome Gorete, esposa de um Senhor por nome Paixão, ambos da
classe popular, tornou-se o nome mais comentado na cidade, porque recebia o
espírito de uma criança, diariamente no turno da tarde. Para lá convergia um
número bastante acentuado de pessoas para ver o ocorrido, dentre os olheiros,
muitos estudantes até mesmo do Ginásio Santo Antônio, compareciam para ver e
conversar com a divindade sobrenatural. Tudo isso ocorria num momento quando os
salões ainda não funcionavam e as mães e pais de santo, atendiam em suas
residências altas horas da noite, primeiro pela clandestinidade, segundo porque
o cliente não queria ser visto pela população.
Assim, foi sendo construindo a ideia da criação e manutenção
dos salões de umbanda em Valença do Piauí, de forma lenta, mas gradual, até encontrarem
pessoas que pudessem se firmarem como adeptos, embora de forma muito resumida,
porque se sobrecarregavam de preconceito, pela forma exótica como tudo ocorria. Atualmente
ainda é um numero muito pequeno de
seguidores ou melhor que se apresentam de forma oficial, mas a clandestinidade,
é bem aguçada. Os que assim se comportaqm, admitem que a Umbanda para eles tem
sua importância. Este número pequeno de
seguidores na ativa é ocasionado, pela escassez de informações sobre o tema,
daí, clandestinamente o número ser bem
maior e crescente, pois quando se trata
de sobrenatural as pessoas temem e acreditam no poder da transformação, na
maioria das vezes vendo a Umbanda como um mal necessário para suas vidas.
Antônio
José Mambenga
Valença do Piauí, 15 de junho 2018.
sábado, 26 de maio de 2018
PONTO DE VISTA: MANIFESTAÇÃO DOS CAMINHONEIROS - 2018
O BRASIL PAROU E O PNEU DA MINHA
BICICLETA FUROU E PAREI TAMBÉM
Parece que o Brasil
acordou sem precisar alguem cutucar! Sem rótulo partidário, sem cor, sem outros
apetrechos alusivos a nenhum sistema governamental. Foi um acordar por
categoria operaria. Lembrei da Revolução Russa de 1917, quando o proletariado
rural, foi a luta, enquanto se esperava, um movimento daquela natureza,
proveniente dos operários urbanos da Alemanha ou mesmo da Inglaterra, mas foi
da Rússia, no momento com menos referencia em termos de conhecimento letrado.
Caso estivesse ocorrido no ano passado, apontaria como uma comemoração ao
centenário da Grande Revolução, mas como todo movimento, não eclode sem
planejamento, o que estar ocorrendo no Brasil, pode ser uma comemoração tardia,
mas benéfica para mostrar que o homem é sim o protagonista da sua própria
Historia, mas precisamos entender que a
Rússia, neste momento tambem está em voga. Tudo e/ou praticamente quase tudo
converge, para o grande espetáculo, da grande invenção inglesa que leva o povo
cantar, gritar, se emocionar e num gesto subjetivo ecoar goooollllll! Eu,
também grito, sou brasileiro nato!
Avante Brasil! E como diz Karl Marx, "A História da humanidade até hoje tem sido a história das lutas de classe. Outros pensamentos, também povoaram a mente de muitos brasileiros. Uma certa vez li, não me recordo muito bem o autor e/ou autora, mas ficou marcado na memória "....já é tempo do
brasileiro tomar vergonha na cara e pensar por si próprio! Pára dos outros
pensarem por nós...!." será se estamos amadurecendo e/ou sendo ainda um
protótipo, deste grande pensamento? Viva o Brasil! Viva o povo
brasileiro! Vamos a luta! Mas precisamos de Moisés? -- Sim!
Precisamos, muitos outros moisés e de outros mais, porque o "mar vermelho" atualmente
é multicolorido" e mais sólido, daí não ser impossível, basta cada um fazer
sua parte! Quem sabe se de repente este mar se abrir e num passe de mágica, todos passarão e do
outro lado, encontrarão novos horizontes e alternativas para buscar
o tempo perdido.
