“A vida e um caminho que se percorre andando.” Muitos são os
predestinados por percorrerem muitos anos de vida. Outros, a vida é tão efêmera cujo espaço
terrestre fica limitado. Mas para os que têm o privilégio de possui uma vida mais duradora, tornam-se protagonista de muitos
fatos e acontecimentos típicos do mundo que o cerca.
Foi no alvorecer do século XX, que nasceu Maximina
Pereira da Silva, no dia 10 de setembro de 1903,
na cidade de Araripina (Pernambuco), num momento que o mundo vivia um
conflito internacional, cuja culminância foi os campos de Batalhas da 1ª Grande
Guerra Mundial. Filha de Jose Pereira de
Sousa e de Luiza Rodrigues da Silva.
Maximina, teve uma infância de não tão diferente das crianças
de sua época. Muito cedo, dedicou-se às prendas domésticas, elastecendo ao
trabalho rural ao lado da própria família. Não freqüentou escola. Casou-se com o Sr. Jose Rodrigues Pereira da
Silva, de cuja união formaram uma família de 10 fillhos.
Em 1958, ocasionado
pela seca, veio com a família para
Piauí, fixando residência na cidade de Pimenteiras, mas foi Valença do Piauí,
que Maximina escolheu para morar.
Enquanto suas condições físicas permitiram, exerceu a função
de trabalhadora rural, e como uma pessoa de experiência de vida praticou por
muito tempo a função de parteira empírica.
Os anos se passaram,
Maximina, foi definhando. Há cinco anos ficou prostada, mas ainda tem boas
recordações do papel que exerceu como mulher, esposa e Mãe. Atualmente, vive
sob os cuidados de sua filha neta: Ilha Maria Pereira da Silva, no Bairro Vale
Verde.
Sabemos que “as idades avançadas não destroem as lembranças...”
Dona Maximina, ainda possui uma memória que ainda pontua momentos vividos.
Em conversa, ela relatou, acontecimentos que ocorreram no
período da infância, adolescência e da
maturidade. Recordou muito bem quando foi ficou órfã de mãe em 1915, momento
que ficou sob os cuidados do seu Padrinho de batismo Pedro Betim, que morava no
Estado do Ceará. Por coincidência, foi também em 1915 quando ocorreu uma
terrível seca no Nordeste Brasileiro. Suas lembranças pontuam, que ela e outras
crianças de época se deslocavam para os
matos caçando raízes e se por ventura encontravam algumas frutas silvestres que
haviam escapado do predadores para se alimentarem. Foi um memento muito triste relatou Dona
Maximina. Ela lembra que muitos dos moradores comeram até raiz de macambira,
teú, rabudo e gambá. Outro momento também lembrado por Maximina, foi quando da
passagem da Coluna Prestes, que para o sertanejo era conhecido por Revolta do
Povo. Os boatos que corriam é que eles carregavam o povo, matavam gente e as
mais gordas serviam de alimentos para os outros que estavam famintos, assim
relatou Dona Maximina.
Na vida adulta, já em Pmenteiras-PI(1958), Maximina, além de
trabalhadora rural, exercia a função de parteira empírica, atendia a cidade e
quase toda municipalidade, às vezes, ficava de 3 a 5 meses fora de casa em
localidades distintas para prestação de serviço como parteira. Atividade que
exercia por dedicação pois não cobrava pela prestação de serviço. Foi em Pimenteiras-PI, que conseguiu
tornar-se cidadã, através do seu Registro Civil, uma vê que saiu ainda na
primeira infância de Araripina-PE: Aos cinco anos já estava no Ceará e por lá
ficou até o casamento, que só exigia o Bastitério cristão. Foi, também uma seca
que fez Maximina chegar ao Piauí(Pimenteiras) (1958)
Em 1962, veio para Valença-PI, para morar no Bairro
Valencinha. Aqui, fez amizades e acabou de criar a família.
Dia 10 de setembro, Maximina, completou 113 anos, de vida,
daí ser considerada a pessoa de maior idade residindo na cidade de Valença do
Piauí. Por sua vez nós valencianos somos gratos por Maximina ter escolhido
Valença para fixar moradia, tornando-se referência no contexto Histórico
Cultural de nossa cidade.
Valença do Piauí, 12 de setembro de 2016.
Texto: Antonio Jose Mambenga