A vida na sua essência,
é constituída por uma caminhada. Para uns, muito rápida. Para
outros, mais elástica, mas existem
aqueles que ela se torna longa . Essa longevidade é que oportuniza a definição
da pessoa no mundo que a cerca tornando-se, um ser capaz de protagonizar sua própria história.
O ano de 1942 transcorria normalmente, a localidade Buriti,
atual Ipiranga do Piauí, vivia a o auge
da produção de maniçoba. Muitas famílias prestavam serviços para os
comerciantes locais. Enquanto na
Europa, a Segunda Grande Guerra destruía vida e sonhos. Mas no meio de
tudo isso, na comunidade Buriti, pertencente ao município de Oeiras-Pi, dava
continuidade a vida, tanto que no dia 29 de outubro, nascia uma criança, que na
Pia Batismal recebeu o nome de Francisco de Assis. Seus pais, Cesário
Joaquim de Lima e Luiza Josefa da
Conceição, sentiram felizes pela chegada do novo membro da família, perfazendo
uma prole de 9 filhos.
O tempo passou, o menino Francisco de Assis, foi crescendo e
com ele suas utopias. Era muito sapeca, extrovertido, corajoso, conversador, o
que fazia a diferença entre os demais membros da família.
Sua juventude, foi uma comédia, ainda na adolescência
aprendeu o ofício de sapateiro, quantos pés calçaram sapatos, sandálias, chinelos
confeccionados por suas mãos? Tudo isso, despertou o gosto estético daquilo que
produzia, bem como o carisma de comerciante. Primeiro como marreteiro, cuja
atividade profissional atualmente é conhecida por comerciante ambulante, ou mesmo camelô.
Como credialista, teve que ultrapassar as fronteiras da
localidade onde nasceu, já mais desenvolvida e também emancipada com o nome de
Ipiranga do Piauí.
Em março de 1963,
casou-se com Maria Valma, natural da localidade Buriti Cumprido, município de
Inhuma-PI
Do enlace matrimonial com Maria Valma, nasceram: Elzenir,
Antonio Neto, Elzimar, Elzilene, Francisco de Assis, Elza, João de Deus,
Teresinha, Jose Antonio, Maurício, Eliene e Douglas. Uns nasceram em Ipiranga,
outros em Valença-PI.
A família, crescia, a responsabilidade para manutenção
também, Francisco de Assis, ganhava o mundo trabalhando para o sustento da
família numerosa, enquanto Maria Valma, sua esposa, cuidava das prendas
domésticas, da educação dos filhos e no veio da máquina diuturnamente
desenvolvia a arte de costureira para também ajudar no sustento de casa.
Foi nessas andanças, que Francisco de Assis, escolheu Valença
para fixar residência, cuja chegada ocorreu em agosto de 1982. Primeiramente, a
família foi instalada no Bairro Cacimbas, na Rua Areolino de Abreu, frente a
casa da Aldenora, e ao lado da casa da Bia. Pós um ano, já com uma estabilidade
financeira mais definida, comprou uma casa no Bairro Lavanderia, na Rua
Adeodato Veloso, onde fixou residência até o dia da sua transcendência.
Em Valença-PI, cidade escolhida por Francisco de Assis, para
fixar residência, lhe deu estabilidade financeira para conduzir a família,
educar os filhos e mudar de atividade profissional, comprando um fusca de cor
vermelha, transformando-o em taxi, cuja atividade profissional lhe deu um novo
codinome, “Baxim do taxi”, símbolo de coragem,
trabalho e honestidade.
No início, adotou como
“ponto de referencia” para prestação de serviço como taxista, a lateral da Igreja Matriz Nossa Senhora do Ó,
ao lado da Rua Epaminondas Nogueira, depois subiu para o Terminal Rodoviário, e
por último frente o Hospital Regional Eustáquio Portela.
Em todos os locais, conquistou a simpatia das pessoas pela
prestação de serviço e a cordialidade como tratava os clientes. Muitas vezes
naquelas situações extremas, prestava serviço de forma cordial, momento em que
agradecia a Deus pelas benesses recebidas.
Baxim, como era carinhosamente tratado por sua esposa Maria
Valma, ou mesmo Baxim do Taxi, como era tratado pelo povo valenciano.
Foi o “pequeno
notável”. Sua estrutura física, não foi empecilho praticar grande prestação de
serviço à comunidade. Onde ele estava não tinha tristeza.
Em casa, no convívio familiar, era o pai bondoso,
comunicativo, mas cheio de ordens, mas de uma sensibilidade extrema. Gostava de
música, de festas, inclusive tocava violão e sanfona. Era comum nos bailes onde
chegava, tocar duas músicas. Apenas duas, mas de sua autoria. Outro dom artístico era o de
criar versos de improvisos. No cotidiano, era comum saudar as pessoas com
versos de improviso aludindo a situação do momento. Podemos destacar, quando da
visita de Dona Maria Prestes, à Cruz dos Revoltosos, localizada nas imediações
de sua residência quando de sua passagem por Valença em abril de 2014. “Baixim",
fez uma saudação a Dona Maria Prestes, agradecendo sua visita ao local
histórico em nossa cidade.
Nas emissoras de rádio, era comum sua
participação nos programas, tanto ao vivo como por telefone. Em todos levava
uma palavra amiga e cultural aos ouvintes. Porque Baxim, era símbolo de
alegria.
Nos comícios
políticos, era comum sua participação, conforme o segmento que estava defendendo,
mas entendia também que a ideologia do
partido contrário era também uma ideologia, uma vez que era amigo e gostava de
respeitar todos.
Como religioso, tinha
suas devoções individuais e coletivas E por ser um homem temente a Deus,
respeitava as limitações dos outros bem como seus cultos religiosos, baseado em
João 14:6 “Disse-lhe Jesus: Eu sou o
caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
Mas como ciclo da vida tem início meio e fim, com “Baxim”,
não foi diferente. Ele nasceu! Ele viveu! Mas chegou um momento em que o homem
matéria, apresentou sinais que precisava
parar. Parar para pensar! Para cuidar da saúde! Ele seguiu todo procedimento. E
de forma incansável encarou a vida. Em
momento algum deixou de ser aquele homem
de fé e de coragem. Mas o próprio ciclo da vida lhe dava sinais. Sendo
que dia 25 de fevereiro às 7:30 da manhã, ocorreu sua transcendência, deixando
a família, parentes e amigos. Mas como disse Hermann Hesse: Para cada chamado
da vida, o coração deve estar pronto pra a despedida e para novo começo. Foi o
homem, ficou sua História e a certeza do dever cumprido! “Que as experiências
vividas e compartilhadas por ele no percurso de sua vida, sejam alavancas para
alcançarmos a alegria de chegar ao destino projetado.
TEXTO: Prof. Antonio Jose Mambenga
Valença do
Piauí, 03 de março de 2017
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