Aqui em Valença(PI), parcela do povo se sentiu partícipe do
movimento, filas foram necessárias
nos postos de combustível para que veículos fossem abastecidos do líquido precioso.
Os mais eufóricos, até
arriscavam mensagens, muitas delas como se estivessem gravando para fazer parte
do “Projeto Brasil que quero” de uma emissora de TV brasileira. Outros,
mantinham-se calados mas com gesto de preocupação pela suposta crise do combustível ocasionada pela
manifestação dos caminhoneiros.
Quando menos espero, senti algo diferente na minha bicicleta,
até aquele momento sem preocupação, porque
não precisava nem de álcool, gasolina ou mesmo diesel, o pneu estava
baixo e secou. Fui até a oficina mais próxima para solucionar o problema e veja
o que me foi informado: --- Estamos sem material, se manifestou o operário que atendia no momento, o caminhão que faz a entrega
aderiu ao movimento e se encontra parado numa estrada deste Brasil afora. Com
isso, voltei caminhando para casa e a bicicleta ficou parada, mas como cada um
participa como quer e pode, fiz minha parte. E você? Para tento, precisamos entender que "uma ideia torna-se uma força material quando ganha as massas organizadas"(Karl Marx).
Texto: Prof. Antonio Jose Mambenga
Valença do Piauí, 26 de maio de 2018
terça-feira, 1 de maio de 2018
EM VALENÇA DO PIAUÍ, O 1º DE MAIO, É DIA DE COLOCAR FLORES NAS PORTAS FRONTAIS DAS CASAS
EM VALENÇA DO PIAUÍ, O 1º DE MAIO É DIA DE
COLOCAR FLORES NAS PORTAS DAS CASAS
Prof. Esp. Antonio Jose Mambenga
A cidade de
Valença do Piauí, guarda na sua História muitas manifestações culturais, uma
delas é colocar flores nas portas e janelas no dia 1º de maio de cada ano. O
costume é bastante remoto, trazido pelos
primeiros habitantes no início da colonização desta região ainda no século
XVII.
A História
Oficial, aponta a presença do colonizador
por estas plagas por volta da
segunda metade do século XVII, quando da presença do Bandeirante Domingos Jorge
Velho e seus comandados, no vale do Rio Santa Catarina, atual Rio Catinguinha
ou suas imediações, onde foi fundado o Arraial dos Paulistas.
“O Arraial de Paulistas” foi o único centro urbano do Piauí
no século XVII, e sucumbiu ante a escassez de índios para
serem capturados como escravos, ... Nos escombros da po-
voação foi erguida a atual cidade de Valença do Piauí, no
centro-leste do estado .(SILVA: 2008 – p 36)
Este povo, vinha provido de hábitos e
costumes oriundos de seus ancestrais, dentre as quais a tradição de colocar
flores nas portas e janelas na noite de 30 de abril, para saudar o 1º de maio,
acredita-se ter iniciado neste período. Aqui os bandeirantes, passaram cerca de
16 anos e deram continuidade, repassando
aos habitantes do Arraial de Paulista,
os hábitos e costumes que absorveram com seus ancestrais na terra berço. O
tempo se encarregou de cristalizar na memória de cada um, como deveria ser
visto o dia 1º de maio de cada ano. Outros moradores foram chegando e se
adequando a realidade local, até construírem uma identidade própria mesmo tendo
que se adaptar a realidade de cada um,
seguindo o princípio que “o homem é produto do meio que vive”.
