A vida é um palco, onde cada um se apresenta como pode e deve se
apresentar. Não existem predestinados. Todos somos capazes e livres para aquilo queremos
ser ou fazer , dependendo do meio onde são encontrados os subsídios
para realizar nossos sonhos.
A Biblia
Sagrada, alude na parábola do semeador que o campo é o mundo; e a boa semente
são os filhos de reino. Mas no terreno
fértil as sementes lançadas nascerão e
produzirão.
Baseado
neste contexto, o momento torna-se oportuno para dizer que a Educação
valenciana perdeu nesta segunda semana de junho, uma de suas grandes
referências culturais na Educação
Letrada, o Prof. Solimar Gomes de Sousa.
Solimar,
nasceu no município de Novo Oriente, na
localidade Caraíba, no dia 15 de outubro de 1962, filho do Sr.
Jose Clementino Gomes e da Sra. Maria Ana da Conceição. Meses após seu nascimento a família foi
residir na comunidade Pé da Serra, também no município de Novo Oriente. Com
seis anos de idade, Solimar, foi adotado
por Dona Maria Gomes do Nascimento Lima
e seu esposo, Sr. Gregório Barbosa, que
o conduziram à comunidade Buritizal onde se radicou. O tempo passou e Dona
Maria Lima, ficou viúva, mas mesmo assim continuou, criando seus filhos
biológicos e seus filhos do coração, num total de cinco, dentre eles Solimar.
Dona Maria Lima, casou-se novamente, com o Sr. Jose da Costa
Pina, mas conhecido na comunidade por Zezo. Passado uns anos, o casal, Maria
Lima e Zezo, deixaram a comunidade Buritizal e foram morar na cidade de Novo
Oriente. Para a nova moradia, levaram todos os filhos, inclusive Solimar. Em
Novo Oriente, fixaram residência à Rua Sete de Setembro.
Apesar das constantes mudanças, sua infância, foi igual a das
demais crianças de sua época; vida bucólica, ou mesmo cuidando dos afazeres da família, uma
vez que praticavam a agricultura.
Foi entremeando a exuberante paisagem do Buritizal e
adjacência, que participava das farinhadas, moagens e outros trabalhos típicos
da vida campesina. Mas o que lhe chamava atenção era a simbologia da arte rupestre tão comum na
comunidade. Primeiramente entendia como uma coisa divina mas o tempo se
encarregou de descobrir que se tratava de vestígios humanos.
Solimar, recebeu suas primeiras orientações na Educação
letrada com o Prof. França Abreu, de quem herdou a caligrafia e o aprimoramento
da continuação da educação recebida em casa.
A vida, lhe traçava caminhos, ainda na puberdade ficou órfão
de sua mãe do coração, Dona Maria Lima. Mas, a convergência dos cuidados se
dirigiram para o Sr. Cândido, filho de Dona Maria Lima e seu padrinho de
Batismo. Pessoa que Solimar tinha muito apreço e consideração. Percebia-se o
apego e zelo, quando se referia a “Padim Cãindo”.
O tempo passou, a adolescência, apresentava sinais. Solimar, pensa
mais distante. O mundo lhe abria portas, os caminhos se cruzavam, e
aprendizagem na família, os ensinamentos recebidos do Prof. França Abreu, serviram de base e se imbricaram para rumar em
busca do destino.
Em 1978,
Solimar, rumbeia com destino a cidade de Picos-Piauí,
para prestação do Serviço Militar Obrgatório. Lá soube compreender, lidar e aplicar o dístico da
Bandeira do Brasil “Ordem e Progresso”. Terminado o período, sob a orientação do Pe. Raimundo Nerys
Sobrinho, seguiu para Teresina capital
do estado, para ingressar na vida
religiosa, no Seminário Menor.
Em Teresina, concluiu o Ensino Médio, estudou Filosofia e Teologia no
Seminário Menor, cuja interligação com a Divindade Superior lhe deu ser uma
pessoa temente a Deus, bem como o emprego da ética, dos bons costumes e de reservas pessoais. Se comunicava com
todos mas tudo com moderação.
No início da década de 1980, quando saiu do Seminário,
retornou para comunidade Buritizal, e por intermédio de seu padrinho Cândido
Costa, exerceu a docência na escola local. Por volta de 1985, vem morar em
Valença, numa casa do Seu padrinho
Cândido Costa, na Av. 15 de novembro. Em março de 1986, através da Profª
Teresinha Ferreira, a época Diretora do Colégio Santo, iniciou a docência no
referido colégio. Em abril do mesmo ano, recebe portaria do Secretário de
Educação lhe conferindo a cátedra das disciplinas Língua Portuguesa e
Literatura, mas Prof. Solimar, trabalhou no mesmo período com as disciplinas:
Filosofia e Religião.
Solimar, possuia o dom da oratória, uma boa tonalidade vocal,
cuja erudição ultrapassou os limites da cidade. Cantava, gostava das artes e
acima de tudo uma pessoa temente a Deus. Tinha sua devoções prediletas. Não
gostava das primeiras cadeiras, seguia os ensinamentos bíblicos para tanto.
Em 1994, prestou vestibular para Letras Português, no
primeiro vestibular ocorrido em Valença pela UESPI, onde logrou a primeira
colocação.
Em 2001, fez pós graduação (latu senso) em Docência do Ensino
Superior, na Faculdade São Judas Tadeu.
Trabalhou com Língua Portuguesa, no Educandário Claro Alves.
Foi membro da Diretoria do CROVAPI CLUBE por mais de uma vez.
Trabalhou na Secretaria Municipal de Cultura, como chefe do
Departamento de Turismo e Eventos Culturais.
Como agente cultural, foi membro da Quadrilha Matutos da
Noite da Profª Dona Rodrigues, onde foi noivo por várias vezes.
Foi o apresentador Oficial do Festival Cultural de Quadrilhas
Juninas de Valença do Piauí, por vários anos, no Arraial do Gorgulho.
Foi Diretor do Colégio Santo Antonio .
O tempo passou, Prof. Solimar, muda de endereço, saiu da Av .
15 de novembro e foi para Rua 7 de setembro, para sua residência própria. Com o
passar do tempo, apresenta os primeiros sinais de debilidade na saúde, mas teve
o apoio dos professores Ivanilson Paulo Mambenga e da Profª Rosali Ferreira que
o conduziram até Teresina para tratamento.
Últimamente, Prof. Solimar, demonstrava sinal de cansaço, já
prestava serviço no CEJA, onde encontrou novos amigos na educação.
Mas como tudo é predestinado por o Ser Supremo, seus amigos,
não puderam acompanhar de perto seu estado de saúde, mesmo sabendo que ele
estava procurando alternativas em Teresina. E para surpresa geral do povo
valenciano, saiu a notícia de sua
partida para dimensão Superior. Cuja transcendência ocorreu também de surpresa
até mesmo para ele.
Foi o homem, ficou a sua História, na certeza que ninguém
morre enquanto permanece vivo na memória das pessoas e de seus amigos, pelo
legado de amizade e cultural que deixou.
Valença do Piauí, 19 de junho de 2016
Prof. Antonio Jose Mambenga
História de vida! Grande referência na educação de nosso povo!
ResponderExcluir