Segundo a tradição em parte do norte de Portugal,
na noite de
30 de abril para 1º de maio, muitas pessoas
colocam maias (gi-
estas floridas) nas portas das casas para
lembrarem o tempo
da fuga de Jesus para o Egito Noutras terras colocam maias
no ferrolho da porta para serem protegidos das doenças e dos
Espíritos maus.(MOTA: 2012)
Assim foi
passando de geração para geração esta tradição de origem europeia na atual cidade de Valença do Piauí. Embora sofrendo
adaptações conforme a época e limitação cultural de cada família. Todavia, é
comum observar a forma como são tratadas as flores que são colocadas nas
portas. Convem dizer que em Valença, as flores são colocadas nas portas e
janelas no amanhecer do dia 1º de maio, dependendo do despertar de cada um. Os
que acordam mais tarde, assim fazem mas ninguém, se arrisca colocar pós as 9
horas da manhã, primeiro pela temperatura ser alta oscilando entre 28° e 35°
Graus e comumente o 1º de maio raramente
amanhece chovendo.
Minha
mãe, Sra. Benedita Luzia(1922-2017), cultivava plantas, dentre elas um exemplar
de buganville vermelho, ofertado por sua madrinha Maria Juvina, quando ainda
morava na Rua Areolino de Abreu, e a medida que mudava de endereço, providenciava
uma muda para nova residência. Além da buganville, cultivava outros tipos de
flores, como margarida, bredo, jasmim, e bugarim, para que no dia 1º de maio, não lhe faltasse flores
para colocar nas portas e janelas da casa onde morava. Neste dia tudo era
motivo de festa. Acordava muito cedo,
colhia flores do pequeno jardim e complementava com flores silvestres colhidas
nos arredores da casa e circunvizinhança, e colocava nas portas e janelas
frontais, e na porta de entrada, fazia uma espécie de tapete. Com as demais, cumpria o mesmo ritual
enfeitando tambem a casa dos filhos que moram próximos. Quando acordávamos, era
bonito ver a singeleza das flores cultivadas e das flores campesinas
ornamentando nossas portas e janelas e melhor ainda era saber que eram
colocadas por nossa mãe. Às vezes “a maioria eram flores do campo, que deixavam
transparecer até nos mais distraídos a singeleza da vida bucólica”, ali
incrustada.
Em Valença, o
costume de colocar flores nas portas no dia 1º de maio, para o imaginário das
pessoas, funciona como uma saudação ao mês de Maria, Mãe de Jesus, que conforme
a tradição, neste dia, a Mãe de Nosso
Senhora Jesus Cristo, percorre toda cidade, abençoando as residências
ornamentadas com flores.
Maio recebeu o nome do deus Maius que era o deus da primavera
E do crescimento. Para outros vem de Maia, mãe
de Mercúrio. As
Celebrações em honra de Flora, a deusa das flores e da juventude
(mãe da Primavera). Iniciavam o novo ano agrícola e
atingiam, na
Roma antiga, o seu clímax nos três primeiros
dias de Maio. A Igreja
Católica declarou Maio como o mês de Maria, a
mãe e rainha.(MOTA:
2012).
No entardecer
do dia 1º de maio, bem na hora do crepúsculo, quando as atenções se voltam pra
o momento do Angellus, é comum as famílias valencianas que ornamentaram suas residências com flores, ascenderem uma
fogueira para iluminar a passagem de Nossa Senhora, que novamente faz o sentido
contrário da visitação matutina, em sinal de agradecimento.
O objetivo da
fogueira, é se por acaso, Nossa Senhora, durante a passagem matutina, tenha
passado na residência, e ainda não
estivesse ornamentada, a luminosidade da fogueira ao anoitecer, serve
como indicativo, que os moradores cumpriram com a tradição, mesmo fora do
horário. Quando da Passagem Nossa Senhora, abençoará a família e tudo fica resolvido. E
como tudo tem um tempo, a medida que a cidade foi
crescendo, a fogueira foi sendo substituída por iluminação elétrica, fincada em
postes de cimento.
É comum também as famílias colocarem uma
lâmpada na frente da casa, ou mesmo, acender uma vela de preferência de cera de
abelha silvestre e na ausência desta uma vela branca comum. Enquanto isso, nos
bairros mais distantes e na zona rural a tradição da fogueira ainda permanece
em voga.
Na década de 1940, quando a cidade se resumia
entre a ruas do Maranhão, rua do Fio, rua do Fogo, Largo da Bela Flor,
Cacimbas, Casa do Loreto e outras poucas casas na atual Rua Areolino de Abreu,
no dia 1º de maio, a cidade era acordada
pela cantoria do Ofício de Nossa Senhora, puxado por Dona Tereza Preta, moradora
num casebre onde atualmente é a Casa Renascer, Dona Felisbela, mãe do Antonio
de Mato, Dona Felícia, mãe do Pedro Mudo, ex-serviçal da Casa do Padre Aristeu,
que morava na Casa Grande da Tranqueira, Dona Antonia, Mãe de Siá Chica
Paraguai e tantas outras. Das Cacimbas,
participavam: Dona Josefa e Dona Matildes, irmãs de “seu” Lucas de Dona
Neguinha. E do Sítio Betel, eram
presenças garantidas, a mãe da Maria Pretinha, Chiquinha Furtuosa, Dona Maria Germana e a mãe do João Urubu.
Estas mulheres, faziam a diferença, saiam cantando em alta voz o Ofício de Nossa Senhora, rua
acima e rua abaixo, numa linguagem entre a língua oficial e um latim, conforme
aprenderam pela oralidade. Elas conduziam muitas flores, algumas cultivadas
e a maioria eram silvestres. O
ritual era exótico, mas em momento algum se tem notícia que foram clicadas pela
lentes do fotógrafo de época, Sr. Benedito Macaco, pai da Maria Macaquinha. O
certo é que além de passarem pela Igreja São Benedito, e Nossa Senhora do Ó,
onde deixavam parte das flores, tinham paradas nas casas de suas patroas,
locais que durante o ano exerciam
prestação de serviço, umas como cozinheiras, outras como lavadeiras de roupas, babás, ou mesmo como
operárias no período da colheita dos cajus. Dentre elas, existiam aquelas que
eram boleiras, e/ou outros serviços típicos de época como botadeiras de água do
Rio Catinguinha para o consumo doméstico. Muitas vezes paravam, na Casa da Dona Dina
Dantas, Dona Odila Martins, Dona Chiquinha de “Seu” Abdon, e de Dona Maricas do Sr. Clovis, aonde
aumentavam a voz para que Nossa Senhora ouvisse melhor suas vozes.
Examinadas o porque das paradas em
pontos estratégicos, Tereza Preta como era mais extrovertida, respondia: -- São
estas pessoas que nos socorrem no momento que mais precisamos durante o ano
todo e neste dia, somos gratas a Nossa Senhora e a elas pelos que fazem por
nós. Em cada uma destas casas elas deixavam flores que somavam com as já
existentes embelezando a cidade de Valença e mantendo viva a tradição do 1º de
maio.
O certo é que no 1º de maio, a cidade de Valença do Piauí, era contemplada com a
manifestação cultural das flores nas portas das residências, e a cantoria do
Ofício de Nossa Senhora, protagonizado
por estas senhoras simples e anônimas que tinham uma forma diferente de saudar
Nossa Senhora pelas benesses recebidas e
suas patroas pelo serviço que lhes davam durante o ano.
Assim, a
tradição era mantida e ainda continua na contemporaneidade, mesmo tendo ficado
apenas na memória a participação das senhoras cantoras, que eram vistas mais
pela forma exótica de manifestação de que mesmo como expressão de uma cultura
popular e laicista, mantida em nossa
cidade por muito tempo. Atualmente o 1º
de maio é lembrado mais pelas flores colocadas nas portas e janelas das casas enquanto
a memória se encarrega de atiçar as mentes atentas que garimpam os modos, hábitos e costumes de nosso povo num
determinado tempo histórico que ocorria no 1º de maio.
BIBLIOGRAFIA
CARITA, Lourdes, Tradição das Maias ... uma pratica
tradicional e intercultural Recordação cristã e pagã – 12/05/2012 – Blog:
http://abemda nação.blogs.sapo.pt
MAMBENGA, Antonio Jose, Em Valença-PI, Colocar Flores Nas Portas No Dia 1º de Maio é
Mito Ou Tradição?: www.tribunadevalenca.com - 01/05/2017
SILVA, Reginaldo Miranda da, Piauí de Paulista, Revista
História da Biblioteca Nacional, ano 03
– Nº 34 – Julho de 2008 – Rio de Janeiro - RJ
sexta-feira, 27 de abril de 2018
HISTORIA DA COMUNIDADE PAI PEDRO EM VALENÇA DO PIAUÍ
HISTÓRIA DA COMUNIDADE PAI PEDRO EM
VALENÇA DO PIAUÍ
A cidade de
Valença do Piauí, situada na Mesorregião Centro Norte Piauiense, no Território
do Vale do Sambito, possui uma área territorial de 1.033 km². É formada por uma
zona urbana e a zona rural constituída pelas
comunidades campesinas, dentre as quais uma por nome Pai Pedro,
localizada entre os povoados Isidória, Buritizal, Palmeirinha e Cumbe.
A boa localização
geográfica, formada por um solo fértil, onde os moradores cultivam, cana de açúcar,
arroz, milho, feijão e mandioca.
Vestígios
arqueológicos apontam a presença humana há cerca de 7 a 12 mil, conforme a arte
parietal existente em abrigos rochosos, próximos ao Arco da Igreja, morro
do Pereira e imediações.
Passado o
período Pré-histórico, a História pontua a existência de antigos moradores na
comunidade, atraídos pela existência de brejos, que favoreciam o plantio na
entre safra e a criação de gado.
Notícias
apontam que a comunidade funcionava como um corredor de passagem de
transeuntes, e caminhantes, que iam e vinham entre as comunidades
circunvizinhas, bem como mangaeiros, em
cujo labor tinham como parada obrigatória o local para compra ou mesmo, a comercialização de seus produtos.
Outros paravam, mais para descansar das longas jornadas.
Por volta de
1910, o Sr. Pedro Dias, oriundo da Ribeira de Picos-PI, atual cidade de Santana,
numa viagem de negócios para localidade Coroatá, atual cidade de Elesbão
Veloso-PI, hospedou-se na residência do seu irmão João Dias, que morava na comunidade
Brejo, atual Pai Pedro. A escolha foi feita pelos laços familiares, e tambem, para conversarem ou mesmo para repouso da cansada viagem. Quando isso
acontecia, era uma festa, primeiro por rever familiares, segundo pelas notícias
de familiares e outros temas afins. Neste dia foi diferente, a conversa entre
os dois e a família do Brejo se prolongou por muitas horas. Nem mesmo o canto
rouco da coruja, e o canto estridente do galo, foram suficientes para
anunciar que já passavam de meia noite.
Assuntos não
faltavam, uma história puxava outra, mas o Sr. João Dias, anunciou que ia se
recolher para dormir os demais membros da familia que ali estavam, seguiram o patriarca.
No romper
da aurora, o Sr. Pedro, levantou-se, fez suas orações matutinas e rumbeia com
destino a roça do brejo, onde pastavam seus animais. Seu irmão, João Dias, deu
notícia do levantar do hóspede irmão, pelo ranger da porta quando esta foi
aberta e também pelo latido consistente dos cachorros, anunciando sua saída
rumo a roça do brejo para buscar os animais.
O Sr. João Dias, não se preocupou, uma vez que, antes de dormirem, quando ainda conversavam na sala de frente, Pedro Dias, havia falado que na primeira barra do dia, ia buscar os animais e prepara-los para seguir viagem rumo ao Coroatá.
O Sr. João Dias, não se preocupou, uma vez que, antes de dormirem, quando ainda conversavam na sala de frente, Pedro Dias, havia falado que na primeira barra do dia, ia buscar os animais e prepara-los para seguir viagem rumo ao Coroatá.
A natureza já
dava conta que o dia já estava amanhecendo, pelo canto das casacas, dos coquis
e de tantas aves campesinas que saúdam o amanhecer. O Sr. João Dias e
familiares, já estavam de pé. Sua esposa nos preparativos do café da manhã,
naquele dia, seria um cardápio diferente, pois
sentaria a mesa com eles um
membro muito querido da família, Pedro Dias, o irmão mais velho.
As horas passavam, o Sr. João Dias, fitava o olhar para o caminho, e nem sinal de Pedro.
O irmão achava esquisito tanta demora. Não suportando mais, resolveu ir ao
encontro, chamou um de seus trabalhadores e seguiram para saber o que havia
acontecido. Para sua surpresa, ainda numa distância aproximada de uns 30
metros, bem na curva do caminho, onde existia uma antiga mangueira, Pedro Dias estava caído no chão,
como se estivesse tropeçado nas raízes expostas da antiga árvore. Pedro Dias,
já estava sem vida. Para seu irmão, foi uma surpresa tamanha. Trêmulo e sem
alento, pede ao trabalhador que havia lhe acompanhado para retornar até sua
residência e comunicar o ocorrido a esposa, aos demais familiares e vizinhos
próximos
O velório,
foi realizado na residência do Sr. João Dias e como não tinha como levar o
corpo para Santana, Pedro Dias, foi sepultado, na própria comunidade Brejo.
A notícia se
espalhou pela comunidade e circunvizinhança, porem seus familiares que residiam
em Santana, vieram apenas para visita de
sétimo dia, mas anualmente seus netos, vinham visitar sua cova. E como em vida,
chamavam o avô de Pai Pedro, quando se reuniam para planejar a viagem, era
comum dizerem: -- Vamos ao Brejo,
visitar a cova do Pai Pedro, ou mesmo quando chegavam, na residência do Sr.
João Dias, formulavam o mesmo convite: -- vamos visitar a cova do Pai Pedro ou
mesmo, os moradores sempre que tocavam no assunto, faziam alusão a cova do Pai
Pedro, seja quando visitavam também o campo santo, ou nas conversas sobre como
tinha ocorrido a transcendência do ancião. Assim, o nome Pai Pedro, foi se tornando
popular e referência para codinominar a
comunidade Brejo, cujo espaço, passou ser conhecido em toda região e em
documentos oficiais, como Pai Pedro.
A localidade,
possui uma beleza impar, formada por paisagem exuberante, um solo fértil,
um povo ordeiro e trabalhador, onde desenvolvem atividades agrícolas. Um
relevo, formado por vales, onde se localizam os brejos com um numero bastante
acentuado da palmeira buriti, bem como, muitas formações geológicas do estilo
cabeça, cujos contornos foram moldados ao longo do tempo através da erosão
eólica e pluvial, bem típicas da região central do Piauí, onde predomina o
relevo conhecido por “Cuestas do Centro”.
Nos grandes
paredões de pedras, são encontradas muitas formações que receberam nomes
populares como: Arco da Igreja, Pedra do Papagaio, Dedo de Deus, Pedra do
Vigilante, além de outras formações onde existem pinturas rupestres, dentre
elas, a Caverna do Cururu.
Outros grandes
atrativos, estão no Morro do Pereira, uma formação rochosa com mais de 30
metros de altura, onde existem vários
abrigos e um painel com varias pinturas rupestres na cor vermelha, conhecido
por Abrigo das Ovelhas, o Poço do Cágado, onde existe as nascentes do riacho
que corta o brejo.
O Morro do
Pereira, é cheio de mistérios e lendas, muitas delas com conotação do sobrenatural, onde o povo da ufologia acredita
ser um local propício para pouso de
disco voadores.
Atrativos é que
não faltam na comunidade Pai Pedro, a Pedra da Curva tem várias pinturas
rupestres, a Serra da Prata, conhecida por sua exuberância, bem como as lendas
e mistérios que povoam o imaginário popular, além de possuir reserva de
salitre, tanto que o Sr. Saló, grande artesão de foguetes e similares em
Valença, vinha pegar esta matéria prima para confeccionar fogos, bombas,
traques, e tantos outros artefatos. O pontal da Serra da Prata, servia de base
para pouso de helicópteros dos americanos, quando estiveram em Valença, nos
anos 1950, realizando pesquisas
geodésicas.
O patrimônio
material e imaterial da comunidade Pai Pedro, é bastante eclético. O primeiro
formado pelas construções de pedras e tijolos, como a casa do Sr Jose Cipriano
Barbosa, que existe há mais de um século, cujo mobiliário rústico,
confeccionado por artesãos anônimos, resistem ao tempo para servir de base para
se contar a História. São Baus, malas, camas cobertas de couro de boi, arados,
pilões, mesas, cadeiras, bancos, prensas, gamelas e oratórios dedicados
aos santos de devoções. Quanto ao patrimônio imaterial, as referencias estão atreladas ao Morro do
Pereira, a lenda do Galo no Arco da Igreja, e ao Gritador, as bolas e rodas de fogo que
aparecem nas noites escuras de verão.
A comunidade Pai
Pedro, destaca-se pela religiosidade desde os mais antigos moradores através
dos novenários dedicados aos Santos de devoção, dentre eles podemos citar o
festejo de São Sebastião, realizado por Dona Francisca Rosa de Sousa,
anualmente, no mês de janeiro, cuja devoção serviu de base para que esta
comunidade se mantivesse na fé.
Atualmente, a comunidade se ufana por ter,
oriundo dela um diácono permanente, Evandro Sousa, cujo trabalho tem
servido de referencia para outras comunidades de igual porte que se irmanam
para propagação e manutenção da fé.
Valença do Piauí, 28 de abril de 2018
Texto: Prof.
Antonio Jose Mambenga
Especialista em História do Brasil
Especialista em História do Brasil
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO EM VALENÇA DO PIAUÍ
O Ginásio Santo Antonio, foi fundado no dia 03 de dezembro de 1949, numa reunião ocorrida numa das salas do Grupo Escolar Cônego Acylino, pelo Pe. Raimundo Nonato de Oliveira Marques. Esta fotografia, mostra a farda original da referida escola, por ocasião de um Desfile Cívico organizado pela Diretora Profª Etevalda Oliveira, na segunda metade dos anos 80 do século XX. A História de um povo é contada através de fatos e acontecimentos e como diz Peter Burker: A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer. Estou fazendo a minha parte!
domingo, 7 de janeiro de 2018
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO EM VALENÇA DO PIAUÍ
O Instituto Santo Antonio, foi fundado em Oeiras-PI, em 1943, e transferido para Valença do Piauí, em 1948. Esta foto mostra o primeiro uniforme da escola em Valença-PI, por ocasião de um desfile Cívico, na segunda metade da década de 1980 do século XX, quando o Colégio Santo Antonio estava sob a direção da Profª Etevalda Oliveira. A História de um povo é contada com fatos e acontecimentos.
Acervo fotográfico: Prof. Antonio Jose Mambenga
sábado, 6 de janeiro de 2018
PE. MARQUES UM ANO DE ENCONTRO COM O PAI CELESTE
Acervo: Profª Maria do Amparo Coelho
Dia 29 de Janeiro, completará um ano do encontro definitivo de Pe. Marques com o Pai Celeste, para marcar a data, a Profª Maria do Amparo Coelho, sua sobrinha, está organizando uma Celebração Eucarística, na Igreja de São Raimundo Nonato, em horário ainda a ser definido.A Celebração será dia 28, de já sinta-se convidado(a).
Dia 29 de Janeiro, completará um ano do encontro definitivo de Pe. Marques com o Pai Celeste, para marcar a data, a Profª Maria do Amparo Coelho, sua sobrinha, está organizando uma Celebração Eucarística, na Igreja de São Raimundo Nonato, em horário ainda a ser definido.A Celebração será dia 28, de já sinta-se convidado(a).
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